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BB negocia compra de metade restante do Banco Votorantim

Negociação poderia ajudar o maior banco do país a fortalecer sua posição no mercado de financiamento automotivo

A fonte não deu mais informações, porque os termos das negociações estão sendo discutidos (Pedro Zambarda/EXAME.com)

A fonte não deu mais informações, porque os termos das negociações estão sendo discutidos (Pedro Zambarda/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 14 de maio de 2012 às 08h00.

São Paulo - O Banco do Brasil está negociando a compra da metade do capital do Banco Votorantim que pertence ao Grupo Votorantim, num movimento que poderia ajudar o maior banco do país a fortalecer sua posição no mercado de financiamento automotivo.

"Está em negociação", disse à Reuters uma fonte familiarizada com o assunto, sob condição de anonimato.

A informação vem a público poucos dias após o BB ter reportado seus resultados de janeiro a março, que foram afetados por um prejuízo de 597 milhões de reais do Banco Votorantim no período.

A fonte não deu mais informações, porque os termos das negociações estão sendo discutidos.

Foi o terceiro trimestre seguido de perda líquida do Votorantim. E a expectativa do BB é de que o banco seguirá apresentando resultados líquidos negativos nos próximos meses, embora menores.

O BB registrou lucro menor que o esperado no primeiro trimestre e disse que vai destinar cerca de 25 por cento mais recursos para cobrir perdas previstas com créditos ruins, parte delas provenientes do Votorantim.

O BB comprou 49,99 por cento do capital do Votorantim por 4,2 bilhões de reais, em janeiro de 2009, num momento em que os efeitos da crise global de 2008 deixaram vários bancos brasileiros de médio porte em condições de liquidez mais adversas.

Pelo acordo firmado na ocasião, o controle do Banco Votorantim foi preservado nas mãos do Grupo Votorantim, da família Ermírio de Moraes.

Em 2011, o BB implementou mudanças operacionais nos modelos de aprovação de crédito do Votorantim e praticamente fechou as portas para novas concessões.

Isso porque o banco estatal considerou deficientes os modelos de risco do Votorantim, que tinha boa parte da carteira atrelada a financiamento de carros usados, um dos segmentos cujos calotes mais subiram recentemente.


O índice de inadimplência do Votorantim chegou a bater 7,1 por cento, mais que o triplo do apurado pelo BB.

"Foram feitas mudanças espartanas", disse recentemente à Reuters um alto executivo do banco.

Consultado, o BB não enviou um comunicado oficial até a conclusão desta reportagem. Um porta-voz da Votorantim disse à Reuters por telefone que o banco não está à venda e que a família Ermírio de Moraes tem "o compromisso de ficar com o banco".

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