Negócios

BRF prevê investimentos abaixo de R$ 1 bilhão em 2010

Por Tatiana Freitas São Paulo - O presidente executivo da BRF-Brasil Foods, José Antonio do Prado Fay, disse hoje que os investimentos da companhia devem ficar abaixo de R$ 1 bilhão em 2010, considerando também os aportes da Sadia. Este ano, BRF e Sadia devem investir, juntas, cerca de R$ 800 milhões em ativos permanentes […]

EXAME.com (EXAME.com)

EXAME.com (EXAME.com)

DR

Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h46.

Por Tatiana Freitas

São Paulo - O presidente executivo da BRF-Brasil Foods, José Antonio do Prado Fay, disse hoje que os investimentos da companhia devem ficar abaixo de R$ 1 bilhão em 2010, considerando também os aportes da Sadia. Este ano, BRF e Sadia devem investir, juntas, cerca de R$ 800 milhões em ativos permanentes e aproximadamente R$ 370 milhões em matrizes, totalizando R$ 1,17 bilhão. "Em 2010, devemos ficar ligeiramente abaixo disso. De 2011 para frente, é difícil dizer, pois ainda não temos total visibilidade de como a companhia ficará após a integração das operações", afirmou o executivo, durante encontro com analistas e investidores promovido pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais em São Paulo (Apimec-SP).

Segundo Fay, nos próximos dois anos o foco da BRF será a captura de sinergias geradas a partir da união com a Sadia. "No próximo ano, devemos preparar o nosso plano de investimento até 2015. E ele vai depender muito da nossa decisão de aquisição fora do Brasil", adiantou Fay. Após a fase de captura de sinergias, a prioridade da BRF será a expansão no mercado externo, que pode ocorrer tanto por meio de compras como por crescimento orgânico.

Até lá, os investimentos devem ficar voltados para aumento de produtividade e melhorias. Fay lembrou que a Sadia e a antiga Perdigão vinham, nos últimos anos, em um ritmo acelerado de investimentos, inclusive com a construção de novas fábricas. A Sadia construiu uma unidade em Vitória de Santo Antão (PE) e a Perdigão construiu unidades em Rio Verde (GO) e Bom Conselho (PE). Também por essa razão, explicou o executivo, investimentos na construção de novas unidades tornam-se desnecessários por enquanto.

Câmbio

A BRF trabalha com a expectativa de câmbio estável, ao redor de R$ 1,70, para o próximo ano. A informação foi dada pelo diretor Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Leopoldo Saboya. Apesar de admitir que o País está atraindo investimento externo, o que pode levar à continuidade do movimento de desvalorização do dólar em relação ao real, o executivo afirmou que o governo está tomando medidas para evitar uma apreciação ainda maior da moeda brasileira. "Não vemos a necessidade de sair vendendo dólar (no mercado futuro) para travar uma taxa e proteger nossas exportações", afirmou.

Segundo ele, a companhia deve continuar em 2010 com uma exposição pequena a operações de hedge (proteção) cambial, apenas para cobrir um pequeno período de exportação. A BRF encerrou o terceiro trimestre do ano com uma exposição cambial de aproximadamente R$ 1 bilhão, o equivalente a menos de três meses de exportação.

Considerando a incorporação da Sadia, que amargou fortes perdas com derivativos exóticos, que incluíam operações com dólar, o valor chegou a R$ 3 bilhões. "Agora chegamos a uma posição confortável de exposição cambial e voltamos a ficar enquadrados dentro da política de hedge da Perdigão, que passa a valer também para a Sadia", disse.

Saboya não acredita que a manutenção da taxa de câmbio em torno de R$ 1,70 possa prejudicar a competitividade do frango brasileiro no exterior. "Em boa parte dos anos de 2007 e 2008 estivemos com o câmbio a um nível muito próximo do que estamos hoje", lembrou. "E éramos competitivos."

Para ele, o que ameaça a competitividade brasileira é a rapidez com que as mudanças no câmbio ocorrem. Em sua avaliação, os exportadores brasileiros têm condições de se adequar ao novo cenário. "A competitividade brasileira não está lastreada no nível do câmbio", defendeu o executivo.

Cade

O presidente executivo da BRF também informou hoje que a companhia apresentou mais dois pedidos de flexibilização do Acordo de Preservação da Reversibilidade das Operações (Aro) assinado com a Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), após o anúncio da fusão com a Sadia. "Fechamos com o Cade um acordo que era bastante restritivo. Tentamos agora obter algum tipo de flexibilidade no que foi acordado", disse. Segundo o executivo, os dois pleitos são referentes às operações da empresa no mercado interno.

A BRF já havia obtido no Cade uma resposta favorável ao primeiro pedido de flexibilização apresentado, que se referia à atuação das empresas no mercado externo. O órgão antitruste autorizou que a Sadia e a BRF operem conjuntamente no exterior. "Do porto para frente nós podemos operar conjuntamente", explicou Fay, acrescentando que a companhia já consegue captar algumas sinergias do ponto de vista logístico fora do País.

O executivo não quis adiantar qual tipo de flexibilização está sendo solicitada desta vez, revelando apenas que se trata de sua atuação doméstica. Segundo ele, esses dois pleitos foram apresentados este mês e a companhia tem uma boa expectativa em relação à sua aprovação. "É possível que haja uma resposta até o fim do ano", disse. O presidente da BRF reafirmou a previsão de que o julgamento final da fusão com a Sadia ocorra no primeiro semestre de 2010.

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais de Negócios

Melhores dos Negócios Internacionais 2024: conheça as categorias da premiação

Lavitan Familhão: Cimed investe R$ 30 milhões em projeto com clube de benefícios de Luciano Huck

Cresceu, mas encolheu: pesquisa da ABF mostra como estão as franquias brasileiras no exterior

Ícone Transportes aposta em expansão com frota elétrica e parceria tecnológica

Mais na Exame