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Bancos devem "congelar" dívida da Usiminas

Esse acordo, previsto para ser concluído entre esta quinta-feira, 17, e a sexta-feira, 18, prevê o congelamento de pagamento aos bancos de 120 dias

Fábrica da Usiminas: o principal problema da Usiminas são as dívidas de curto prazo (Nelio Rodrigues/Agência Primeiro Plano/Veja)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de março de 2016 às 10h59.

São Paulo - A Usiminas , que passa por sérias dificuldades financeiras, está em fase final de negociações com os bancos credores para negociar a operação de "stand still" (congelamento das dívidas com os bancos), segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo. Com o caixa deteriorado, a Usiminas correria o risco de ter de pedir recuperação judicial, de acordo com fontes.

Esse acordo, previsto para ser concluído entre esta quinta-feira, 17, e a sexta-feira, 18, prevê o congelamento de pagamento aos bancos de 120 dias.

"Foi entregue uma 'confort letter' (carta de conforto) aos bancos, que garante que a capitalização na siderúrgica será feita”, disse uma fonte próxima ao assunto. A operação de congelamento de dívida é defendida para que as negociações com os bancos sejam feitas com mais tempo.

Os bancos credores, entre eles, Santander, Itaú, Banco do Brasil, BNDES e JBIC (Japan Bank for International Cooperation), condicionaram o alongamento dos dívidas a um novo aporte na companhia, que foi aprovado pelos acionistas na sexta-feira passada.

O principal problema da Usiminas são as dívidas de curto prazo. Entre 2016 e 2017, os débitos a serem pagos somam quase R$ 4 bilhões. Só neste mês, vencem cerca de R$ 500 milhões.

Em uma eleição, o conselho de administração aprovou, por sete votos a três, a capitalização de R$ 1 bilhão na companhia.

A Nippon, sócia japonesa que faz parte do bloco de controle, se dispôs a colocar o dinheiro sozinha, caso outros sócios não aderirem ao aumento de capital. O dinheiro novo entraria no caixa da empresa em 60 dias, apurou a reportagem.

A Ternium, do grupo ítalo-argentino Techint, também do bloco de controle, quis garantir apenas R$ 560 milhões, mas acabou sendo voto vencido. A acionista também defende que parte do caixa da Musa, braço de mineração da Usiminas, seja usado para capitalizar a companhia, completando o total de R$ 1 bilhão.

Segundo fontes próximas às negociações, a Ternium está tentando marcar uma nova reunião do conselho de administração para fazer valer sua decisão de um aporte inferior a R$ 1 bilhão.

O grupo também busca mudanças na gestão. Entre os objetivos do movimento estaria o de evitar a diluição da participação dos acionistas minoritários no negócio.

Os dois sócios não se entendem desde setembro de 2014, quando partiram para o litígio. Na semana passada, durante reunião do conselho, houve consenso por unanimidade de que a Usiminas precisaria ser capitalizada, apesar da divergência dos valores.

Balanço frágil

Em 2015, a siderúrgica mineira encerrou com receita de R$ 10,2 bilhões, queda de 13,25% sobre 2014. No período, o prejuízo líquido foi de R$ 3,6 bilhões e a dívida líquida somou R$ 7,9 bilhões. A empresa colocou ativos à venda. O Credit Suisse tem o mandato para a venda da Usiminas Mecânica, de bens de capital.

Procuradas, a Nippon e a Ternium não quiseram comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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São Paulo - A Usiminas , que passa por sérias dificuldades financeiras, está em fase final de negociações com os bancos credores para negociar a operação de "stand still" (congelamento das dívidas com os bancos), segundo fontes ouvidas pelo jornal O Estado de S. Paulo. Com o caixa deteriorado, a Usiminas correria o risco de ter de pedir recuperação judicial, de acordo com fontes.

Esse acordo, previsto para ser concluído entre esta quinta-feira, 17, e a sexta-feira, 18, prevê o congelamento de pagamento aos bancos de 120 dias.

"Foi entregue uma 'confort letter' (carta de conforto) aos bancos, que garante que a capitalização na siderúrgica será feita”, disse uma fonte próxima ao assunto. A operação de congelamento de dívida é defendida para que as negociações com os bancos sejam feitas com mais tempo.

Os bancos credores, entre eles, Santander, Itaú, Banco do Brasil, BNDES e JBIC (Japan Bank for International Cooperation), condicionaram o alongamento dos dívidas a um novo aporte na companhia, que foi aprovado pelos acionistas na sexta-feira passada.

O principal problema da Usiminas são as dívidas de curto prazo. Entre 2016 e 2017, os débitos a serem pagos somam quase R$ 4 bilhões. Só neste mês, vencem cerca de R$ 500 milhões.

Em uma eleição, o conselho de administração aprovou, por sete votos a três, a capitalização de R$ 1 bilhão na companhia.

A Nippon, sócia japonesa que faz parte do bloco de controle, se dispôs a colocar o dinheiro sozinha, caso outros sócios não aderirem ao aumento de capital. O dinheiro novo entraria no caixa da empresa em 60 dias, apurou a reportagem.

A Ternium, do grupo ítalo-argentino Techint, também do bloco de controle, quis garantir apenas R$ 560 milhões, mas acabou sendo voto vencido. A acionista também defende que parte do caixa da Musa, braço de mineração da Usiminas, seja usado para capitalizar a companhia, completando o total de R$ 1 bilhão.

Segundo fontes próximas às negociações, a Ternium está tentando marcar uma nova reunião do conselho de administração para fazer valer sua decisão de um aporte inferior a R$ 1 bilhão.

O grupo também busca mudanças na gestão. Entre os objetivos do movimento estaria o de evitar a diluição da participação dos acionistas minoritários no negócio.

Os dois sócios não se entendem desde setembro de 2014, quando partiram para o litígio. Na semana passada, durante reunião do conselho, houve consenso por unanimidade de que a Usiminas precisaria ser capitalizada, apesar da divergência dos valores.

Balanço frágil

Em 2015, a siderúrgica mineira encerrou com receita de R$ 10,2 bilhões, queda de 13,25% sobre 2014. No período, o prejuízo líquido foi de R$ 3,6 bilhões e a dívida líquida somou R$ 7,9 bilhões. A empresa colocou ativos à venda. O Credit Suisse tem o mandato para a venda da Usiminas Mecânica, de bens de capital.

Procuradas, a Nippon e a Ternium não quiseram comentar o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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