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CEO da AOL se desculpa por demissão pública de diretor

Armstrong reconhece que demissão na frente de mil pessoas foi um erro, mas alega que já havia pedido no passado a Abel Lenz, o diretor cortado, para não registrar reuniões privadas


	Tim Armstrong: no documento, CEO da AOL reconhece que demissão de Abel Lenz foi um erro
 (David Paul Morris/Bloomberg)

Tim Armstrong: no documento, CEO da AOL reconhece que demissão de Abel Lenz foi um erro (David Paul Morris/Bloomberg)

Mariana Fonseca

Mariana Fonseca

Publicado em 14 de agosto de 2013 às 21h36.

São Paulo - O CEO da AOL, Tim Armstrong, causou polêmica na última sexta-feira ao demitir o funcionário Abel Lenz, diretor criativo da Patch, em uma conferência com mais de mil pessoas.

Hoje, ele resolveu enviar um inusitado pedido de desculpas para todo o quadro de funcionários da empresa, em documento reproduzido pelo site Business Insider.

No comunicado, Armstrong reconhece que a demissão foi um erro, mas alega que já havia pedido no passado para que o diretor criativo da Patch não registrasse reuniões particulares.

No áudio da demissão, que vazou à imprensa, pode-se ouvir o CEO demitindo Lenz por haver fotografado durante a reunião. Armstrong diz, entrecortando falas, "Abel, abaixe essa câmera agora! Abel, você está demitido. Fora!" e, após cinco segundos de silêncio geral, ele continua a falar normalmente.

A Patch, serviço local de notícias da AOL para centenas de cidades, está em um estado de considerável ansiedade, enquanto funcionários aguardam para ouvir mais sobre as "centenas de demissões vindo por aí", segundo alega o TechCrunch (que também pertence à AOL, coincidentemente).

Tim Armstrong escreve que já falou com o diretor criativo e se desculpou, mas parece que Lenz ainda está demitido.

Confira abaixo o pedido de desculpas na íntegra:

"AOLers,

Estou escrevendo a vocês para reconhecer o erro que cometi na última sexta-feira, durante a conferência geral da Patch, quando demiti publicamente Abel Lenz. Foi uma resposta emocional no início de um difícil debate que lidava com a carreira e subsistência de várias pessoas. Eu sou o CEO e líder da organização, e eu levo essa responsabilidade a sério. Nós falamos muito sobre responsabilidade e eu sou responsável pela maneira com que lidei com a situação, e, em um nível humano, foi injusto com Abel. Já falei com ele diretamente e pedi desculpas pela maneira com que o assunto foi lidado na reunião.

Minha ação foi incentivada pelo desejo de me comunicar abertamente com mais de mil funcionários da Patch espalhados pelos EUA. A reunião na sexta-feira foi a segunda reunião geral que tivemos naquela semana e pessoas chegaram a ela sabendo que nós estaríamos debatendo abertamente algumas das potenciais mudanças necessárias na Patch. Como vocês sabem, eu acredito fortemente nas reuniões abertas, perguntas e respostas abertas, e esse nível de transparência necessita de confiança de toda a AOL. Reuniões internas de natureza confidencial não devem ser filmadas ou gravadas, de forma que nossos funcionários possam se sentir livres para debater todos os assuntos abertamente. Abel já foi comunicado anteriormente para não gravar uma reunião confidencial, e ele repetiu esse comportamento, o que incitou minhas ações.

Nós passamos por muitas dificuldades ao fazer a AOL dar a volta por cima e eu tenho dado meu melhor para assumir as melhores decisões pelo benefício de longo-prazo dos funcionários e da companhia. Na sexta, eu agi muito precipitadamente e aprendi uma tremenda lição, e eu queria que vocês ouvissem isso diretamente de mim.

Temos decisões difíceis e trabalho para fazer na Patch, mas estamos fazendo com muito planejamento e tão abertamente quanto possível. Na AOL, tivemos ganhos substanciais na última semana e estamos adicionando uma das melhores companhias no mundo para o time. A AOL está numa posição ótima, e continuaremos seguindo em frente. - TA"

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