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Atacarejo muda e ganha espaço no Grupo Pão de Açúcar

Bandeira de atacarejo, o Assaí, é a que mais cresce no grupo, logo depois do negócio de e-commerce, com a Nova Pontocom


	Loja do Assaí, a bandeira de atacarejo do Grupo Pão de Açúcar
 (DANIELA TOVIANSKY)

Loja do Assaí, a bandeira de atacarejo do Grupo Pão de Açúcar (DANIELA TOVIANSKY)

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Da Redação

Publicado em 23 de junho de 2014 às 09h25.

São Paulo - Programador de linguagem Cobol na década de 80 e autodidata em varejo, Belmiro Gomes é o homem do Grupo Pão de Açúcar na operação de 'atacarejo', aquela que vende tanto no atacado quanto para o consumidor final, com a bandeira Assaí.

Está com ele a missão de inaugurar 40 lojas nos próximos três anos, levar a rede para novos Estados, além dos 12 em que já atua, e até para outros países - um sonho antigo que está sendo estudado pelos franceses do Casino, controlador do grupo.

O desempenho do Assaí nos últimos três anos colocou esse formato no centro da estratégia do Pão de Açúcar.

A bandeira de atacarejo é a que mais cresce no grupo, logo depois do negócio de e-commerce, com a Nova Pontocom, que se prepara para abrir capital nos EUA este ano e virar uma gigante do varejo online.

O Assaí viu sua receita bruta crescer 38,2%, de R$ 1,4 bilhão para R$ 1,9 bilhão no primeiro trimestre deste ano. No ano passado, o atacarejo já conseguiu sustentar uma expansão de 34%, fechando dezembro com receita de R$ 6,8 bilhões.

Com isso, a empresa do Pão de Açúcar deve ultrapassar, em faturamento, até o fim do ano, o concorrente Makro, controlado por holandeses e que hoje ocupa o segundo lugar no ranking dos maiores atacarejos do País.

Em 2013, o Makro cresceu 9,8% no Brasil e faturou apenas R$ 600 milhões a mais que o Assaí - diferença que deve ser facilmente superada até dezembro deste ano, se o atacarejo do Pão de Açúcar mantiver o mesmo nível de crescimento dos primeiros meses.

No que depender de Belmiro Gomes o avanço no ranking é fato consumado. E, no setor, ninguém duvida que ele consiga.

O executivo tem a seu favor uma história de 22 anos no Atacadão, que é hoje o maior atacarejo do País, com faturamento estimado pelo mercado em R$ 18 bilhões.

Em 2007, ele coordenou o processo de venda da rede para o Grupo Carrefour e foi contratado pelo GPA em 2010. Nesse período de três anos, o Atacadão passou de um faturamento de R$ 4 bilhões, em nove Estados, para R$ 14 bilhões em 20 Estados brasileiros.

"Não dá para negar que foi uma escola e que muito do que eu estou fazendo agora vem da experiência no Atacadão", diz.

Sob seu comando desde 2010, o Assaí começou a reformular as lojas.

Das 79, 20 já foram inauguradas sob um novo conceito: os corredores têm o dobro da largura, o pé direito é mais alto e o piso de concreto permite que as empilhadeiras entrem na loja e coloquem as caixas com produtos direto nas prateleiras, eliminando uma etapa importante da logística.

As 42 padarias foram fechadas, porque atraíam um público que não era o alvo da rede. Mas o número de funcionários por unidade permaneceu o mesmo - 220 - já que outras áreas foram criadas, como uma cafeteria.

"A ideia era acabar com o ambiente sombrio das lojas antigas e tornar a experiência de compra mais agradável, tanto para o comerciante, que é o nosso principal cliente, quanto para a pessoa física", diz Gomes.

Ao mesmo tempo em que lidera o processo de "repaginação" do Assaí, o executivo colocou na rua uma equipe de 80 pessoas que viaja o Brasil à procura de novas áreas.

A loja mais recente da rede, já no novo modelo, foi inaugurada no mês passado em Garanhuns (PE). O Assaí é o maior prédio da cidade. A próxima inauguração será em Natal (RN).

"Com o modelo de atacarejo, que tem forte política de preço baixo, o Pão de Açúcar consegue aumentar sua presença no Nordeste, onde sua atuação ainda não é tão forte", afirma Flávia Amado, gerente de shopper e retail insight da Kantar Worldpanel.

Das 2010 lojas do grupo, que incluem as bandeiras Pão de Açúcar, Extra, Assaí, Casas Bahia e Ponto Frio, apenas cerca de 140 estão nessa região.

Em geral, os indicadores estão a favor de Belmiro Gomes. O que ele terá de provar aos franceses é que consegue entregar, além de crescimento, uma operação rentável, diz Júlia Monteiro, da CGD Securities.

"O grande desafio dessa operação é manter uma margem atrativa, já que ela é naturalmente mais baixa do que as de outros negócios do grupo." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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