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Aterro zero: o que é e por que essa prática ajuda a reduzir os impactos ambientais

Entenda melhor o conceito, alinhado à economia circular, e veja exemplos de iniciativas no setor privado que endereçam a proposta

Aterro zero: ideia é evitar que produtos, embalagens e outros materiais sejam descartados em terra, água ou no ar, ameaçando o meio ambiente ou a saúde (Anton Petrus/Getty Images)
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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2022 às 08h00.

Última atualização em 16 de agosto de 2022 às 15h40.

Na série Glossário, que se inicia hoje aqui no canal Net Zero, explicamos termos e expressões relacionados ao mundo da sustentabilidade. É um glossário importante para quem transita por essas áreas. O de hoje é... aterro zero.

Como surgiu o termo aterro zero?

Por mais que hoje muito se fale sobre resíduo zero, o conceito de aterro zero surgiu na comunidade internacional na década de 1970 – no inglês, o termo é “ zero waste ”. A proposta, desde então, é engajar cidadãos, comunidades, setores público e privado na gestão adequada dos resíduos.

A proposta nasceu com a Aliança Internacional Zero Waste (ZWIA), que acredita que a tecnologia e os métodos necessários para atingir o aterro zero existem em todas as comunidades ao redor do mundo.

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Sua missão, aliás, é conectar interessados a pessoas que podem fornecer modelos, projetos, pessoas e os meios necessários para ajudar no desenvolvimento do “zero waste” como objetivo final.

E o que é aterro zero exatamente?

A definição de aterro zero, de acordo com a ZWIA, é a seguinte:

“É a conservação de todos os recursos por meio da produção, consumo, reutilização e recuperação responsáveis ​​ de produtos, embalagens e materiais sem queima e sem descartes na terra, na água ou no ar que ameacem o meio ambiente ou a saúde humana.”

Em essência, o conceito é o de desperdício zero, que visa incentivar uma abordagem mais circular da maneira como usamos os recursos. Em um nível mais básico, isso significa que a meta do aterro zero é levar as economias para o grande objetivo de não enviar resíduos para aterros, incineradores e oceanos.

No entanto, embora a reciclagem e o gerenciamento consciente de resíduos sigam sendo essenciais para atingir esse objetivo, o aterro zero vai muito além de simplesmente lidar com resíduos no fim de sua vida.

A proposta, na verdade, consiste em examinar todo o ciclo de vida de um produto ou material, identificando ineficiências e práticas insustentáveis​​de produção e consumo.

Então, aterro zero refere-se não apenas a manter os resíduos fora dos aterros, mas também a impulsionar as economias a terem menos desperdício na produção e no consumo.

O aterro zero é realista?

O avanço da economia circular está aí para provar que, sim, o conceito do aterro zero é realista. E vale lembrar que a proposta de desperdício zero não é apenas um objetivo final, mas um conjunto de princípios orientadores que buscam eliminar o desperdício em todas e quaisquer etapas da cadeia. Da extração de recursos até a produção, o consumo e o gerenciamento de materiais descartados, o objetivo é fechar o ciclo, redefinindo todo o conceito de resíduos e garantindo que os recursos permaneçam em uso pelo maior tempo possível antes de serem devolvidos à terra com pouco ou nenhum impacto ambiental.

Qual é a diferença entre aterro zero e reciclagem?

Uma distinção importante entre o aterro zero e a gestão e reciclagem de resíduos convencionais é a prevenção de práticas de desperdício desde o início da cadeia.É a diferença entre o modelo linear de produção, que começa com a extração de recursos, passa pela fabricação e vê os produtos acabarem em aterros sanitários, e o modelo da economia circular, que minimiza o desperdício e mantém os recursos em uso pelo maior tempo possível.Considerado um “circuito fechado” que promove a sustentabilidade e busca o desperdício zero por meio da redução, reutilização e reciclagem.

Exemplos de uma política de aterro zero

Exemplos de como isso funciona na prática já são vistos em algumas grandes empresas. Em 2016, mais de cinco anos atrás, portanto, a multinacional britânica Unilever anunciou que mais de 600 instalações da companhia em todo o mundo zeraram o envio de resíduos não perigosos a aterros.

Hoje, afirma a empresa, mais de dois terços de seus resíduos de produção são de fontes biológicas (como lodo de águas residuais e resíduos de alimentos não comestíveis).

Já onde o resíduo é inevitável, a empresa diz procurar extrair valor desse fluxo, encontrando oportunidades de reutilização pelo processamento de biomateriais, por exemplo, ou reciclagem e recuperação em novos produtos, como a captura de biogás por digestão anaeróbica ou compostagem de volta ao uso agrícola. Desde 2008, a redução no descarte de resíduos por tonelada de produção chega a 96%.

A brasileira JBS também tem iniciativas do tipo. Recentemente, a companhia anunciou o início de sua produção 100% nacional de fertilizantes, resultado de um estudo que começou em 2016 para identificar como fazer o melhor aproveitamento de resíduos das operações.

A Campo Forte Fertilizantes, que terá capacidade para fabricar 150 mil toneladas por ano em produtos, produzirá uma linha completa de fertilizantes orgânicos, organominerais e especiais a partir do aproveitamento de resíduos orgânicos e matérias-primas minerais, resultados de um alto investimento em inovação.

Ao usar como matéria-prima 25% do resíduo orgânico gerado pelas operações da JBS, a nova empresa garante uma destinação correta e um menor impacto ambiental para esses insumos. O novo negócio está alinhado ao compromisso Net Zero 2040 da JBS de zerar o balanço líquido das suas emissões de gases causadores do efeito estufa, considerando toda a sua cadeia de valor.

Acompanhe tudo sobre:JBSNetZero

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