Carrefour e Pão de Açúcar se enfrentam em todos os formatos de lojas
Com reestruturações e novos lançamentos, varejistas têm o desafio de rentabilizar modelos de supermercado e lojas de conveniência, bem como as vendas online
Da Redação
Publicado em 24 de julho de 2019 às 06h48.
Última atualização em 24 de julho de 2019 às 12h45.
As duas maiores varejistas do país, Carrefour e Grupo Pão de Açúcar, irão divulgar seus resultados do segundo trimestre nesta quarta-feira, 24, após o fechamento do mercado. Após se beneficiarem do formato de atacarejo durante a crise econômica (com as bandeiras Assaí e Atacadão), elas têm agora o desafio de rentabilizar os modelos de supermercado e lojas de conveniência, bem como as vendas online.
No primeiro trimestre, as vendas brutas das duas companhias foram muito próximas. O GPA obteve receita de 13,8 bilhões de reais, alta de 12,4%, enquanto o Carrefour viu as vendas crescerem 9,9%, para 14,2 bilhões de reais.
A distância entre as duas deve aumentar neste trimestre. A estimativa do BTG Pactual é que o GPA anuncie recuo nas vendas, para 13,3 bilhões de reais, enquanto as vendas do Carrefour devem crescer 14,8 bilhões de reais.
Se confirmados, os números devem reforçar a diferença de desempenho na bolsa. Desde o início do ano, as ações do Grupo Pão de Açúcar caíram 28%, enquanto as do Carrefour subiram 22%.
Agora, com a expectativa de melhora do cenário econômico, as varejistas buscam desenvolver outros formatos, como supermercados, lojas de proximidade e vendas online. Embora com vendas mais baixas, os modelos têm margens maiores, o que pode impulsionar os lucros das empresas.
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O Carrefour também tem investido em produtos mais saudáveis e planeja aumentar a oferta de produtos orgânicos em suas lojas em 85% em 2019. A varejista espera que as vendas de alimentos orgânicos atinjam 500 milhões de reais até 2022.
Já no Grupo Pão de Açúcar o destaque fica para o modelo de proximidade. A rede tem 235 lojas de proximidade, que representam 2,1% das vendas. Agora, a empresa lançou um novo modelo de loja a partir do formato Minuto, voltado para escritórios e grandes centros comerciais e nos últimos meses inaugurou uma loja física, um aplicativo e um site dedicados a vinhos, o Pão de Açúcar Adega.
Mercado digital
As duas também disputam acirradamente o mercado de vendas de alimentos pela internet. Embora o mercado ainda seja pequeno, de apenas 0,4% do total, grandes companhias estão correndo atrás do consumidor através de sites e aplicativos próprios e ajuda de startups.
O GPA anunciou a expansão do serviço James Delivery, aplicativo de entrega de tudo, para São Paulo. Também faz parte da estratégia a Cheftime, startup de kits gastronômicos. A rival busca crescer por meio de sua parceria com a Rappi, startup colombiana de entregas, o site de receitas Cybercook e a startup Propz, de análises de danos.
A disputa pelo mercado brasileira acontece em meio a reestruturações globais das duas empresas. O francês Casino, dono do GPA, irá reorganizar a estrutura da colombiana Éxito, que pode ser incorporada pela brasileira. O GPA também vendeu a rede de móveis e eletrodomésticos Via Varejo, dona da Casas Bahia e Ponto Frio, para um grupo de fundos e a família Klein.
O Casino anunciou, nesta segunda (22), um acordo para a venda da Vindémia, líder do varejo no Oceano Índico, para o grupo GBH, por 219 milhões de euros.
Do outro lado, o Carrefour anunciou a venda de uma participação acionária de 80% no Carrefour China ao grupo chinês Suning.com por 620 milhões de euros. O Carrefour China opera uma rede de 210 hipermercados e 24 lojas de conveniência. Com a operação em outros países em apuros, alcançar bons resultados por aqui torna-se ainda mais importante para os dois gigantes franceses do varejo.