BRF: a testagem de 100% dos trabalhadores da unidade, realizada em atendimento à determinação da Vigilância Sanitária do Estado de Santa Catarina, foi concluída no domingo (Victor Moriyama/Bloomberg)
Reuters
Publicado em 25 de maio de 2020 às 15h04.
Última atualização em 25 de maio de 2020 às 20h06.
A BRF informou nesta segunda-feira que cerca de 340 funcionários de sua fábrica em Concórdia (SC) testaram positivo para o novo coronavírus e foram submetidos a contraprovas para confirmação da doença.
A BRF disse que 6,6% de um total de 5.132 trabalhadores da unidade tiveram resultado positivo em testes rápidos para a detecção do vírus e foram afastados preventivamente, além de serem submetidos ao teste RT-PCR, que tem por objetivo confirmar com mais assertividade o diagnóstico.
A companhia disse que irá receber os resultados nos próximos dias e que nos procedimentos que estão sendo realizados em outras fábricas da BRF, o RT-PCR tem confirmado entre 10% e 18% dos casos apontados como positivos nos testes rápidos.
Os 93,4% trabalhadores restantes, que tiveram diagnóstico negativo nos testes rápidos para o vírus, retornariam ao trabalho nesta segunda-feira, segundo a empresa.
A testagem de 100% dos trabalhadores da fábrica, realizada em atendimento à determinação da Vigilância Sanitária do Estado de Santa Catarina, foi concluída no domingo.
Uma porta-voz da BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão, afirmou que todas as fábricas da companhia estão funcionando.
“A notícia causa uma preocupação pelo alto número de contágio nos funcionários, acreditamos que o impacto na produção ainda seja marginal”, avaliou o analista Régis Chinchila, da Terra Investimentos. Ele observou, contudo, que a empresa reforçará a adoção de medidas para conter e combater o vírus, “aumentando assim os custos com medidas sanitárias”.
As ações da BRF fecharam com variação negativa de 0,05%, a 21,75 reais, enquanto o Ibovespa fechou em alta de mais de 4%.
Empresas brasileiras de proteínas, incluindo BRF e a rival JBS, enfrentam casos de coronavírus em suas instalações, o que em alguns casos forçou o fechamento de fábricas até a adoção de medidas mais rigorosas para combater a doença.
A Aurora, que tem cerca de 26 mil trabalhadores em 16 fábricas, assinou um acordo com o Ministério Público do Trabalho na sexta-feira que exige testes de rotina dos funcionários e outras proteções adicionais.