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Bradesco prefere focar no Brasil a crescer no exterior

O banco está focando em possibilidades de expansão para negócio de varejo no mercado doméstico e pode lucrar com sua grande rede de distribuição

Bradesco: o banco está apostando na sua rede de mais de 4.650 agências para oferecer empréstimos hipotecários aos que querem comprar sua primeira casa (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 15h00.

O Banco Bradesco SA está se recusando a seguir a estratégia do seu maior rival, o Itaú Unibanco Holding SA, de expandir-se fora do Brasil para aumentar os lucros .

Em vez disso, o Bradesco , o segundo maior credor da América Latina por valor de mercado, está focando em possibilidades de expansão para negócio de varejo no mercado doméstico e pode lucrar com sua grande rede de distribuição, segundo o diretor executivo gerente Luiz Carlos Angelotti.

“Alguns mercados na região são interessantes, mas oferecem retornos menores do que temos no Brasil”, disse Angelotti, 49, em entrevista na sede do banco em Osasco. “O nosso foco continua no mercado nacional”.

A confiança do Bradesco no Brasil chega enquanto o segundo maior mercado emergente do mundo passa por dificuldades para revigorar sua economia em meio à alta da inflação.

Sob a administração da presidente Dilma Rousseff, o país encerrou 2013 com o menor crescimento em um período de três anos em uma década, ao passo que a inflação acelerou de 5,84 por cento em 2012 para 5,91 por cento no ano passado.

O Itaú, entretanto, recorreu a economias de crescimento mais rápido na América Latina como resposta, e decidiu adquirir o controle da Corpbanca SA do Chile, em janeiro, por US$ 2,2 bilhões. Trata-se da maior aquisição de um banco na região em quase cinco anos. Um funcionário de imprensa do Itaú não quis comentar por e-mail a estratégia internacional do banco.

Retornos sobre o patrimônio

Embora o crescimento no Brasil não apresentará grandes mudanças neste ano, ficando em cerca de 2 por cento, o ambiente bancário está melhorando, pois a inadimplência e as estipulações para perdas com empréstimos continuam estáveis neste ano após caírem em 2013, disse Angelotti.


Isso ajudará o banco a registrar retornos sobre o patrimônio (ROE) de até 20 por cento, disse ele. Seria o primeiro aumento após três anos consecutivos de queda, conforme o relatório de lucros do banco.

“Os bancos estão se focando em linhas de menor risco e as pessoas têm planejado melhor para adquirir dívida”, disse Angelotti.

Espera-se que o Bradesco anuncie um ROE de 18,96 por cento neste ano, ao passo que as estimativas para o Itaú indicam 20,64 por cento, segundo 13 analistas consultados pela Bloomberg.

‘Estratégias diferentes’

“Bradesco e Itaú têm estratégias diferentes: não tem o certo e o errado, são apenas diferentes”, disse Carlos Daltozo, analista do Banco do Brasil SA em São Paulo. “O Itaú sempre se mostrou mais agressivo nessas aquisições. O Bradesco sempre se focou no crescimento orgânico”.

O Bradesco está apostando na sua rede de mais de 4.650 agências para oferecer empréstimos hipotecários aos que querem comprar sua primeira casa, empréstimos consignados àqueles que visam reduzir os custos dos empréstimos ou a venda de produtos de seguros. A rede do banco é a segunda maior do Brasil, atrás das 5.458 agências do Banco do Brasil, que é federal, mostram dados do Banco Central. Itaú é o terceiro colocado com 3.904 agências.

O CEO do Itaú, Roberto Setubal, disse que o Itaú continuará procurando oportunidades de expansão na banca varejista no México e no Peru. Angelotti vê empréstimos hipotecários e consignados menos arriscados como líderes da expansão do Bradesco neste ano.

No seu relatório de lucros do quarto trimestre, o Bradesco prognosticou que sua carteira de empréstimos crescerá entre 11 por cento e 14 por cento, após subir 11 por cento no ano passado para R$ 427,3 bilhões (US$ 182 bilhões). Isso se compara a uma meta de crescimento para 2014 de 10 por cento a 13 por cento para o Itaú, que encerrou 2013 com uma carteira de empréstimos de R$ 509,9 bilhões. A soma incluiu R$ 39,1 bilhões em empréstimos na América Latina fora do Brasil.

“O Brasil é um país intercontinental, e se as regiões Sul e Sudeste não estão crescendo muito, o Nordeste está”, disse Henrique Kleine, analista-chefe da corretora Magliano SA em São Paulo, em entrevista por telefone. “Bancos com uma grande capilarização como o Bradesco podem se aproveitar de crescimento mais acelerado em alguns estados”.

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O Banco Bradesco SA está se recusando a seguir a estratégia do seu maior rival, o Itaú Unibanco Holding SA, de expandir-se fora do Brasil para aumentar os lucros .

Em vez disso, o Bradesco , o segundo maior credor da América Latina por valor de mercado, está focando em possibilidades de expansão para negócio de varejo no mercado doméstico e pode lucrar com sua grande rede de distribuição, segundo o diretor executivo gerente Luiz Carlos Angelotti.

“Alguns mercados na região são interessantes, mas oferecem retornos menores do que temos no Brasil”, disse Angelotti, 49, em entrevista na sede do banco em Osasco. “O nosso foco continua no mercado nacional”.

A confiança do Bradesco no Brasil chega enquanto o segundo maior mercado emergente do mundo passa por dificuldades para revigorar sua economia em meio à alta da inflação.

Sob a administração da presidente Dilma Rousseff, o país encerrou 2013 com o menor crescimento em um período de três anos em uma década, ao passo que a inflação acelerou de 5,84 por cento em 2012 para 5,91 por cento no ano passado.

O Itaú, entretanto, recorreu a economias de crescimento mais rápido na América Latina como resposta, e decidiu adquirir o controle da Corpbanca SA do Chile, em janeiro, por US$ 2,2 bilhões. Trata-se da maior aquisição de um banco na região em quase cinco anos. Um funcionário de imprensa do Itaú não quis comentar por e-mail a estratégia internacional do banco.

Retornos sobre o patrimônio

Embora o crescimento no Brasil não apresentará grandes mudanças neste ano, ficando em cerca de 2 por cento, o ambiente bancário está melhorando, pois a inadimplência e as estipulações para perdas com empréstimos continuam estáveis neste ano após caírem em 2013, disse Angelotti.


Isso ajudará o banco a registrar retornos sobre o patrimônio (ROE) de até 20 por cento, disse ele. Seria o primeiro aumento após três anos consecutivos de queda, conforme o relatório de lucros do banco.

“Os bancos estão se focando em linhas de menor risco e as pessoas têm planejado melhor para adquirir dívida”, disse Angelotti.

Espera-se que o Bradesco anuncie um ROE de 18,96 por cento neste ano, ao passo que as estimativas para o Itaú indicam 20,64 por cento, segundo 13 analistas consultados pela Bloomberg.

‘Estratégias diferentes’

“Bradesco e Itaú têm estratégias diferentes: não tem o certo e o errado, são apenas diferentes”, disse Carlos Daltozo, analista do Banco do Brasil SA em São Paulo. “O Itaú sempre se mostrou mais agressivo nessas aquisições. O Bradesco sempre se focou no crescimento orgânico”.

O Bradesco está apostando na sua rede de mais de 4.650 agências para oferecer empréstimos hipotecários aos que querem comprar sua primeira casa, empréstimos consignados àqueles que visam reduzir os custos dos empréstimos ou a venda de produtos de seguros. A rede do banco é a segunda maior do Brasil, atrás das 5.458 agências do Banco do Brasil, que é federal, mostram dados do Banco Central. Itaú é o terceiro colocado com 3.904 agências.

O CEO do Itaú, Roberto Setubal, disse que o Itaú continuará procurando oportunidades de expansão na banca varejista no México e no Peru. Angelotti vê empréstimos hipotecários e consignados menos arriscados como líderes da expansão do Bradesco neste ano.

No seu relatório de lucros do quarto trimestre, o Bradesco prognosticou que sua carteira de empréstimos crescerá entre 11 por cento e 14 por cento, após subir 11 por cento no ano passado para R$ 427,3 bilhões (US$ 182 bilhões). Isso se compara a uma meta de crescimento para 2014 de 10 por cento a 13 por cento para o Itaú, que encerrou 2013 com uma carteira de empréstimos de R$ 509,9 bilhões. A soma incluiu R$ 39,1 bilhões em empréstimos na América Latina fora do Brasil.

“O Brasil é um país intercontinental, e se as regiões Sul e Sudeste não estão crescendo muito, o Nordeste está”, disse Henrique Kleine, analista-chefe da corretora Magliano SA em São Paulo, em entrevista por telefone. “Bancos com uma grande capilarização como o Bradesco podem se aproveitar de crescimento mais acelerado em alguns estados”.

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