Baixa contábil no Goldman de empréstimo ao BES afeta lucro
Baixa contábil veio no final do trimestre, após uma decisão em 22 de dezembro pelo banco central de Portugal que varreu credores do Banco Espírito Santo
Da Redação
Publicado em 14 de janeiro de 2015 às 07h19.
Nova York - O Goldman Sachs Group teve que fazer uma baixa contábil do seu empréstimo ao problemático Banco Espírito Santo no quarto trimestre, o que cortou o lucro do banco e os bônus de alguns funcionários, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à Reuters.
A baixa contábil veio no final do trimestre, após uma decisão em 22 de dezembro pelo banco central de Portugal que efetivamente varreu certos credores do Banco Espírito Santo.
Na véspera de Natal, um grupo de altos executivos do Goldman realizou uma teleconferência para discutir a baixa contábil e como ela afetaria bônus a funcionários, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
Cerca de 15 a 20 pessoas trabalharam no negócio com o Banco Espírito Santo, mas em função da forma como o Goldman estrutura seus bônus, até 50 pessoas em um grupo mais amplo serão afetadas.
O Goldman e alguns de seus clientes emprestaram ao Banco Espírito Santo 835 milhões de dólares em julho usando uma entidade que criou chamada de Oak Finance Luxembourg.
O Banco de Portugal entrou em cena com um resgate de 4,4 bilhões de euros (5,2 bilhões de dólares) do Banco Espírito Santo em agosto, dividindo a instituição portuguesa em duas partes: um novo e saudável banco chamado Novo Banco e uma entidade com o restante do legado que será encerrada.
O colapso do Banco Espírito Santo veio depois de ele ter revelado perdas em empréstimos feitos a uma variedade de empresas geridas por sua família fundadora.
O grupo Espírito Santo, que incluía empresas de turismo, saúde e agricultura, pediu proteção contra falência e começou a ser liquidado no ano passado.
Desde então, procuradores portugueses lançaram uma investigação acerca do colapso da companhia. A nova gestão encarregada pelo banco central de assumir o Banco Espírito Santo já chegou a dizer que tinha suspeitas que o banco havia se engajado em comportamento ilegal.
Funcionários do Goldman acreditavam que o empréstimo da Oak Finance seria protegido na nova estrutura, em parte porque um alto funcionário do Banco de Portugal havia dito isso por escrito, disse a porta-voz do Goldman Fiona Laffan.
Mas em 23 de dezembro o Novo Banco disse em um comunicado ao mercado que o Banco de Portugal havia decidido não transferir o empréstimo apoiado pelo Goldman para a nova entidade.
Como resultado, as perspectivas do Goldman e seus clientes de serem reembolsados foram por água abaixo e funcionários da equipe de finanças do Goldman tiveram de fazer a baixa contábil do empréstimo.
Não ficou claro o montante do empréstimo de 835 milhões de dólares que veio diretamente do Goldman Sachs, tampouco o tamanho da baixa contábil ou em que medida os bônus seriam afetados.
Laffan se recusou a fornecer esses detalhes, assim como as outras fontes que pediram anonimato porque não estavam autorizadas a discutir o tema publicamente.
Uma fonte disse que o efeito da redução no lucro do banco não é "material", ou seja, o banco não terá de divulgá-la com detalhes na sexta-feira, quando anunciará seus resultados. O Goldman fez hedge da sua exposição ao crédito, o que ajuda a reduzir o potencial de perdas.
Mas outra fonte disse que Goldman era o principal participante do empréstimo, e que o banco não foi capaz de distribuir o máximo dos recursos como inicialmente previsto porque as finanças do Banco Espírito Santo se deterioraram rapidamente.
O Goldman disse que "múltiplos investidores" participaram do empréstimo, incluindo fundos de pensão.
Após a decisão do Banco do Portugal, o Goldman disse que vai buscar "todas as soluções adequadas" para recuperar o dinheiro para si e para os seus investidores, a menos que o banco central mude de ideia.
Nova York - O Goldman Sachs Group teve que fazer uma baixa contábil do seu empréstimo ao problemático Banco Espírito Santo no quarto trimestre, o que cortou o lucro do banco e os bônus de alguns funcionários, disseram pessoas familiarizadas com o assunto à Reuters.
A baixa contábil veio no final do trimestre, após uma decisão em 22 de dezembro pelo banco central de Portugal que efetivamente varreu certos credores do Banco Espírito Santo.
Na véspera de Natal, um grupo de altos executivos do Goldman realizou uma teleconferência para discutir a baixa contábil e como ela afetaria bônus a funcionários, segundo fontes familiarizadas com o assunto.
Cerca de 15 a 20 pessoas trabalharam no negócio com o Banco Espírito Santo, mas em função da forma como o Goldman estrutura seus bônus, até 50 pessoas em um grupo mais amplo serão afetadas.
O Goldman e alguns de seus clientes emprestaram ao Banco Espírito Santo 835 milhões de dólares em julho usando uma entidade que criou chamada de Oak Finance Luxembourg.
O Banco de Portugal entrou em cena com um resgate de 4,4 bilhões de euros (5,2 bilhões de dólares) do Banco Espírito Santo em agosto, dividindo a instituição portuguesa em duas partes: um novo e saudável banco chamado Novo Banco e uma entidade com o restante do legado que será encerrada.
O colapso do Banco Espírito Santo veio depois de ele ter revelado perdas em empréstimos feitos a uma variedade de empresas geridas por sua família fundadora.
O grupo Espírito Santo, que incluía empresas de turismo, saúde e agricultura, pediu proteção contra falência e começou a ser liquidado no ano passado.
Desde então, procuradores portugueses lançaram uma investigação acerca do colapso da companhia. A nova gestão encarregada pelo banco central de assumir o Banco Espírito Santo já chegou a dizer que tinha suspeitas que o banco havia se engajado em comportamento ilegal.
Funcionários do Goldman acreditavam que o empréstimo da Oak Finance seria protegido na nova estrutura, em parte porque um alto funcionário do Banco de Portugal havia dito isso por escrito, disse a porta-voz do Goldman Fiona Laffan.
Mas em 23 de dezembro o Novo Banco disse em um comunicado ao mercado que o Banco de Portugal havia decidido não transferir o empréstimo apoiado pelo Goldman para a nova entidade.
Como resultado, as perspectivas do Goldman e seus clientes de serem reembolsados foram por água abaixo e funcionários da equipe de finanças do Goldman tiveram de fazer a baixa contábil do empréstimo.
Não ficou claro o montante do empréstimo de 835 milhões de dólares que veio diretamente do Goldman Sachs, tampouco o tamanho da baixa contábil ou em que medida os bônus seriam afetados.
Laffan se recusou a fornecer esses detalhes, assim como as outras fontes que pediram anonimato porque não estavam autorizadas a discutir o tema publicamente.
Uma fonte disse que o efeito da redução no lucro do banco não é "material", ou seja, o banco não terá de divulgá-la com detalhes na sexta-feira, quando anunciará seus resultados. O Goldman fez hedge da sua exposição ao crédito, o que ajuda a reduzir o potencial de perdas.
Mas outra fonte disse que Goldman era o principal participante do empréstimo, e que o banco não foi capaz de distribuir o máximo dos recursos como inicialmente previsto porque as finanças do Banco Espírito Santo se deterioraram rapidamente.
O Goldman disse que "múltiplos investidores" participaram do empréstimo, incluindo fundos de pensão.
Após a decisão do Banco do Portugal, o Goldman disse que vai buscar "todas as soluções adequadas" para recuperar o dinheiro para si e para os seus investidores, a menos que o banco central mude de ideia.