A BRF-Brasil Foods (ex-Perdigão) decidiu concentrar sua produção de perus na unidade de Mineiros, no Estado de Goiás. Desta forma, a companhia transferirá o abate e a produção da ave da unidade de Carambeí, no Paraná, para o Centro-Oeste. Segundo nota encaminhada pela empresa, "o ajuste é necessário considerando-se que o mercado de perus, já há algum tempo, vem sendo afetado por um cenário adverso". Depois de implementadas as mudanças, o abate de perus em Mineiros deve ficar em torno de 30 mil perus por dia. A empresa não informou quantos perus são abatidos atualmente em Carambeí todos os dias.

A companhia lembrou que a maior parte da produção nacional de perus é voltada para o mercado externo, principalmente para a União Europeia, que estabeleceu cotas para a importação do produto, limitando os volumes embarcados pelas empresas brasileiras. Assim, houve redução na demanda, em um cenário que, agora, tende a ser amenizado pela BRF por meio da redução de custos. "As medidas anunciadas pela companhia contribuirão para otimizar sua logística industrial e buscar maior eficiência operacional", diz a nota.

A empresa informou ainda que a linha de perus de Carambeí será reformulada para a produção de frango, com abates de cerca de 500 mil cabeças por dia. As granjas de perus dos produtores integrados também deverão migrar gradativamente para a criação de frangos.

Além de perus, a BRF produz frangos, suínos e lácteos em Carambeí, empregando aproximadamente 5,4 mil trabalhadores, de acordo com informações do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Laticínios, Carnes e Derivados do município de Castro e região. De acordo com o vice-presidente do sindicato, Wagner do Nascimento Rodrigues, a empresa ainda não comunicou oficialmente os funcionários sobre a mudança.

Ontem à noite, a BRF informou, por meio de comunicado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que também vai transferir as atividades da unidade de Cavalhada, na Grande Porto Alegre (RS), para a fábrica de Lajeado, que fica na região do Vale do Taquari, a 114 quilômetros da capital gaúcha. De acordo com a BRF, a localização da fábrica de Cavalhada "tem causado diversas dificuldades operacionais, que vão desde o transporte de animais vivos ao longo de avenidas até questões ambientais da própria unidade, cujas instalações são antigas".