Santander: participação do Brasil nos lucros do grupo em nível mundial caiu para 19% (Antonio Milena/EXAME)
Da Redação
Publicado em 31 de julho de 2014 às 14h23.
Rio de Janeiro - O baixo crescimento do lucro do Santander Brasil reduziu a participação da maior economia latino-americana nos resultados globais do grupo Santander no segundo trimestre, admitiu nesta quinta-feira o presidente da subsidiária brasileira, Jesús Zabalza.
"A queda da participação do Brasil no lucro do grupo aconteceu porque estamos crescendo muito pouco, ao contrário de outros países, como o Reino Unido e a própria Espanha", afirmou o executivo em uma teleconferência.
Segundo o balanço divulgado hoje pelo Santander, a participação do Brasil nos lucros do grupo em nível mundial caiu para 19%, enquanto que a do Reino Unido cresceu para cerca de 20%.
No meio da última crise econômica internacional, que afetou principalmente a Europa, o Brasil chegou a ser responsável por cerca de 25% dos resultados do grupo Santander no mundo.
"O lucro do Santander no mundo cresceu tanto na comparação com o segundo trimestre do ano passado como em relação ao primeiro trimestre deste ano graças a que, obviamente, há países na Europa em recuperação. Os ciclos são diferentes", disse Zabalza.
"Claramente é uma demonstração de que a diversificação geográfica do Santander funciona. Em exercícios anteriores, quando a Europa estava em crise, a América Latina respondia por 51% do lucro e o Brasil por 25%. Hoje, com outros países crescendo mais, essa participação se reduziu", acrescentou.
O executivo afirmou que a participação do Brasil nos resultados do Santander pode voltar a aumentar em um futuro devido ao potencial de sua economia.
"Acho que essa participação crescerá porque acreditamos muito na América Latina e no crescimento do Brasil a médio e longo prazo", disse.
Zabalza admitiu que o Santander Brasil não está satisfeito com o atual crescimento de seus negócios no país. "Esperamos um 2015 melhor que 2014", afirmou o executivo.
A subsidiária brasileira obteve no segundo trimestre, em real, um lucro líquido de R$ 1,437 bilhão, apenas 1,9% superior ao do mesmo período do ano passado e 0,6% maior ao dos três primeiros meses deste ano.
A baixa expansão foi atribuída ao reduzido crescimento da carteira de crédito da entidade, que em junho somava R$ 279,7 bilhões, valor 5% superior ao do mesmo mês do ano passado.
A própria desaceleração da economia brasileira e o encarecimento do custo do dinheiro no Brasil vêm provocando uma redução do ritmo de crescimento do crédito no país.
"Mas esperamos uma reação. A taxa de inadimplência estabilizou-se em cerca de 4% (das dívidas vencidas há mais de 90 dias) e esperamos que o crédito volte a crescer", disse.