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Bons ares acompanham a perfumaria no Brasil

O faturamento de vendas brasileiro em 2010 chegou à casa dos US$ 6 bilhões, ante os US$ 5,3 bilhões norte-americanos

A chacoalhada no varejo nacional vem com a chegada ao Brasil da megastore francesa Sephora (DIVULGACAO)
DR

Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2011 às 20h14.

São Paulo - A perfumaria no Brasil vive um momento único. Ao se transformar no maior mercado consumidor do mundo, ultrapassando os Estados Unidos, o País sela seu apreço pelo universo das fragrâncias. Foi o que revelou este ano a agência internacional de pesquisa e análise Euromonitor. O faturamento de vendas brasileiro em 2010 chegou à casa dos US$ 6 bilhões, ante os US$ 5,3 bilhões norte-americanos. No ranking, a Alemanha ganhou o 3.º lugar, seguida de França e Rússia.

Mas os números vultosos não são o único motivo para deixar o setor em ponto de ebulição. Uma série de novidades e acontecimentos provam que esse é um movimento em plena expansão. Em agosto, foi inaugurado o curso gratuito de capacitação Avaliação Olfativa para Deficientes Visuais. A iniciativa é da empresária Tânia Bulhões, dona da revendedora de luxo de artigos para casa e de perfumaria, com parceria da Fundação Dorina Nowill para Cegos, entidade que se dedica à inclusão de deficientes visuais.

A estrutura conta com laboratório e aulas com perfumistas renomados. Dos 100 deficientes visuais candidatos, só 10 conseguiram as vagas após rigorosa seleção. Eles vão estudar por um ano e, no segundo, estagiar nas principais casas de fragrâncias do País. Para quem não sabe, são essas empresas - muitas delas multinacionais de tradição - e seus perfumistas que elaboram os perfumes de grandes marcas do mercado nacional.

Coordenado pela expert em perfumes Renata Ashcar, com 25 anos dedicados ao tema, o projeto vai oferecer mão de obra ao mercado com demanda aquecida e, ao mesmo tempo, com falta de profissionais. "A iniciativa é única no mundo", garante Renata.

Ela explica que formação técnica para aprender essa arte só existe em dois locais na França: no Institut Superieur Internacional du Parfum de la Cosmétique et de l’Aromatique Alimentaire (ISIPCA), em Versalhes, e no Cinquième Sens, com sede em Paris e uma filial em Nova York. "Mas, para poder cursá-los, é necessário ter formação em farmácia ou química e bancar os estudos por dois anos."


A Faculdade Santa Marcelina não ficou atrás. Conhecida por ser pioneira no ensino superior de moda no Brasil, a instituição abriu as portas, em março, para a primeira turma de pós-graduação com foco em perfumaria, com o curso A Cultura do Perfume - Essência e Ciência. A criadora da especialização é a consultora de moda, consumidora ávida de fragrâncias e pesquisadora Andréia Miron.

"Há pouco mais de dois anos, já se apontava para o crescimento do mercado e também da necessidade de qualificação profissional", recorda Andréia, coordenadora da pós. "As grandes casas de fragrância sentiam falta de gente com conhecimento mais amplo, pois os que já trabalhavam na área se limitavam à cultura da empresa."

O diferencial desse curso, diz Andréia, é a união de moda e perfume, tão valorizada no exterior e pouco explorada no País. "Muitas grifes se mantêm com a venda dos perfumes. Por isso é importante trazer para cá esse conceito, que agrega bastante valor à marca", explica.

A chacoalhada no varejo nacional vem com a chegada ao Brasil da megastore francesa Sephora, a maior rede de cosméticos e perfumes do planeta, a partir de 2012, avisa Renata Ashcar. Pesquisadora e referência em perfumaria, ela é autora do único livro em português sobre o tema, o cultuado "Brasilessência: A Cultura do Perfume" (Editora Best Seller) e do sempre esgotado "Guia de Perfumes", anualmente distribuído nas bancas pela Editora Duetto.

"A previsão dessa marca, que se associou à Sack’s (maior empresa brasileira de venda online de perfumes e cosméticos), é abrir 20 lojas no País em três anos", diz Renata. "O que não aconteceu em 10 anos no varejo vai acontecer em três, com o aumento de oferta de produtos exclusivos e preços mais acessíveis." A chegada de novas marcas internacionais, como a Sephora, anda junto com o desenvolvimento dos produtos genuinamente nacionais, que ganharam qualidade e, consequentemente, projeção internacional.

As líderes de vendas de perfumes são as brasileiras O Boticário e Natura que, juntas, abocanham quase 60% do mercado. As empresas pequenas, por sua vez, estão se revitalizando para não deixar a onda passar. Tanto é que hoje os perfumes nacionais de posicionamento semelhantes aos importados chegam a dar um banho, avalia Aûani Cusma, diretor da editora Cusma, responsável pela publicação da revista "Atualidade Cosmética" e do Prêmio Atualidade Cosmética - consolidado como o "Oscar da perfumaria nacional".

Desconhecido do consumidor e prestigiado por empresas e profissionais do ramo, O Prêmio Atualidade Cosmética é anual e se prepara para realizar a 19.ª edição no dia 7 de novembro, no Credicard Hall, em São Paulo. O artista gráfico e designer de embalagens para cosméticos José Luiz de Paula Jr., pai de Aûani, foi o mentor da premiação, examinada pela mesma empresa que audita o Oscar do cinema, a PricewaterHouse. Sua ideia inicial era estimular o aprimoramento da indústria brasileira. "Ao longo dos anos, o prêmio testemunhou a evolução da perfumaria nacional", diz Paula Jr.. "Ele nasceu com a revista, em 1992, e daquela época para cá a transformação foi brutal."

Das 21 categorias de cosméticos que concorrem à estatueta, dez delas estão direcionadas à escolha das melhores fragrâncias nacionais e importadas, femininas e masculinas. Mas é a partir do próximo dia 21, até 2 de outubro, que os consumidores podem ajudar nessa tarefa.

Trata-se da votação popular, na qual qualquer pessoa poderá testar as 40 fragrâncias finalistas. As pessoas devem apontar o perfume latino feminino e masculino, além do internacional feminino e masculino, da sua preferência. No ano passado, cerca de 700 participantes fizeram parte da seleção.

Entre 21 e 23 de setembro, os interessados em participar poderão votar no Espaço Perfume: uma osmoteca (termo que significa "biblioteca do cheiro"). No local, há uma mostra permanente, de entrada franca, com patrocínio de O Boticário e parceria da Faculdade Santa Marcelina, que aborda a história do perfume ao longo de 5 mil anos.

O espaço fica em Perdizes (Rua Dr. Emílio Ribas, 110, tel.: 2361- 7728). Outra maneira de participar da votação é ir ao Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, de 27 de setembro a 2 de outubro.

Pela primeira vez, o Prêmio Atualidade Cosmética irá promover palestras e workshops abertos ao público. Uma chance e tanto para conhecer perfumistas, que são os grandes criadores das fragrâncias que seduzem os consumidores.

"O brasileiro ama perfume, mas não tem muito conhecimento sobre esse mundo apaixonante", afirma Jenifer Vieira, coordenadora do prêmio. "É justamente para difundir a cultura do perfume que oferecemos essa programação", explica. (Confira no site http://www.cosmeticanews.com.br/premioatualidadecosmetica/ ).

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São Paulo - A perfumaria no Brasil vive um momento único. Ao se transformar no maior mercado consumidor do mundo, ultrapassando os Estados Unidos, o País sela seu apreço pelo universo das fragrâncias. Foi o que revelou este ano a agência internacional de pesquisa e análise Euromonitor. O faturamento de vendas brasileiro em 2010 chegou à casa dos US$ 6 bilhões, ante os US$ 5,3 bilhões norte-americanos. No ranking, a Alemanha ganhou o 3.º lugar, seguida de França e Rússia.

Mas os números vultosos não são o único motivo para deixar o setor em ponto de ebulição. Uma série de novidades e acontecimentos provam que esse é um movimento em plena expansão. Em agosto, foi inaugurado o curso gratuito de capacitação Avaliação Olfativa para Deficientes Visuais. A iniciativa é da empresária Tânia Bulhões, dona da revendedora de luxo de artigos para casa e de perfumaria, com parceria da Fundação Dorina Nowill para Cegos, entidade que se dedica à inclusão de deficientes visuais.

A estrutura conta com laboratório e aulas com perfumistas renomados. Dos 100 deficientes visuais candidatos, só 10 conseguiram as vagas após rigorosa seleção. Eles vão estudar por um ano e, no segundo, estagiar nas principais casas de fragrâncias do País. Para quem não sabe, são essas empresas - muitas delas multinacionais de tradição - e seus perfumistas que elaboram os perfumes de grandes marcas do mercado nacional.

Coordenado pela expert em perfumes Renata Ashcar, com 25 anos dedicados ao tema, o projeto vai oferecer mão de obra ao mercado com demanda aquecida e, ao mesmo tempo, com falta de profissionais. "A iniciativa é única no mundo", garante Renata.

Ela explica que formação técnica para aprender essa arte só existe em dois locais na França: no Institut Superieur Internacional du Parfum de la Cosmétique et de l’Aromatique Alimentaire (ISIPCA), em Versalhes, e no Cinquième Sens, com sede em Paris e uma filial em Nova York. "Mas, para poder cursá-los, é necessário ter formação em farmácia ou química e bancar os estudos por dois anos."


A Faculdade Santa Marcelina não ficou atrás. Conhecida por ser pioneira no ensino superior de moda no Brasil, a instituição abriu as portas, em março, para a primeira turma de pós-graduação com foco em perfumaria, com o curso A Cultura do Perfume - Essência e Ciência. A criadora da especialização é a consultora de moda, consumidora ávida de fragrâncias e pesquisadora Andréia Miron.

"Há pouco mais de dois anos, já se apontava para o crescimento do mercado e também da necessidade de qualificação profissional", recorda Andréia, coordenadora da pós. "As grandes casas de fragrância sentiam falta de gente com conhecimento mais amplo, pois os que já trabalhavam na área se limitavam à cultura da empresa."

O diferencial desse curso, diz Andréia, é a união de moda e perfume, tão valorizada no exterior e pouco explorada no País. "Muitas grifes se mantêm com a venda dos perfumes. Por isso é importante trazer para cá esse conceito, que agrega bastante valor à marca", explica.

A chacoalhada no varejo nacional vem com a chegada ao Brasil da megastore francesa Sephora, a maior rede de cosméticos e perfumes do planeta, a partir de 2012, avisa Renata Ashcar. Pesquisadora e referência em perfumaria, ela é autora do único livro em português sobre o tema, o cultuado "Brasilessência: A Cultura do Perfume" (Editora Best Seller) e do sempre esgotado "Guia de Perfumes", anualmente distribuído nas bancas pela Editora Duetto.

"A previsão dessa marca, que se associou à Sack’s (maior empresa brasileira de venda online de perfumes e cosméticos), é abrir 20 lojas no País em três anos", diz Renata. "O que não aconteceu em 10 anos no varejo vai acontecer em três, com o aumento de oferta de produtos exclusivos e preços mais acessíveis." A chegada de novas marcas internacionais, como a Sephora, anda junto com o desenvolvimento dos produtos genuinamente nacionais, que ganharam qualidade e, consequentemente, projeção internacional.

As líderes de vendas de perfumes são as brasileiras O Boticário e Natura que, juntas, abocanham quase 60% do mercado. As empresas pequenas, por sua vez, estão se revitalizando para não deixar a onda passar. Tanto é que hoje os perfumes nacionais de posicionamento semelhantes aos importados chegam a dar um banho, avalia Aûani Cusma, diretor da editora Cusma, responsável pela publicação da revista "Atualidade Cosmética" e do Prêmio Atualidade Cosmética - consolidado como o "Oscar da perfumaria nacional".

Desconhecido do consumidor e prestigiado por empresas e profissionais do ramo, O Prêmio Atualidade Cosmética é anual e se prepara para realizar a 19.ª edição no dia 7 de novembro, no Credicard Hall, em São Paulo. O artista gráfico e designer de embalagens para cosméticos José Luiz de Paula Jr., pai de Aûani, foi o mentor da premiação, examinada pela mesma empresa que audita o Oscar do cinema, a PricewaterHouse. Sua ideia inicial era estimular o aprimoramento da indústria brasileira. "Ao longo dos anos, o prêmio testemunhou a evolução da perfumaria nacional", diz Paula Jr.. "Ele nasceu com a revista, em 1992, e daquela época para cá a transformação foi brutal."

Das 21 categorias de cosméticos que concorrem à estatueta, dez delas estão direcionadas à escolha das melhores fragrâncias nacionais e importadas, femininas e masculinas. Mas é a partir do próximo dia 21, até 2 de outubro, que os consumidores podem ajudar nessa tarefa.

Trata-se da votação popular, na qual qualquer pessoa poderá testar as 40 fragrâncias finalistas. As pessoas devem apontar o perfume latino feminino e masculino, além do internacional feminino e masculino, da sua preferência. No ano passado, cerca de 700 participantes fizeram parte da seleção.

Entre 21 e 23 de setembro, os interessados em participar poderão votar no Espaço Perfume: uma osmoteca (termo que significa "biblioteca do cheiro"). No local, há uma mostra permanente, de entrada franca, com patrocínio de O Boticário e parceria da Faculdade Santa Marcelina, que aborda a história do perfume ao longo de 5 mil anos.

O espaço fica em Perdizes (Rua Dr. Emílio Ribas, 110, tel.: 2361- 7728). Outra maneira de participar da votação é ir ao Conjunto Nacional, na Avenida Paulista, de 27 de setembro a 2 de outubro.

Pela primeira vez, o Prêmio Atualidade Cosmética irá promover palestras e workshops abertos ao público. Uma chance e tanto para conhecer perfumistas, que são os grandes criadores das fragrâncias que seduzem os consumidores.

"O brasileiro ama perfume, mas não tem muito conhecimento sobre esse mundo apaixonante", afirma Jenifer Vieira, coordenadora do prêmio. "É justamente para difundir a cultura do perfume que oferecemos essa programação", explica. (Confira no site http://www.cosmeticanews.com.br/premioatualidadecosmetica/ ).

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