Atrasos atingem fornecedores da área naval da Petrobras
A situação se prolonga há dois anos, quando a estatal viu a sua curva de produção se estagnar em função de paradas nas plataformas e embarcações para manutenção
Da Redação
Publicado em 23 de junho de 2014 às 16h38.
Rio - O atraso em repasses da Petrobras a fornecedores é mais um sinal da situação de constrangimento financeiro da estatal.
Além das empresas terceirizadas em diferentes frentes de obras, também fornecedores da área naval reclamam, internamente, de atrasos e dificuldades na relação com a estatal.
A situação se prolonga há dois anos, quando a estatal viu a sua curva de produção se estagnar em função de paradas nas plataformas e embarcações para manutenção.
Para suprir a demanda, a empresa importa mais derivados, como diesel e gasolina, revendidos no mercado doméstico a preços inferiores que o valor de compra, cotado em dólar.
Mesmo após a concessão de dois aumentos, no último ano, a defasagem elevou em 13,2% o prejuízo na área de refino e abastecimento, responsável pelo fornecimento dos combustíveis no país, na comparação entre o primeiro trimestre deste ano e o mesmo período de 2013.
O balanço, divulgado em março passado, também indicou alta no endividamento bruto da empresa, que pela primeira vez ultrapassou a marca de R$ 300 bilhões.
Com a dívida, a alavancagem da empresa ficou em 39%, pelo terceiro trimestre consecutivo acima da meta definida pela própria estatal (35%).
O resultado geral foi de queda de 29,9% no lucro da petroleira no primeiro trimestre, pressionado pela provisão de R$ 1,9 bilhão referentes ao programa de demissões voluntárias da Petrobras.
O programa é uma das apostas da companhia para aliviar sua situação financeira, com a economia projetada de R$ 13 bilhões em quatro anos.
Programas de melhorias operacionais (R$ 3,1 bilhões no 1º trimestre) e de desinvestimentos (US$ 11 bilhões em quatro anos) também compõem o esforço para diminuir custos.
O objetivo é liberar o caixa da empresa para os investimentos necessários para dobrar a produção até 2020, com participação de 53% da exploração no Pré-sal.