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As premissas da Petrobrás e Eletrobrás para os próximos anos

Meritocracia e desalavancagem são algumas das diretrizes adotadas pelas duas maiores estatais brasileiras para retomar o crescimento


	Pedro Parente, presidente da Petrobrás: meritocracia irá permear a relação da empresa com seus funcionários
 (Flávio Santana/Biofoto)

Pedro Parente, presidente da Petrobrás: meritocracia irá permear a relação da empresa com seus funcionários (Flávio Santana/Biofoto)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 30 de setembro de 2016 às 13h02.

São Paulo – Desinvestimento, redução de despesas e meritocracia serão as diretrizes base de dois negócios distintos, Petrobrás e Eletrobrás, para voltar a crescer nos próximos anos.

Os presidentes das duas maiores companhias estatais brasileiras, duas gigantes nos setores em que atuam também fora do país, comentaram sobre seus planos durante o EXAME Fórum 2016, que acontece nesta manhã no Hotel Unique, em São Paulo.

Pedro Parente, no comando da Petrobrás desde maio, e Wilson Ferreira Junior, na Eletrobrás desde junho, vieram ambos de indústrias privadas, com o desafio de desalavancar as empresas e, principalmente, fazer com que elas retomem a credibilidade que há tempos perderam.

“No caso da Petrobrás, a empresa foi submetida por muitos anos a um processo onde seus objetivos principais foram secundários e é isso que revertemos”, disse Parente.

Para a companhia, metas agressivas tanto operacionais quanto financeiras tiveram de ser traçadas. Uma redução de custos de 18% e uma maior produtividade por poço – o que vai exigir menos gastos com plataformas – estão nos planos até 2021.

Uma série de desinvestimentos feitos pela companhia já rederam R$ 10 bilhões dos R$ 15,1 bilhões que ela pretende atingir este ano. A meta é ainda maior para 2018: R$ 19,5 bilhões.

A alavancagem das duas estatais também deve cair muito, de acordo com as metas para os próximos anos. Na Petrobrás, a dívida que hoje é de 5,3 vezes maior que a geração de caixa, deve chegar a 2,5, até 2018, e a 1,4, em 2021.

Na Eletrobrás, a relação deve chegar a 4, número baixo para um negócio que tem mais da metade de seus custos em impostos. “A relação chegou a nove vezes maior”, lembra Ferreira.

Um processo de meritocracia semelhante aos adotados por grandes negócios privados deve, também agora, permear a relação das companhias com os seus funcionários.

Das 24.000 pessoas que a Eletrobrás emprega, a grande maioria é de concursados e, assim como a Petrobras, planos de demissão voluntária e incentivo à aposentaria foram implantados.

“Nosso nível de produtividade hoje por empregado contratado é de 30%, abaixo da média do mercado”, afirma Ferreira Júnior. “Queremos estar acima da média nos próximos dois anos”.

O mesmo critério foi o adotado pela Petrobras na escolha de seu novo corpo diretivo, elogiado pelo presidente Michel Temer, na abertura do evento nesta manhã. "A Petrobrás, no fundo do poço, já emerge com essa nova gestão eficiente de pouco meses", disse. 

Outros tantos detalhes da operação, como a redução dos acidentes de funcionários e das despesas administrativas, também são parte do plano, além de ações fortes de governança.

“Na Petrobrás, nosso comitê tem ajudado as investigações na Lava Jato”, conta Parente, antes de salientar a defesa da empresa nas ações exercidas contra ela nos EUA por investidores. “A empresa não é culpada porque não teve nenhum benefício, nem financeiro, nem de imagem”.

Para Ferreira, o reconhecimento das mudanças de estratégia da Eletrobrás e do potencial da companhia, dona de um patrimônio de 173 bilhões de reais em ativos, chegam aos poucos.

“Na bolsa, as ações da companhia já subiram mais de 220%, prova de que o mercado voltou a olhar a Eletrobrás com mais cuidado”, afirma ele. 

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