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Calotes maiores afetam Santander Brasil no primeiro tri

No nosso país, a empresa reportou um lucro líquido de R$ 1,76 bilhão no período

O lucro societário caiu 15,5%, a R$ 856 milhões (João Raposo)
DR

Da Redação

Publicado em 26 de abril de 2012 às 16h23.

São Paulo - A tendência de deterioração do crédito bancário foi reforçada pelo Santander Brasil, cujos resultados do primeiro trimestre também sofreram com maiores provisões para calotes.

A franquia do espanhol Santander no país reportou um lucro líquido de 1,76 bilhão de reais no período, no critério que desconsidera despesas de ágio com amortização, uma queda de 3,3 por cento na comparação anual, no padrão contábil brasileiro. O lucro societário caiu 15,5 por cento, a 856 milhões de reais.

No modelo internacional (IFRS), o lucro totalizou 1,72 bilhão de reais, recuando 16,8 por cento no ano a ano, porém acima da previsão média de oito analistas consultados pela Reuters, de 1,51 bilhão de reais.

A última linha foi afetada sobretudo pelo salto de 44,3 por cento nas despesas com provisões para perdas de crédito duvidoso, a 3,09 bilhões de reais.

O movimento foi lastreado pela inadimplência, medida pelo saldo de operações vencidas há mais de 90 dias, que chegou a 4,5 por cento, ante 4 por cento no primeiro quarto de 2011. E a alta só não foi maior devido ao efeito da venda de uma carteira de 700 milhões de reais de créditos podres.

Não fosse isso, o índice teria ido a 4,8 por cento. Mas uma nova alta agora neste segundo quarto já é esperada, admitiu o presidente-executivo do banco, Marcial Portela.

"Tende a aumentar no segundo trimestre, podendo recuar mais pra frente", afirmou o executivo a jornalistas.

Essa deterioração ofuscou em parte a expansão de 17,3 por cento das operações de crédito em 12 meses, a 199,3 bilhões de reais, sob liderança dos empréstimos para pequenas e médias empresas, de 25,3 por cento.

Com isso, a rentabilidade sobre o patrimônio foi de 14,2 por cento, com uma queda de 2 pontos percentuais, novamente no critério que exclui despesas com ágio.


O resultado do Santander reafirmou o tom negativo da temporada, com Bradesco e Itaú Unibanco reportando provisões e índices de inadimplência maiores no primeiro trimestre.

Isso, num cenário de ofensiva dos bancos estatais, deflagrada no início de abril por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, reduzindo agressivamente as taxas de juros, seguindo a orientação do governo para forçar uma queda dos spreads bancários.

Às 15h55, a unit do Santander caía 0,96 por cento, a 15,55 reais, noutro dia em que o setor era o destaque negativo da Bovespa. O principal índice acionário doméstico subia 0,43 por cento no mesmo horário.

Spreads altos

Segundo Portela, os spreads são realmente altos no Brasil, o que ajuda em parte a explicar a elevada inadimplência, na comparação com outros mercados, como Chile, México e Espanha.

Segundo ele, que a tendência é que os juros caiam também por aqui, e o banco estuda cortes de juros em linhas para empresas e para pessoas físicas, mas a atual conjuntura limita esse avanço.

Portela rebateu rumores veiculados na mídia nesta semana, dando conta de que o banco estaria sendo vendido para outro concorrente local.

"Essas informações são totalmente falsas", garantiu.

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São Paulo - A tendência de deterioração do crédito bancário foi reforçada pelo Santander Brasil, cujos resultados do primeiro trimestre também sofreram com maiores provisões para calotes.

A franquia do espanhol Santander no país reportou um lucro líquido de 1,76 bilhão de reais no período, no critério que desconsidera despesas de ágio com amortização, uma queda de 3,3 por cento na comparação anual, no padrão contábil brasileiro. O lucro societário caiu 15,5 por cento, a 856 milhões de reais.

No modelo internacional (IFRS), o lucro totalizou 1,72 bilhão de reais, recuando 16,8 por cento no ano a ano, porém acima da previsão média de oito analistas consultados pela Reuters, de 1,51 bilhão de reais.

A última linha foi afetada sobretudo pelo salto de 44,3 por cento nas despesas com provisões para perdas de crédito duvidoso, a 3,09 bilhões de reais.

O movimento foi lastreado pela inadimplência, medida pelo saldo de operações vencidas há mais de 90 dias, que chegou a 4,5 por cento, ante 4 por cento no primeiro quarto de 2011. E a alta só não foi maior devido ao efeito da venda de uma carteira de 700 milhões de reais de créditos podres.

Não fosse isso, o índice teria ido a 4,8 por cento. Mas uma nova alta agora neste segundo quarto já é esperada, admitiu o presidente-executivo do banco, Marcial Portela.

"Tende a aumentar no segundo trimestre, podendo recuar mais pra frente", afirmou o executivo a jornalistas.

Essa deterioração ofuscou em parte a expansão de 17,3 por cento das operações de crédito em 12 meses, a 199,3 bilhões de reais, sob liderança dos empréstimos para pequenas e médias empresas, de 25,3 por cento.

Com isso, a rentabilidade sobre o patrimônio foi de 14,2 por cento, com uma queda de 2 pontos percentuais, novamente no critério que exclui despesas com ágio.


O resultado do Santander reafirmou o tom negativo da temporada, com Bradesco e Itaú Unibanco reportando provisões e índices de inadimplência maiores no primeiro trimestre.

Isso, num cenário de ofensiva dos bancos estatais, deflagrada no início de abril por Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, reduzindo agressivamente as taxas de juros, seguindo a orientação do governo para forçar uma queda dos spreads bancários.

Às 15h55, a unit do Santander caía 0,96 por cento, a 15,55 reais, noutro dia em que o setor era o destaque negativo da Bovespa. O principal índice acionário doméstico subia 0,43 por cento no mesmo horário.

Spreads altos

Segundo Portela, os spreads são realmente altos no Brasil, o que ajuda em parte a explicar a elevada inadimplência, na comparação com outros mercados, como Chile, México e Espanha.

Segundo ele, que a tendência é que os juros caiam também por aqui, e o banco estuda cortes de juros em linhas para empresas e para pessoas físicas, mas a atual conjuntura limita esse avanço.

Portela rebateu rumores veiculados na mídia nesta semana, dando conta de que o banco estaria sendo vendido para outro concorrente local.

"Essas informações são totalmente falsas", garantiu.

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