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BNDES quer trocar membros no conselho da JBS

A instituição também tem planos de influenciar a escolha para a diretoria financeira do grupo

O BNDES tem defendido a saída da família Batista do comando da JBS desde que os executivos do grupo fecharam delação premiada (Paulo Whitaker/Reuters)

O BNDES tem defendido a saída da família Batista do comando da JBS desde que os executivos do grupo fecharam delação premiada (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 14 de setembro de 2017 às 13h52.

Rio de Janeiro - O presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, disse nesta quinta-feira que o BNDESPar, braço de participações do banco, quer trocar seus dois membros no conselho de administração da JBS e influenciar a escolha para a diretoria financeira da maior processadora de carnes do mundo.

O BNDES tem defendido a saída da família Batista do comando da JBS, da qual o banco detém participação de 21,3 por cento, desde que os executivos do grupo fecharam delação premiada e confessaram ter subornado mais de mil políticos.

"Temos mais de 20 por cento e temos direito a dois assentos e estamos alterando os dois nomes ... e queremos influir nos outros dois nomes que são conselheiros independentes, e eventualmente influenciar na escolha da diretoria financeira da empresa", disse Rabello de Castro a jornalistas, após participar de evento no Rio de Janeiro.

O presidente-executivo da JBS, Wesley Batista, foi preso pela Polícia Federal na véspera por suspeita de que executivos do grupo usaram informação privilegiada em decorrência dos próprios acordos de delação premiada para obter lucro no mercado financeiro. Joesley Batista está preso desde domingo, por suspeita de ter entregue provas de maneira parcial e seletiva em sua delação premiada.

Rabello de Castro não quis comentar sobre as prisões, mas ressaltou que desde junho vinha alertando sobre a necessidade de mudança na governança da empresa.

"Ficamos acéfalos por um motivo que não tem nada a ver com questões econômicas, mas judiciais; o banco anteviu isso há quase 4 meses. Se a alta direção não tomou as providências decididas no conselho, isso só demonstra que precisamos melhorar a governança da empresa", avaliou.

Depois da prisão de Wesley, o presidente do BNDES tuitou na quarta-feira que havia chegado o momento do banco "resgatar os investimentos de todos nós brasileiros na JBS". Mas nesta quinta-feira ele amenizou os comentários.

"Resgatar não é sacar e livrar o seu. É salvar o de todos", postou em sua conta no Twitter. "Vamos começar a separar os malfeitos dos CPFs dos bem feitos dos CNPJs."

O banco pediu em agosto a abertura de processo de responsabilidade contra os Batista e outros ex-executivos da JBS por prejuízos causados à companhia. Além disso, convocou uma assembleia de acionistas para discutir a saída da família Batista do comando da JBS.

A assembleia, marcada para 1 de setembro, foi suspensa por 15 dias, após a Justiça acatar recursos dos Batista.

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