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Cemig tem alta imprevista de gasto de R$ 200 mi no ano

Por Luciana Collet São Paulo - A Cemig informou hoje que, este ano, registra um aumento não previsto de R$ 200 milhões nos gastos com pessoal, materiais, serviços e "outros itens", a chamada linha PMSO. "Tivemos este ano um aumento de PMSO em função de alguns gastos adicionais, em especial por excesso de chuvas", disse […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Por Luciana Collet

São Paulo - A Cemig informou hoje que, este ano, registra um aumento não previsto de R$ 200 milhões nos gastos com pessoal, materiais, serviços e "outros itens", a chamada linha PMSO. "Tivemos este ano um aumento de PMSO em função de alguns gastos adicionais, em especial por excesso de chuvas", disse o diretor financeiro e de Relações com Investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla. Segundo ele, os gastos na área de prospecção de novos negócios da companhia energética também aumentaram. Ele ressaltou, porém, que essas despesas não devem se repetir em 2010. "São gastos não recorrentes", afirmou. "O que enfrentamos de chuvas (este ano) foi excepcional e não devemos incorrer nesses gastos no próximo ano."

O aumento dos gastos com pessoal e serviços (PMSO) e com o Programa de Desligamento Voluntária (PDV) foram os dois principais responsáveis pela revisão para baixo da estimativa de resultados (guidance) para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de 2009, conforme informou hoje a companhia. A empresa também destacou a redução das receitas em relação ao que foi projetado para o ano em maio passado, quando previa Ebitda de entre R$ 4,5 bilhões e R$ 5,1 bilhões. Agora, a empresa estima que o Ebitda ficará entre R$ 3,95 bilhões e R$ 4,15 bilhões.

As receitas menores que o esperado nos segmentos de transmissão e distribuição ocorreram em decorrência das revisões tarifárias realizadas este ano nos dois segmentos. Particularmente na transmissão, a receita deste ano ficará cerca de R$ 40 milhões menor que o estimado anteriormente. "A visão inicial era de um impacto positivo de entre R$ 200 milhões e R$ 250 milhões na receita de 2009. Mas a revisão redundou em um número R$ 40 milhões menor do que havíamos previsto", disse Rolla.

Na época da primeira estimativa, a Cemig também projetava o impacto na receita com a compra de 100% da Terna. No entanto, a companhia optou por atuar na companhia em parceria com um sócio, o que implicou numa redução de R$ 60 milhões na receita vinda desta operação.

"Somando todos esses fatores, há um impacto negativo para o Ebitda, de R$ 400 milhões", disse Rolla, que destacou ainda outros fatores que contribuíram para a redução da projeção para 2009, como o mercado de distribuição abaixo do esperado e os atrasos na finalização de outras aquisições.

Rolla afirmou que a companhia não vai atualizar agora o Ebitda previsto para 2010 em diante, porque há eventos no início do ano que vem, como a revisão tarifária de 2010, marcada para abril. "Só depois teremos condições de fazer projeções para os próximos cinco anos", disse.

Os custos com o PDV da Cemig foram elevados em R$ 100 milhões, segundo Rolla. "Serão gastos R$ 190 milhões com PDV. Em maio, prevíamos um valor significativamente menor", afirmou. De acordo com o executivo, alguns funcionários serão retidos até setembro de 2010 para treinar seus substitutos.

Demanda

A demanda por energia nos segmentos residencial e comercial continua muito forte, e no quarto trimestre já se observa a retomada do consumo por parte das indústrias, informou o diretor. "As perspectivas para 2010 são promissoras", afirmou.

Ele disse que no segmento industrial a companhia registrava queda significativa até setembro, porque até o final do terceiro trimestre do ano passado a crise financeira internacional ainda não afetava o País e a demanda por energia estava a plena carga. "No quarto trimestre houve uma queda substancial e agora haverá um crescimento forte." Os segmentos residencial e comercial já apresentaram expansão no terceiro trimestre, de 8% e 4,5%, respectivamente. Segundo Rolla, no acumulado do ano a venda total de energia será similar a registrada em 2008.

Aquisições

As perspectivas positivas para o ano que vem também podem ficar por conta de novas aquisições. A companhia negocia ampliar sua participação na distribuidora Light, do Rio de Janeiro. Além disso, circulou no mercado a informação de que a empresa estaria interessada nas distribuidoras Ampla, também do Rio de Janeiro, e Coelce, do Ceará, ambas controladas hoje pela espanhola Endesa.

O diretor financeiro da Cemig afirmou que é provável que o ano de 2009 termine sem que qualquer aquisição seja finalizada. "Não há nenhuma negociação no ponto de ser concluída este ano", disse. Ele ressaltou que a Cemig tem uma estratégia de crescimento acelerado, que inclui aquisições no setor elétrico, desde a geração, até a distribuição, passando pela transmissão. "Tivemos a oportunidade de avaliar alguns ativos, que não pudemos adquirir. Existem outros, com negociações em andamento e estamos buscando essa possibilidade", disse.

Rolla não citou quais seriam as negociações em andamento, apenas disse que a companhia "está em busca dos melhores ativos, que tenham mais sinergias e melhores retornos para os acionistas".

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