Caixa prevê ápice da inadimplência no 1º tri de 2016
Na pessoa física, a inadimplência da Caixa subiu de 5,72% em junho para 7,01% em setembro enquanto na jurídica passou de 4,54% para 5,44%
Da Redação
Publicado em 20 de novembro de 2015 às 13h48.
São Paulo - A Caixa Econômica Federal espera que o ápice da sua inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, ocorra no primeiro trimestre de 2016, diz o vice-presidente de Finanças e Controladoria do banco público, Márcio Percival. Ao final de setembro, os calotes da instituição subiram a 3,26% após ficarem estáveis em 2,85% ao final de junho.
A caixa divulgou nesta sexta-feira, 20, seus resultados do 3º trimestre.
"O aumento da inadimplência estava na nossa expectativa uma vez que o cenário se deteriorou em meio à expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) diminuindo cada vez mais e o mercado de trabalho encolhendo. Esperamos que no primeiro trimestre do ano que vem seja o ápice desse processo (aumento da inadimplência) e depois tender a voltar", analisou Percival, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sem detalhar um possível número para os calotes.
O aumento dos calotes no terceiro trimestre, de acordo com o executivo, foi impulsionado, principalmente por operações comerciais junto às pessoas físicas e também às pequenas e médias empresas que respondem por 50% da carteira de pessoa jurídica da Caixa.
Pesa ainda, conforme ele, a desaceleração do crescimento do crédito que tem efeito "significativo" na inadimplência do banco.
Na pessoa física, a inadimplência da Caixa subiu de 5,72% em junho para 7,01% em setembro enquanto na jurídica passou de 4,54% para 5,44%. Até mesmo na habitação, o banco teve piora nos calotes. O indicador, que mede os atrasos acima de 90 dias, avançou para 2,07% ao final de setembro ante 1,93% em junho.
As despesas com provisão para devedores, as chamadas PDDs, cresceram 34,4% no terceiro trimestre ante o segundo, para R$ 6,123 bilhões. Em um ano, esses gastos tiveram um salto de 86,7%. J
á o saldo de PDDs ultrapassou os R$ 32 bilhões, aumento de 9,0% ante o trimestre e 23,1% em um ano. De julho a setembro, a Caixa fez provisão adicional de R$ 1,1 bilhão, aproveitando a majoração da CSLL.
Crédito podre
Em paralelo ao aumento da inadimplência, a Caixa vendeu mais R$ 1 bilhão em créditos podres (vencidos e já baixados a prejuízo) no terceiro trimestre deste ano, conforme Roberto Derziê de SantAnna, vice-presidente de riscos do banco.
Segundo ele, outro R$ 1 bilhão relativo a operações com cartões de crédito foi vendido entre outubro e novembro, totalizando R$ 10,6 bilhões neste ano.
"Trata-se de um procedimento natural de limpeza de carteira que não fazíamos antes. Temos um estoque de carteira grande e está na programação do banco continuar vendendo créditos vencidos dependendo das oportunidades", explicou o novo vice-presidente da Caixa, acrescentando que tais vendas não refletem na inadimplência do banco uma vez que já foram baixadas a prejuízo.
Ao vender R$ 10,6 bilhões em créditos podres neste ano, a Caixa já elevou o montante de recursos destinado a este fim em mais de 29% em relação a 2014, quando se desfez de R$ 8,2 bilhões.
São Paulo - A Caixa Econômica Federal espera que o ápice da sua inadimplência, considerando atrasos acima de 90 dias, ocorra no primeiro trimestre de 2016, diz o vice-presidente de Finanças e Controladoria do banco público, Márcio Percival. Ao final de setembro, os calotes da instituição subiram a 3,26% após ficarem estáveis em 2,85% ao final de junho.
A caixa divulgou nesta sexta-feira, 20, seus resultados do 3º trimestre.
"O aumento da inadimplência estava na nossa expectativa uma vez que o cenário se deteriorou em meio à expectativa do Produto Interno Bruto (PIB) diminuindo cada vez mais e o mercado de trabalho encolhendo. Esperamos que no primeiro trimestre do ano que vem seja o ápice desse processo (aumento da inadimplência) e depois tender a voltar", analisou Percival, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, sem detalhar um possível número para os calotes.
O aumento dos calotes no terceiro trimestre, de acordo com o executivo, foi impulsionado, principalmente por operações comerciais junto às pessoas físicas e também às pequenas e médias empresas que respondem por 50% da carteira de pessoa jurídica da Caixa.
Pesa ainda, conforme ele, a desaceleração do crescimento do crédito que tem efeito "significativo" na inadimplência do banco.
Na pessoa física, a inadimplência da Caixa subiu de 5,72% em junho para 7,01% em setembro enquanto na jurídica passou de 4,54% para 5,44%. Até mesmo na habitação, o banco teve piora nos calotes. O indicador, que mede os atrasos acima de 90 dias, avançou para 2,07% ao final de setembro ante 1,93% em junho.
As despesas com provisão para devedores, as chamadas PDDs, cresceram 34,4% no terceiro trimestre ante o segundo, para R$ 6,123 bilhões. Em um ano, esses gastos tiveram um salto de 86,7%. J
á o saldo de PDDs ultrapassou os R$ 32 bilhões, aumento de 9,0% ante o trimestre e 23,1% em um ano. De julho a setembro, a Caixa fez provisão adicional de R$ 1,1 bilhão, aproveitando a majoração da CSLL.
Crédito podre
Em paralelo ao aumento da inadimplência, a Caixa vendeu mais R$ 1 bilhão em créditos podres (vencidos e já baixados a prejuízo) no terceiro trimestre deste ano, conforme Roberto Derziê de SantAnna, vice-presidente de riscos do banco.
Segundo ele, outro R$ 1 bilhão relativo a operações com cartões de crédito foi vendido entre outubro e novembro, totalizando R$ 10,6 bilhões neste ano.
"Trata-se de um procedimento natural de limpeza de carteira que não fazíamos antes. Temos um estoque de carteira grande e está na programação do banco continuar vendendo créditos vencidos dependendo das oportunidades", explicou o novo vice-presidente da Caixa, acrescentando que tais vendas não refletem na inadimplência do banco uma vez que já foram baixadas a prejuízo.
Ao vender R$ 10,6 bilhões em créditos podres neste ano, a Caixa já elevou o montante de recursos destinado a este fim em mais de 29% em relação a 2014, quando se desfez de R$ 8,2 bilhões.