Carrefour foca na diversificação de sua atuação para 2015
Para 2015, a meta da varejista é acelerar a reforma de hipermercados e aberturas de lojas de vizinhança
Da Redação
Publicado em 16 de março de 2015 às 09h55.
São Paulo - Depois de passar quatro anos colocando a casa em ordem por causa de um escândalo de má gestão descoberto na operação brasileira em 2010, o gigante francês Carrefour deverá promover este ano sua mais agressiva expansão no País em pelo menos uma década.
Para 2015, a meta da varejista é acelerar a reforma de hipermercados e aberturas de lojas de vizinhança.
O grupo também avalia fazer aquisições regionais para acelerar o processo de expansão, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
A estratégia é diversificar as operações seguindo os passos de seu principal concorrente no Brasil, o Grupo Pão de Açúcar.
Atualmente, cerca de 60% das receitas do Carrefour Brasil, que somaram R$ 37,9 bilhões em 2014, vêm da operação de atacarejo, o Atacadão, segundo fontes (a matriz não revela a divisão do faturamento por negócio).
O restante das vendas está basicamente concentrado nos hipermercados, modelo considerado decadente por especialistas em varejo .
"Este modelo está sendo revisto no mundo todo, e no Brasil não é diferente", afirma Gildas Aitamer, analista da consultoria alemã Planet Retail.
O objetivo do Carrefour no Brasil é ampliar a rede de supermercados compactos e lojas de proximidade, que ainda têm presença tímida na rede.
Dentro deste plano de ação, o grupo francês ganhou um aliado de peso: o empresário Abilio Diniz, ex-dono do GPA, que se tornou sócio minoritário da operação brasileira em dezembro, com a compra de 10% de participação.
O empresário brasileiro comandou o processo de diversificação do Pão de Açúcar a partir do fim dos anos 90, com a entrada do Casino na sociedade. Junto com o novo sócio, criou um grupo multiformato, com atuação em alimentos, eletroeletrônicos e forte presença na internet.
Em 2014, o GPA faturou R$ 65,5 bilhões, sendo R$ 34,7 bilhões com varejo alimentar e R$ 30,8 bilhões com as divisões Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio) e da CNova, que reúne os negócios de e-commerce da companhia.
Mudanças
O processo de correção de ineficiências do Carrefour Brasil - iniciado após um prejuízo de R$ 1,2 bilhão com fraudes contábeis - ainda está em curso.
Entre as melhorias já implementadas estão a modernização do sistema de tecnologia da informação, reformas de hipermercados, agilização do atendimento e a revisão do mix de mercadorias oferecido ao consumidor.
As mudanças já renderam frutos - tanto que as vendas do Carrefour cresceram mais do que a da concorrência.
No quarto trimestre de 2014, o Carrefour registrou alta de 10% nas receitas em relação ao mesmo período do ano do anterior, enquanto o Pão de Açúcar avançou só 1%, diz Guilherme Assis, analista do Banco Brasil Plural.
Um executivo de uma rede rival chega a elogiar o trabalho do Carrefour: "Houve claros avanços".
A partir deste ano, a ordem na rede é intensificar consideravelmente o trabalho já iniciado.
Até agora, o Carrefour reformou 18 de seus 102 hipermercados. O Estado apurou que, até o fim de 2016, mais 42 lojas serão renovadas.
Além disso, a empresa deve retomar no fim de 2015 a operação de e-commerce, encerrada em 2012. Outro plano é abrir o capital da filial brasileira quando o cenário econômico ficar mais favorável.
Embora tenha decidido investir em lojas compactas, a avaliação é de que essa transformação ainda é embrionária: até agora, a varejista abriu só quatro unidades de seu modelo de conveniência no Brasil.
A rede Supeco, espécie de versão "mini" do Atacadão, resume-se a uma loja em Sorocaba (SP).
A intenção de retomar as compras de redes regionais, citada por fontes de mercado, é vista como uma forma de agilizar o cumprimento das metas de expansão.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o Carrefour deverá se associar a redes regionais de peso, elevando sua participação aos poucos.
O desafio, segundo um executivo do setor consultado pela reportagem, é não repetir os erros do passado.
Nos anos 90, o Carrefour entrou na onda de aquisições do setor - comprou as fluminenses Rainha e Continental e as mineiras Planaltão e Mineirão -, mas a estratégia não rendeu frutos.
A empresa se desfez da maioria dos negócios. No entanto, lembram fontes, foi uma aquisição - a do Atacadão, em 2007 - que manteve a rede em pé nas dificuldades.
O modelo do Atacadão, considerado vencedor no Brasil, deverá ser replicado em outros países. Deve ir parar até na matriz francesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
São Paulo - Depois de passar quatro anos colocando a casa em ordem por causa de um escândalo de má gestão descoberto na operação brasileira em 2010, o gigante francês Carrefour deverá promover este ano sua mais agressiva expansão no País em pelo menos uma década.
Para 2015, a meta da varejista é acelerar a reforma de hipermercados e aberturas de lojas de vizinhança.
O grupo também avalia fazer aquisições regionais para acelerar o processo de expansão, segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo.
A estratégia é diversificar as operações seguindo os passos de seu principal concorrente no Brasil, o Grupo Pão de Açúcar.
Atualmente, cerca de 60% das receitas do Carrefour Brasil, que somaram R$ 37,9 bilhões em 2014, vêm da operação de atacarejo, o Atacadão, segundo fontes (a matriz não revela a divisão do faturamento por negócio).
O restante das vendas está basicamente concentrado nos hipermercados, modelo considerado decadente por especialistas em varejo .
"Este modelo está sendo revisto no mundo todo, e no Brasil não é diferente", afirma Gildas Aitamer, analista da consultoria alemã Planet Retail.
O objetivo do Carrefour no Brasil é ampliar a rede de supermercados compactos e lojas de proximidade, que ainda têm presença tímida na rede.
Dentro deste plano de ação, o grupo francês ganhou um aliado de peso: o empresário Abilio Diniz, ex-dono do GPA, que se tornou sócio minoritário da operação brasileira em dezembro, com a compra de 10% de participação.
O empresário brasileiro comandou o processo de diversificação do Pão de Açúcar a partir do fim dos anos 90, com a entrada do Casino na sociedade. Junto com o novo sócio, criou um grupo multiformato, com atuação em alimentos, eletroeletrônicos e forte presença na internet.
Em 2014, o GPA faturou R$ 65,5 bilhões, sendo R$ 34,7 bilhões com varejo alimentar e R$ 30,8 bilhões com as divisões Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio) e da CNova, que reúne os negócios de e-commerce da companhia.
Mudanças
O processo de correção de ineficiências do Carrefour Brasil - iniciado após um prejuízo de R$ 1,2 bilhão com fraudes contábeis - ainda está em curso.
Entre as melhorias já implementadas estão a modernização do sistema de tecnologia da informação, reformas de hipermercados, agilização do atendimento e a revisão do mix de mercadorias oferecido ao consumidor.
As mudanças já renderam frutos - tanto que as vendas do Carrefour cresceram mais do que a da concorrência.
No quarto trimestre de 2014, o Carrefour registrou alta de 10% nas receitas em relação ao mesmo período do ano do anterior, enquanto o Pão de Açúcar avançou só 1%, diz Guilherme Assis, analista do Banco Brasil Plural.
Um executivo de uma rede rival chega a elogiar o trabalho do Carrefour: "Houve claros avanços".
A partir deste ano, a ordem na rede é intensificar consideravelmente o trabalho já iniciado.
Até agora, o Carrefour reformou 18 de seus 102 hipermercados. O Estado apurou que, até o fim de 2016, mais 42 lojas serão renovadas.
Além disso, a empresa deve retomar no fim de 2015 a operação de e-commerce, encerrada em 2012. Outro plano é abrir o capital da filial brasileira quando o cenário econômico ficar mais favorável.
Embora tenha decidido investir em lojas compactas, a avaliação é de que essa transformação ainda é embrionária: até agora, a varejista abriu só quatro unidades de seu modelo de conveniência no Brasil.
A rede Supeco, espécie de versão "mini" do Atacadão, resume-se a uma loja em Sorocaba (SP).
A intenção de retomar as compras de redes regionais, citada por fontes de mercado, é vista como uma forma de agilizar o cumprimento das metas de expansão.
O jornal O Estado de S. Paulo apurou que o Carrefour deverá se associar a redes regionais de peso, elevando sua participação aos poucos.
O desafio, segundo um executivo do setor consultado pela reportagem, é não repetir os erros do passado.
Nos anos 90, o Carrefour entrou na onda de aquisições do setor - comprou as fluminenses Rainha e Continental e as mineiras Planaltão e Mineirão -, mas a estratégia não rendeu frutos.
A empresa se desfez da maioria dos negócios. No entanto, lembram fontes, foi uma aquisição - a do Atacadão, em 2007 - que manteve a rede em pé nas dificuldades.
O modelo do Atacadão, considerado vencedor no Brasil, deverá ser replicado em outros países. Deve ir parar até na matriz francesa. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.