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Brasil Kirin pode vender fábricas para Heineken

A intenção de vender os ativos veio depois que o grupo japonês Kirin teve seu primeiro prejuízo da história em 2015, por conta da subsidiária brasileira


	Fábrica da Brasil Kirin, em Itu: em 2015 o grupo japonês Kirin teve seu primeiro prejuízo da história, por conta da subsidiária brasileira
 (Lia Lubambo)

Fábrica da Brasil Kirin, em Itu: em 2015 o grupo japonês Kirin teve seu primeiro prejuízo da história, por conta da subsidiária brasileira (Lia Lubambo)

Karin Salomão

Karin Salomão

Publicado em 19 de julho de 2016 às 16h26.

São Paulo - A Brasil Kirin negocia a venda de duas fábricas para a Heineken, como parte da estratégia para economizar até R$ 200 milhões ainda esse ano.

Segundo o jornal Valor Econômico, a dona da cerveja Devassa quer se desfazer das unidades em Horizonte, no Ceará, e em Alexânia, em Goiás.

De acordo com o jornal, a Heineken poderia se interessar principalmente pela rede de distribuição da Brasil Kirin, que atinge mais de 80% do território nacional com 170 distribuidores independentes e 20 centros de distribuição.

No início de julho, o Cade aprovou a venda da fábrica da Brasil Kirin em Cachoeiras de Macacu, no Rio de Janeiro, para a Ambev.

No entanto, isso não foi o suficiente para alcançar os cortes de custos planejados pela companhia, que também é dona das cervejas Schin e Baden Baden, de acordo com o jornal.

A intenção de vender os ativos veio depois que o grupo japonês Kirin teve seu primeiro prejuízo da história em 2015, principalmente por conta da subsidiária brasileira, que sofre com a crise econômica.

Ela perdeu 25% de sua participação de mercado no ano passado e teve queda de 25,4% nas receitas, por conta da depreciação do real ante o dólar e queda de 16,8% na venda de cervejas.

Por isso, o presidente da Brasil Kirin, André Salles, apresentou um plano de recuperação do negócio para a matriz japonesa.

Para economizar R$ 200 milhões já nesse ano, ela espera reorganizar seu portfólio, vender fábricas e cortar custos internos.

A Brasil Kirin não confirmou que estaria negociando a venda dessas unidades e disse que "está permanentemente buscando alternativas para otimizar a utilização de seus ativos e elevar a sua eficiência operacional".

Por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que, além de cortes nos custos internos, investirá R$ 400 milhões no reposicionamento de algumas marcas.

Um exemplo é a mudança de posicionamento da Devassa, que abandonou suas formas mais populares e decidiu investir apenas na versão premium. 

Procurada, a Heineken afirmou que não iria comentar.

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