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Azul planeja reduzir oferta de voos em 10%, diz fonte

Segundo fonte, a companhia pretende reduzir em cerca de 10% sua oferta de voos a partir de abril para diminuir custos operacionais


	Aviões da Azul: disparada recente do dólar contra o real aumentou as despesas da terceira maior companhia do Brasil
 (Divulgação/Azul)

Aviões da Azul: disparada recente do dólar contra o real aumentou as despesas da terceira maior companhia do Brasil (Divulgação/Azul)

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Da Redação

Publicado em 23 de março de 2015 às 17h28.

São Paulo - A Azul planeja reduzir em cerca de 10 por cento sua oferta de voos a partir de abril para diminuir custos operacionais, disse à Reuters nesta segunda-feira uma fonte com conhecimento do assunto.

A disparada recente do dólar contra o real aumentou as despesas da terceira maior companhia aérea do Brasil e de todas as suas rivais domésticas com combustível e leasing de aeronaves.

Das 840 decolagens diárias inicialmente previstas para o mês que vem pela Azul, a companhia planeja operar com cerca de 760, afirmou a fonte, que falou sob condição de anonimato.

Apesar da forte queda recente do valor do petróleo no exterior, as empresas aéreas levam algum tempo para sentir os benefícios dessa variação no querosene de aviação, porque elas têm contratos de preços de combustível que são feitos para meses.

"O impacto do dólar mais alto é imediato, o efeito da queda do petróleo no combustível demora", disse a fonte.

Nos últimos seis meses, o preço do petróleo tipo Brent caiu mais de 40 por cento, sendo cotado atualmente na faixa dos 55 dólares por barril. Já a moeda norte-americana acumula valorização de cerca de 35 por cento ante o real nesse período.

O ajuste nas rotas da Azul envolverá também sua recente entrada no mercado de viagens internacionais. O plano de ter a partir de maio uma segunda frequência diária para Orlando, nos Estados Unidos, foi momentaneamente abortado, disse a fonte.

Procurada, a Azul não comentou de imediato o assunto.

A redução de voos pela Azul acontece na esteira do adiamento da oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) da empresa. Protocolada em dezembro na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a análise da operação teve o pedido postergado até 29 de maio, devido às condições adversas do mercado.

Internamente, o fundador e presidente do Conselho de Administração da Azul, David Neeleman, tem tentado tranquilizar os funcionários, dizendo que a empresa não depende dos recursos de um IPO para continuar crescendo.

Esta é a terceira tentativa da Azul de emplacar o IPO. Nas duas primeiras, uma em 2013 e outra no começo de 2014, os planos foram suspensos também devido ao cenário adverso do mercado.

Apesar do ajuste na malha a partir de abril, a Azul tem mantido o plano de crescimento. Neste mês, por exemplo, a empresa incorporou mais três aeronaves ATR, usadas para aviação regional, de acordo com a fonte. Segundo informações disponíveis no site da Azul, a companhia tem em sua frota mais de 130 aviões em operação.

Fundada em 2008, a Azul alcançou em menos de três anos a terceira colocação no ranking das maiores empresas aéreas do Brasil, atrás das líderes Gol e TAM. Em 2012, a Azul consolidou a posição ao se fundir com a Trip Linhas Aéreas.

*Atualizada às 17h28 do dia 23/03/2015

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