BNDES procura bancos para vender participação na JBS, dizem fontes
A instituição de fomento tem 21,3% da processadora de alimentos, e tenta vender apenas uma parcela dessa participação
Reuters
Publicado em 12 de novembro de 2019 às 19h36.
Última atualização em 12 de novembro de 2019 às 19h37.
São Paulo — O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) pediu propostas a bancos de investimento para iniciar a venda de sua participação na processadora de carne JBS , disseram três fontes com conhecimento do assunto. Espera-se que as propostas sejam entregues nos próximos dias, segundo as fontes, e são o primeiro passo para a contratação de banco para realizar a oferta.
A empresa de participações do BNDES, BNDESPar, tem 21,3% da JBS, mas está pedindo propostas a bancos para venda de apenas uma porção de sua participação, segundo as fontes.
O acordo de acionistas da JBS exige que a BNDESPar mantenha uma participação mínima de 15% na empresa para continuar com direitos de veto em algumas matérias e a indicação de um membro do conselho da empresa, segundo documentos públicos no site da empresa.
Para cumprir essa regra, a BNDESPar poderia vender uma participação de 6,3% na empresa, correspondente a cerca de 172 milhões de ações, com valor aproximado de 5 bilhões de reais.
Ainda não está claro se a BNDESPar venderá apenas uma parcela da participação ou se poderia aumentar o tamanho da oferta, segundo as fontes. O banco contratado aconselhará a BNDESPar sobre a melhor data para executar a venda. Se ela ocorrer no ano que vem, a empresa poderá vender uma participação maior.
O acordo de acionistas expira no final de dezembro e não se espera que seja renovado, segundo uma quarta fonte com conhecimento do assunto.
O valor total da participação da BNDESPar na JBS é de 16 bilhões de reais e sua venda marcaria um dos maiores desinvestimentos de participações adquiridas durante a política de "campeões nacionais" de governos anteriores.
As ações da JBS estão em seus recordes de alta e subiram 180% nos últimos 12 meses. O papel encerrou em queda de 1,11 por cento nesta terça-feira, a 27,50 reais, segundo dados preliminares de fechamento.
Representantes de JBS e do BNDES não comentaram imediatamente o assunto.