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Brasil eleva cota de importação de trigo sem tarifa

Cota para importação de trigo sem tarifa de fora do Mercosul subiu de 1 milhão para 2 milhões de toneladas

Trigo: o trigo poderá ser importado com redução de alíquota até 31 de julho de 2013, período de entressafra no Brasil, segundo comunicado do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. (Sean Gallup/Getty Images)

Trigo: o trigo poderá ser importado com redução de alíquota até 31 de julho de 2013, período de entressafra no Brasil, segundo comunicado do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. (Sean Gallup/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 9 de abril de 2013 às 22h03.

São Paulo - A Câmara de Comércio Exterior (Camex) elevou nesta terça-feira de 1 milhão para 2 milhões de toneladas a cota para importação de trigo sem tarifa de fora do Mercosul, ao mesmo tempo em que zerou o imposto de importação do algodão para compras totais de 80 mil toneladas.

As medidas visam trazer algum alívio para as indústrias, que estão lidando com custos mais altos por conta do período de entressafra ou redução da produtividade das lavouras do Mercosul.

O trigo poderá ser importado com redução de alíquota até 31 de julho de 2013, período de entressafra no Brasil, segundo comunicado do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior.

A cotação deste cereal no mercado brasileiro no início deste mês apontava para alta de 50 por cento em relação ao preço médio do trigo em abril do ano passado, de acordo com dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Universidade de São Paulo.

Em fevereiro, a Camex já havia reduzido de 10 por cento para zero a tarifa de importação de trigo para uma cota inicial de 1 milhão de toneladas, e tinha alertado para a possibilidade de elevar o volume, caso a Argentina não atendesse a demanda do Brasil.

"A medida foi adotada tendo em vista também a quebra da safra na Argentina, principal fornecedor do produto para o mercado brasileiro", informou o ministério.

A safra de trigo da Argentina, principal fornecedor do Brasil, caiu para 11 milhões de toneladas na última colheita, contra 15,5 milhões na temporada anterior, segundo os dados mais recentes do Departamento de Agricultura dos EUA (USDA).

O Brasil já começou a comprar trigo fora do Mercosul, especialmente dos Estados Unidos, de onde integrantes do mercado consideram que virá a maior parte do cereal importado fora do bloco econômico sul-americano.

Desde o anúncio da redução da tarifa, em fevereiro, até a semana passada, o Brasil já importou mais de 300 mil toneladas do trigo dos EUA, de acordo com dados do USDA. A cota livre de tarifa começou a vigorar em 1o de abril.


Estimativas iniciais do mercado apontavam para uma necessidade de importação de trigo de fora do Mercosul de pelo menos 1 milhão de toneladas, mas a própria decisão da Camex indica que a demanda para compras externas fora do bloco comercial é maior.

Algodão

A Camex também decidiu nesta terça-feira reduzir de 10 por cento para zero o Imposto de Importação para fibras de algodão, a fim de garantir o abastecimento no período de entressafra.

A isenção do imposto é válida para as importações realizadas no período de 1o de maio a 31 de julho de 2013, até o limite de 80 mil toneladas.

"O objetivo da medida é evitar interrupção no suprimento das fibras de algodão para as indústrias têxteis e de vestuário, durante a entressafra da produção nacional, nos meses de maio, junho e julho deste ano", disse a nota.

A medida atendeu a um pedido da indústria, que originalmente solicitou uma cota livre de tarifa de 200 mil toneladas.

Segundo o Cepea, apesar de uma boa safra em 2012, as exportações dos últimos meses enxugaram a disponibilidade interna, ao mesmo tempo em que indústrias precisam se reabastecer.

Os preços do algodão já se estabilizaram nos últimos dias, após registrarem alta de 14 por cento em março, informou o Cepea nesta terça-feira. Segundo pesquisas do instituto, nos últimos dias as variações diárias dos preços da pluma no mercado brasileiro não foram expressivas, havendo uma retração dentre os compradores e uma liquidez baixa.

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