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Cemig reforça estratégia de vender ativos

Executivos da Cemig destacaram que buscarão uma revisão do portfólio de participações da Light


	Cemig: "Temos discutido internamente algumas soluções para empresas nas quais a gente não detém o controle ou co-controle"
 (Divulgação)

Cemig: "Temos discutido internamente algumas soluções para empresas nas quais a gente não detém o controle ou co-controle" (Divulgação)

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Da Redação

Publicado em 17 de agosto de 2016 às 17h22.

São Paulo - A estatal mineira Cemig vai manter seu foco na venda de ativos para reduzir o endividamento, mas não pretende se desfazer de sua participação na Light, que é responsável pela distribuição de energia no Rio de Janeiro e possui ativos de geração.

Em teleconferência com analistas nesta quarta-feira, executivos da Cemig destacaram que buscarão uma revisão do portfólio de participações da elétrica, mas com os desinvestimentos focados em ativos nos quais a companhia não é um acionista controlador.

"Temos discutido internamente algumas soluções para empresas nas quais a gente não detém o controle ou co-controle", afirmou o diretor financeiro da Cemig, Fabiano Maia Pereira.

Ele disse que a companhia buscará concentrar os negócios no que considera seu core business --geração, transmissão, distribuição e comercialização de energia elétrica--, com ativos nos quais ela esteja ou participe do bloco de controle.

A Light, na qual a Cemig é controladora, encaixa-se nesse perfil, e segundo Pereira não há nenhum movimento da companhia para vender sua participação na companhia.

Na semana passada, a Reuters publicou que a Cemig concedeu mandatos aos bancos Santander e Votorantim para que estes busquem compradores para a Light.

A Cemig, no entanto, nega a informação. Segundo a companhia, o que acontece é apenas uma busca por novos sócios para a empresa, uma vez que seus parceiros no negócio decidiram exercer uma opção de venda de sua fatia.

Pelos termos do contrato de acionistas da Light, a Cemig agora precisa comprar a participação de seus sócios ou encontrar alguém disposto a realizar a aquisição.

"A Light é o veículo de crescimento da Cemig em distribuição. O que existe, e é de conhecimento de todos, é que nosso sócio lá tem a intenção de sair. O que possivelmente pode vir a acontecer é uma reestruturação em termos de sócios, mas não tem qualquer movimento nesse sentido (de venda)", afirmou Pereira.

Dívida

O diretor financeiro disse também que a Cemig pretende rolar parte de sua dívida com vencimento no segundo semestre. A Cemig tem 3,773 bilhões de reais em dívidas a vencer neste ano.

Pereira não especificou quanto poderia ser rolado, mas disse que a intenção é obter vencimentos mais longos, uma vez que a companhia também tem compromissos financeiros importantes nos próximos anos.

As dívidas com vencimento em 2017 somam também 3,772 bilhões de reais, enquanto em 2018 vencerão mais 3,695 bilhões em obrigações.

"Temos trabalhado já com os bancos no sentido de fazer essa rolagem e estamos com uma diretriz de... tentar fazer uma rolagem um pouco mais longa... algo como três anos para a frente, justamente para evitar anos em que há dívida a vencer relevante", afirmou.

A alavancagem da Cemig, medida pela relação entre a dívida líquida e a geração de caixa, fechou junho em 5,26 vezes, ante 4,39 vezes no final de março e 2,40 vezes no final de 2015.

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