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Boeing aposta em defesa após dois anos sem vender ao Brasil

Companhia enxerga oportunidades nos mercados de defesa e de carga aérea para voltar a vender no país

Helicóptero Chinook, da Boeing: modelo interessa o Exército do Brasil (Rusty Jarrett/Getty Images for NASCAR)

Helicóptero Chinook, da Boeing: modelo interessa o Exército do Brasil (Rusty Jarrett/Getty Images for NASCAR)

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Da Redação

Publicado em 10 de julho de 2014 às 16h23.

São Paulo - A Boeing enxerga oportunidades nos mercados de defesa e de carga aérea do Brasil que podem ajudar a maior fabricante de aviões do mundo a conseguir sua primeira grande venda ao país desde 2012.

O Exército do Brasil está estudando a compra de helicópteros Chinook e a Marinha assistiu a uma demonstração do drone ScanEagle em fevereiro, disse a presidente da Boeing no Brasil, Donna Hrinak.

A Boeing também vê compras potenciais de aviões de carga e satélites, disse ela.

“A intensidade e a velocidade do nosso envolvimento dependerá necessariamente do tipo de oportunidades de mercado que encontrarmos aqui”, disse Hrinak, em entrevista no escritório da Bloomberg, em São Paulo.

Um acordo civil ou militar acabaria com uma seca local de quase dois anos, desde a negociação com a Gol Linhas Aéreas Inteligentes SA para a compra de US$ 6 bilhões em aviões 737 Max.

Em abril, a Azul Linhas Aéreas Brasileiras SA escolheu aviões da Airbus Group NV para novas rotas para os EUA e em 2013 o governo comprou US$ 4,5 bilhões em caças da Saab AB em vez dos F/A-18 Super Hornets da Boeing -- empresa com sede em Chicago.

A Boeing elevou hoje sua projeção para a demanda das companhias aéreas latino-americanas nos próximos 20 anos, prevendo um aumento de 1,7 por cento, para 2.950 aviões. No Brasil, um dos desafios às vendas da Boeing pode incluir uma oposição política.

O acordo pelo caça da Saab, por exemplo, veio em meio à indignação do governo e da população brasileira a respeito dos relatos de que a Agência de Segurança Nacional dos EUA interceptou comunicações entre a presidente Dilma Rousseff e sua equipe.

Dilma cancelou uma visita de Estado a Washington no ano passado.

Laços com a Embraer

É improvável que haja uma venda no setor de defesa antes da eleição presidencial em outubro, disse Hrinak, que disse esperar pelo menos dois pedidos de propostas para satélites no ano que vem e um terceiro em 2016.

A Boeing também está trabalhando de perto com a Embraer SA para desenvolver biocombustíveis e para ajudar a fabricante brasileira em sua aposta no mercado de defesa, disse Hrinak em 3 de julho.

“Nós passamos muito tempo desenvolvendo nosso relacionamento com a Embraer, em particular”, disse ela.

A Boeing está fornecendo uma integração de sistemas de armas para o avião de ataque A-29 Super Tucano, da Embraer.

O Exército dos EUA, que fechou no ano passado um acordo de US$ 950 milhões para compra dos Super Tucanos, pode adquirir mais aviões, disse Hrinak.

Embora o mercado mundial de cargas áreas esteja estagnado desde 2008, no Brasil ele vem se expandindo, disse Hrinak.

“Mesmo durante o ano ruim o mercado de cargas do Brasil se expandiu acima do crescimento global”, disse Hrinak. O mercado mundial de cargas aéreas se expandirá 4 por cento a 5 por cento ao ano nos próximos dois anos, disse ela.

A Boeing vendeu apenas cinco aviões de carga neste ano, quatro da variação 777F e um baseado no jumbo de quatro motores 747-8. A antiga TAM SA, que agora é parte da Latam Airlines Group SA, encomendou dois aviões 777F em 2011, segundo o site da Boeing.

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