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Black Friday na pandemia: aviões, promoção estendida e bilhões em estoque

Magazine Luiza, Via Varejo, Americanas e Mercado Livre prepararam operação de guerra para dar conta da Black Friday no ano do comércio eletrônico; veja

 (Germano Lüders/Exame)

(Germano Lüders/Exame)

Mariana Desidério

Mariana Desidério

Publicado em 21 de novembro de 2020 às 07h00.

A Black Friday de 2020 promete ser histórica. Será marcada pelo aumento expressivo das vendas online devido à pandemia do novo coronavírus. E também pelos desafios impostos pela mesma pandemia, com necessidade de distanciamento nas lojas, crise econômica, dificuldades logísticas e problemas de abastecimento causadas pela falta de matéria-prima em algumas indústrias.

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Para se preparar para esse momento – e também aproveitar as oportunidades geradas pelo boom do e-commerce – as maiores varejistas do país montaram operações de guerra que envolvem frota de aviões, estoque bilionário, promoção antecipada e novos centros de distribuição. Além, é claro, de atrativos para seduzir o consumidor, como frete grátis e shows.

Veja a seguir como Magazine Luiza, Americanas.com, Via Varejo e Mercado Livre se prepararam para os desafios da Black Friday da pandemia.

40 dias de ofertas

A maior parte das grandes varejistas ampliou o período de ofertas em 2020, com o objetivo de desafogar lojas físicas na semana do dia 27 de novembro, quando a Black Friday ocorre tradicionalmente, e também para evitar sobrecarga nas vendas online na semana da promoção. A Via Varejo, dona da Casas Bahia e do Ponto Frio, foi a que a apostou mais fortemente nessa estratégia, com antecipando a Black Friday em 40 dias tanto nos sites quanto nas lojas.

Nas B2W, dona da Americanas.com, já há produtos em promoção desde o dia 1º de novembro. A partir do dia 24, haverá mais produtos no site. Os preços promocionais chegarão às lojas físicas das Lojas Americanas no dia 25. O Mercado Livre reuniu ofertas durante todo o mês de novembro, mas concentrará as de maior destaque para o dia da Black Friday. Já o Magazine Luiza criou o “Agora ou Nunca”, ação que antecipa preços de Black Friday para clientes que buscam um produto específico.

Aviões e novos CDs

O ano de 2020 é um marco para o comércio eletrônico brasileiro, com crescimento  de 56,8% no faturamento do varejo digital entre janeiro a agosto, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico. A expectativa para a Black Friday é de alta de 77% no volume de pedidos e no faturamento, em relação a 2019, de acordo com um estudo da Neotrust/Compre&Confie. Com o crescimento nas vendas vêm os desafios logísticos. Muitas vezes, o consumidor que compra na Black Friday acaba esperando mais pelo produto, por conta dos gargalos na entrega. Com a ampliação do público disposto a comprar online, os gargalos da Black Friday de 2020 poderiam ser ainda maiores.

Para enfrentar o problema, o Mercado Livre agora tem uma frota própria de quatro aviões 100% dedicada à empresa. O objetivo é reduzir prazos de envio de pacotes no país e aumentar a capacidade de entregas para o dia seguinte. Também abriu cinco novos centros logísticos no Brasil, um deles, em Cajamar, que começou a operar na semana passada, a apenas alguns dias da Black Friday. A B2W também abriu novos CDs em 2020, e acelerou iniciativas para entregar produtos em algumas horas. Também está contratando milhares de funcionários temporários com foco na Black Friday. “Estamos prontos para manter o nível de serviço aos nossos clientes, independente de volume”, diz a companhia.

Na Via Varejo, o foco está na inclusão de camadas de tecnologia, do atendimento à logística. Para Black Friday, a empresa está testando frequentemente o tráfego em suas plataformas para garantir acesso constante ao público. Na logística, a companhia desenvolveu mini-hubs, com foco na última milha da entrega. Nos centros de distribuição, foram contratados mais de 1.400 profissionais e a empresa segue contratando até o final do ano. Já Magazine Luiza informa que está contratando três vezes mais no setor de logística do que em 2019.

Bilhões em estoque

A pandemia tem gerado escassez de matéria-prima em muitas indústrias, de plásticos a algodão e peças automotivas. No setor de eletrônicos, o problema está nas importações, com custo maior dos fretes, o que pode atrasar entregas de produtos. Para evitar contratempos, a Via Varejo está com 7 bilhões de reais em estoque, cerca de 2 bilhões de reais a maios do que no ano passado. A companhia explica que os pedidos para 2020 foram fechados no final de 2019. No Magalu, o estoque é de 5 bilhões de reais.

O Mercado Livre analisou o crescimento das vendas e o comportamento dos consumidores durante a pandemia para se organizar para ter produtos suficientes nos centros de distribuição durante a Black Friday. A Americanas.com diz que também garantiu estoque reforçado, além de contar com seus 80 mil lojistas parceiros para diversificar as ofertas.

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