Ben & Jerry's restringe venda em Israel e país quer retaliar
Após a marca de sorvetes Ben & Jerry's comunicar saída de territórios ocupados, o governo de Israel se pronuncia contra boicote e cobra Unilever
Marina Filippe
Publicado em 20 de julho de 2021 às 08h54.
A marca de sorvetes Ben & Jerry's , da fabricante de bens de consumo Unilever , é conhecida por apoiar causas desde sua fundação em 1978. Depois de se manifestar em eleições e em momentos importantes para a comunidade LGBTI+, por exemplo, a marca agora anuncia a saída dos territórios ocupados por Israel.
O anúncio, contudo, não foi bem recebido. Após a Ben & Jerry's comunicar que: "Acreditamos que seja inconsistente com nossos valores que o sorvete Ben & Jerry's seja vendido no Território Ocupado da Palestina (OPT) " -- isto é, assentamentos da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.
O governo de Israel alertou a presidência da Unilever sobre "graves consequências", segundo a Reuters. Em comunicado, o primeiro-ministro israelense Naftali Bennett afirmou que aação tem consequências graves legais e outras, e se moverá agressivamente contra qualquer medida de boicote contra o povo.
A Ben & Jerry's diz ainda que temuma parceria de longa data com o licenciado local, que fabrica sorvetes Ben & Jerry's em Israel e os distribui na região. E: "estamos trabalhando para mudar isso e, portanto, informamos nosso licenciado que não renovaremos o contrato de licença quando ele expirar, no final do próximo ano". Além de que novos comunicados podem ser feitos em breve.
Já a Unilever afirma que sempre reconheceu o direito da Ben & Jerry’s e de seu conselho para tomar decisões sobre sua missão social.
Por fim, a marca pretende ficar em Israel, exceto nos territórios ocupados. O fato é celebrado pela Unilever de modo a apaziguar os ânimos do governo local.