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BIS alerta para endividamento de petroleiras

O alerta ocorre em meio à manutenção do preço do barril do petróleo próximo a US$ 50, menos da metade do pico

Petróleo: a preocupação atinge especialmente empresas estatais em países emergentes (Karen Bleier/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 19 de março de 2015 às 10h32.

Londres - Estudo do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) emitiu o segundo alerta em pouco mais de um mês sobre o expressivo aumento do endividamento das empresas petroleiras.

O alerta ocorre em meio à manutenção do preço do barril do petróleo próximo a US$ 50, menos da metade do pico visto há poucos anos.

A preocupação atinge especialmente empresas estatais em países emergentes. A instituição não menciona o nome de nenhuma companhia.

O relatório trimestral do BIS apresenta um estudo feito por Dietrich Domanski, Jonathan Kearns, Marco Lombardi e Hyun Song Shin alertando sobre o endividamento do setor de petróleo e gás mais que duplicou em menos de dez anos.

Segundo o estudo, a dívida total da indústria saltou de cerca de US$ 1 trilhão em 2006 para US$ 2,5 trilhões em 2014. O BIS funciona como um banco central dos bancos centrais.

A preocupação com a dívida crescente é potencializada pela forte queda do preço do barril da commodity.

"A recente queda do preço do petróleo representa um declínio significativo do valor dos ativos que garantem essa dívida, o que introduz um novo elemento para a evolução dos preços", cita o estudo dos quatro pesquisadores.

"Uma parte substancial do aumento dos empréstimos foi tomada por grandes empresas petroleiras estatais integradas de países emergentes. De 2006 a 2014, o estoque total de empréstimos de empresas russas cresceu a uma taxa anual de 13%. No Brasil, o ritmo foi de 25% e entre as companhias chinesas alcançou 31%", diz o estudo.

Em outros países emergentes, o endividamento cresceu a uma média de 17% por ano.

Efeitos

O primeiro efeito desse quadro é eventual círculo vicioso de queda do petróleo. O estudo cita que petroleiras endividadas com eventual dificuldade de caixa podem ir ao mercado para vender a produção futura, o que tende a acelerar a queda dos preços. O segundo efeito é mais amplo e se espalha pela economia.

"O elevado endividamento do setor também dificulta a avaliação dos efeitos macroeconômicos da queda do petróleo por causa do impacto sobre as despesas de capital e dos orçamentos governamentais", diz o estudo, que destaca que parte relevante desse endividamento foi tomado por estatais emergentes.

Para os pesquisadores, o efeito do petróleo barato, dólar caro e condições de crédito mais apertadas tende a ser mais evidente nos emergentes.

"O impacto fiscal do menor preço do petróleo será sentido de forma mais aguda nos países em que a emissão de dívida por empresas estatais facilitou a transferência de lucros para o governo", diz o estudo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Londres - Estudo do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) emitiu o segundo alerta em pouco mais de um mês sobre o expressivo aumento do endividamento das empresas petroleiras.

O alerta ocorre em meio à manutenção do preço do barril do petróleo próximo a US$ 50, menos da metade do pico visto há poucos anos.

A preocupação atinge especialmente empresas estatais em países emergentes. A instituição não menciona o nome de nenhuma companhia.

O relatório trimestral do BIS apresenta um estudo feito por Dietrich Domanski, Jonathan Kearns, Marco Lombardi e Hyun Song Shin alertando sobre o endividamento do setor de petróleo e gás mais que duplicou em menos de dez anos.

Segundo o estudo, a dívida total da indústria saltou de cerca de US$ 1 trilhão em 2006 para US$ 2,5 trilhões em 2014. O BIS funciona como um banco central dos bancos centrais.

A preocupação com a dívida crescente é potencializada pela forte queda do preço do barril da commodity.

"A recente queda do preço do petróleo representa um declínio significativo do valor dos ativos que garantem essa dívida, o que introduz um novo elemento para a evolução dos preços", cita o estudo dos quatro pesquisadores.

"Uma parte substancial do aumento dos empréstimos foi tomada por grandes empresas petroleiras estatais integradas de países emergentes. De 2006 a 2014, o estoque total de empréstimos de empresas russas cresceu a uma taxa anual de 13%. No Brasil, o ritmo foi de 25% e entre as companhias chinesas alcançou 31%", diz o estudo.

Em outros países emergentes, o endividamento cresceu a uma média de 17% por ano.

Efeitos

O primeiro efeito desse quadro é eventual círculo vicioso de queda do petróleo. O estudo cita que petroleiras endividadas com eventual dificuldade de caixa podem ir ao mercado para vender a produção futura, o que tende a acelerar a queda dos preços. O segundo efeito é mais amplo e se espalha pela economia.

"O elevado endividamento do setor também dificulta a avaliação dos efeitos macroeconômicos da queda do petróleo por causa do impacto sobre as despesas de capital e dos orçamentos governamentais", diz o estudo, que destaca que parte relevante desse endividamento foi tomado por estatais emergentes.

Para os pesquisadores, o efeito do petróleo barato, dólar caro e condições de crédito mais apertadas tende a ser mais evidente nos emergentes.

"O impacto fiscal do menor preço do petróleo será sentido de forma mais aguda nos países em que a emissão de dívida por empresas estatais facilitou a transferência de lucros para o governo", diz o estudo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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