Negócios

Boeing congela contratações e salários em meio à crise e greve de funcionários

Empresa adota medidas para conter custos e avalia licenças temporárias para preservar caixa e enfrentar desafios financeiros

Greve dos funcionários em Seattle, nos Estados Unidos, é apenas um dos problemas da Boeing. (Jason Redmond/AFP)

Greve dos funcionários em Seattle, nos Estados Unidos, é apenas um dos problemas da Boeing. (Jason Redmond/AFP)

Fernando Olivieri
Fernando Olivieri

Redator na Exame

Publicado em 17 de setembro de 2024 às 09h05.

A Boeing, uma das maiores fabricantes de aeronaves do mundo, anunciou uma série de medidas de austeridade diante de uma crescente crise interna. Em um memorando aos funcionários, o diretor financeiro Brian West comunicou que a empresa está suspendendo novas contratações e congelando aumentos salariais para executivos. Além disso, cortes em despesas com viagens corporativas e serviços de alimentação também estão em andamento, exceto em casos de visitas de clientes. As informações são da QZ.

As medidas ocorrem em um momento delicado para a Boeing, que enfrenta as consequências da crise contínua do 737 Max, bem como uma greve de trabalhadores sindicalizados. O objetivo principal dessas ações é preservar o caixa da empresa e manter sua viabilidade em meio às adversidades.

Austeridade e contenção de custos

Com essas ações, a Boeing busca garantir que recursos essenciais para segurança, qualidade e suporte ao cliente sejam preservados, enquanto reduz outros gastos. O congelamento de contratações, pausas nos reajustes salariais de executivos e cortes nas viagens são algumas das medidas implementadas. A empresa também está reduzindo serviços de alimentação em suas instalações, uma economia vista como necessária neste período.

A Boeing enfrenta vários desafios financeiros, incluindo as imposições da Administração Federal de Aviação (FAA), que limitam a produção do modelo 737 Max 9 após problemas técnicos. A companhia também registra um elevado vazamento de caixa, o que agrava ainda mais a situação.

Risco de rebaixamento de crédito

A companhia corre o risco de perder seu status de crédito com grau de investimento. Caso seja rebaixada para a categoria de títulos especulativos, o custo de captação de recursos pode aumentar significativamente. Em resposta, a Boeing avalia a possibilidade de conceder licenças temporárias a parte de seus funcionários, incluindo executivos e gerentes, como medida para conter gastos.

Essa seria uma "decisão difícil", segundo West, mas pode se tornar necessária caso a empresa não consiga reverter seu quadro financeiro atual. A Boeing já enfrenta uma longa crise envolvendo o modelo 737 Max, afetado por falhas de segurança que levaram à interrupção de sua produção. Além disso, a empresa está em meio a uma greve de trabalhadores sindicalizados, que reivindicam melhores salários e condições de trabalho, dificultando ainda mais a recuperação financeira.

Acompanhe tudo sobre:BoeingGrevesSaláriosBoeing 737Aviação

Mais de Negócios

'Compra no Zap': empresa que cria atendentes com IA capta R$ 110 milhões para avançar no Brasil

Melhores e Maiores 2024: mais tradicional premiação da economia brasileira acontece hoje

Por que a Tupperware pode falir após 80 anos de história?

Tratamento humanizado e sistema Open Health: veja como será a assistência médica na era da IA