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B&A Mineração começará a operar em 60 dias

Empresa vai atuar no ramo de mineração no Brasil, na América Latina e na África

Companhia foi lançada ontem pelo BTG Pactual e pelo ex-presidente da Vale Roger Agnelli (Germano Lüders/EXAME)

Companhia foi lançada ontem pelo BTG Pactual e pelo ex-presidente da Vale Roger Agnelli (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 13 de julho de 2012 às 11h08.

São Paulo - A B&A Mineração, empresa lançada ontem pelo BTG Pactual e pelo ex-presidente da Vale Roger Agnelli, chega ao mercado com um plano de investimento de R$ 1,04 bilhão, como antecipou a reportagem ontem. A companhia começa a operar em 60 dias e vai atuar no ramo de mineração no Brasil, na América Latina e na África.

Apesar de grande parte do aporte inicial da companhia ser do BTG Pactual, o controle da empresa será dividido igualitariamente entre o BTG e a AGN Participações, empresa criada por Agnelli no início deste ano. O acordo prevê exclusividade à AGN nos projetos no ramo de mineração com o BTG Pactual. Ou seja, todos os projetos de mineração da AGN serão tocados juntamente com o BTG Pactual.

Segundo Agnelli, a B&A já identificou oportunidades de investimentos em ativos de fertilizantes, minério de ferro e cobre. “As commodities estão em processo de calmaria, mas o ciclo é de longo prazo. Os olhos estão no longo prazo. É um período para aproveitar as oportunidades”, disse.

A mineradora já nasce com projetos na carteira, disse Carlos Fonseca, sócio do BTG Pactual. A B&A já possui parceria firmada com a empresa Rio Verde, que atua na área de fertilizantes no Brasil, e com a fabricante de cobre chilena Cuprum, que deverá operar a partir de 2014.

A companhia também estuda negócios na área de titânio, disse o presidente da B&A, Eduardo Ledsham, que foi diretor de Exploração da Vale. A expectativa dele é de que os primeiros projetos da empresa entrem em operação no prazo de três a cinco anos. Em um primeiro momento, a nova empresa vai buscar projetos de pequeno e médio porte.

Janelas de oportunidade

Ledsham disse que o objetivo da mineradora é buscar parceiros e “janelas de oportunidade” no mercado. “Podemos trazer parceiros e sócios”, afirmou o executivo.

Os olhares da nova empresa estão voltados para oportunidades na África, onde há disponibilidades de ativos com custos melhores. Na região, o executivo destacou que os desafios envolvem principalmente a questão logística, deficitária no local. “Parcerias em mineração e logística são fundamentais”, disse Ledsham. A intenção da B&A em investir na África também foi reforçada por Agnelli. “A África não é futuro, é presente”, disse.


O fôlego financeiro da B&A é um dos trunfos da empresa para entrar no ramo de mineração. Para Fonseca, do BTG, o cenário de crise econômica é interessante para buscar investimentos. “O capital para investimento está relativamente restrito, mas nós temos R$ 1 bilhão para investir”, disse.

Outros negócios. Além da parceria com o BTG na nova mineradora, a AGN Participações também tem negócios nos segmentos de logística e bioenergia. “As três áreas estão andando simultaneamente. O braço de mineração está andando um pouco mais rápido já que está no sangue”, disse Agnelli.

Agnelli deixou a presidência da Vale em maio do ano passado, após pressões do governo. O empresário tirou uma espécie de período sabático até o fim do ano passado. No início deste ano, ele montou sua empresa, a AGN, e começou a contratar a equipe.

Além de Ledsham, que comandará a B&A, Agnelli também trouxe para sua equipe Mario Barbosa, outro ex-executivo da Vale. Ele será responsável pela área de fertilizantes da B&A, a mesma em que atuou na Vale. A AGN também deve receber o reforço do ex-diretor jurídico da Vale Fábio Spina, que cumpre um período de quarentena até agosto. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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