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Bayer continua otimista com Brasil, mas deve crescer menos

Mesmo assim, Marijn Dekkers, CEO global da empresa, afirmou que o país deve pular da quinta para quarta colocação entre mercados mais importantes para gigante alemã


	Fábrica da Bayer: empresa deve mais de metade das vendas no país a divisão de agroquímicos
 (Lars Baron/Getty Images)

Fábrica da Bayer: empresa deve mais de metade das vendas no país a divisão de agroquímicos (Lars Baron/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2013 às 11h36.

São Paulo - Apoiado sobretudo pela forte presença no segmento de agroquímicos, a Bayer viu as vendas avançarem 26% no país no último ano. Em 2013, a empresa espera manter um crescimento de dois dígitos no país, mas de ordem mais modesta: na casa de 10% a 12%. Embora menor, o ritmo deverá ser suficiente para fazer o país aumentar sua representatividade para a Bayer. Segundo o CEO global da empresa, Marijn Dekkers, o país deve passar de quinto para quarto maior mercado para a gigante alemã nos próximos anos.

Na primeira vez que falou com a imprensa brasileira, Dekkers pontuou duas características que devem ajudar a companhia por aqui. A primeira tem a ver com o ambiente macroeconômico global. Com a subida de commodities como soja e milho, os produtores buscam incrementar o valor dos seus produtos comprando melhores sementes e defensivos agrícolas.

"Quanto mais alto os preços das commodities, mais os produtores investem", resumiu o executivo. Como a Bayer deve mais de 50% das suas vendas brasileiras à divisão de agroquímicos - algo como 2,9 bilhões de reais em 2012 -, a companhia acaba se beneficiando desse movimento. 

Dekkers acrescentou que "Brasil e Argentina são um dos únicos países que restaram no mundo com grandes áreas ainda não ocupadas pela agricultura, mas com boas condições de solo". Se nos Estados Unidos, por exemplo, a busca por melhores retornos é um dos grandes gatilhos para o crescimento do setor, por aqui soma-se a isso o estabelecimento de novos campos para o cultivo.


De olho nesse mercado, a Bayer vem investindo na estratégia de adquirir outras companhias para expandir seus negócios. Só em março, a empresa anunciou a assinatura de um acordo de cooperação com a Biotrigo Genética, além da compra da empresa de sementes de soja Wehrtec e de um banco de germoplasma da Melhoramento Agropastoril. 

Medicamentos

A Bayer também destaca a área de medicamentos, que representou 29% das suas vendas no Brasil no ano passado. O presidente global da companhia, inclusive, afirmou que a divisão guarda muitas semelhanças com a de agroquímicos.

Em ambas, o ciclo para um produto ser inventado e comercializado dura de dez a 12 anos, passando pelas mesmas etapas: concepção em laboratório, teste em organismos vivos, aprovação do governo e divulgação ao público.

"O modelo é bastante similar, com custos e rentabilidades também similares", afirmou Dekkers. De acordo com o CEO da Bayer, os novos medicamentos chegam sem competidores diretos, por "serem concebidos para serem significativamente melhores do que os que já existem no mercado".

Entre as apostas da empresa para o  Brasil estão o anticoagulante Xarelto, que foi aprovado pela Anvisa para tratamento de embolia pulmonar em maio, e a injeção para tratamento da degeneração macular nos olhos Eylia, lançada no país em março. O Xarelto já havia recebido carta branca da Anvisa para utilização no tratamento e prevenção de trombose venosa. 

Já para a divisão "MaterialScience", responsável por fornecer à indústria materiais como poliuretano, revestimentos e adesivos, as expectativas são menores. De acordo com Theo van der Loo, presidente da Bayer no Brasil, a área oscila mais do que a divisão farmacêutica e de agroquímica. "Se a economia for bem, isso afeta a área automobilística e de construção e a gente é beneficiado", ponderou o executivo. 

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