São Paulo – Os primeiros quatro meses do ano não foram fáceis para as montadoras instaladas no Brasil. De acordo com a Anfavea, as vendas de carros de passeio caíram 3,3% na comparação com o mesmo período de 2011, somando 791.525 unidades. Segundo os especialistas, as condições mais severas, adotadas pelos bancos, para aprovar o financiamento da compra do carro zero foram o principal motivo do mau desempenho. Em sua defesa, os bancos alegam que a inadimplência está crescendo – e é preciso mais cuidado na análise dos interessados. Para algumas montadoras, porém, a queda de vendas foi bem maior. Clique nas fotos e veja.
Queda acumulada até abril: 48,6% Vendas totais: 1.036 unidades Além das restrições de crédito aos compradores de carros, impostas pelos bancos, a Mercedes-Benz também se ressente de outra medida: o aumento do IPI sobre os importados. Já no ano passado, a montadora previa uma queda de 50% nas vendas brasileiras, quando a medida entrasse em vigor. Para se ter uma ideia, seu modelo mais procurado no país, o Classe C, teve 625 unidades vendidas entre janeiro e abril – menos da metade das 1.342 do mesmo período de 2011.
Queda acumulada até abril: 23,6% Vendas totais: 39.819 O grupo francês Peugeot-Citroën realmente não vive seus melhores dias. Somente no primeiro trimestre, o faturamento global recuou 14%, devido ao agravamento da crise na Europa. No Brasil, a montadora também não colhe bons resultados. No acumulado até abril, as vendas caíram quase 24%. O problema é que o desempenho torna mais difícil a tarefa da empresa no país – somente a marca Citröen planeja crescer 11% por aqui neste ano.
Queda acumulada até abril: 20,9% Vendas totais: 15.231 A coreana Hyundai apresentou a terceira maior queda de vendas no acumulado até abril, segundo a Anfavea. A empresa também se ressente da freada no crédito automotivo. A evolução das vendas do i30, o seu modelo mais popular no país, dá a medida do problema. No acumulado de janeiro a abril do ano passado, foram vendidos 13.051 unidades do i30 no Brasil. No mesmo período deste ano, o número ficou praticamente pela metade: 6.749. A Hyundai prepara-se para iniciar colocar em operação a sua fábrica de Piracicaba (SP) em setembro.
Queda acumulada até abril: 19,5% Vendas totais: 25.836 A Honda também já viveu tempos mais felizes no Brasil. No acumulado do primeiro quadrimestre, a montadora japonesa viu suas vendas recuarem 19,5%. O Fit viu suas vendas caírem de 12.462 unidades, no acumulado de janeiro a abril do ano passado, para 8.684 nesta comparação, segundo a Fenabrave – ou seja, mesmo sua maior aposta para concorrer com os modelos de entrada não está contribuindo.
Queda acumulada até abril: 8% Vendas totais: 150.637 Uma das quatro grandes montadoras instaladas no país, a General Motors (GM) fechou abril com a quinta maior queda acumulada de vendas do ano. As comparações parciais também não são animadoras: sobre abril de 2011, o recuo mensal foi de 23,2%. Com a retração, começaram a circular rumores de que a GM poderia demitir parte dos funcionários de sua fábrica de São José dos Campos. De concreto, a empresa aposta no lançamento do compacto Sonic, em junho, para reverter a queda. O modelo será, inicialmente, importado da Coreia do Sul, mas deve ser produzido no México a partir do fim do ano – país com o qual o Brasil mantém um acordo automotivo.
O pernambucano Juliano Dias fundou a Meetz, uma plataforma para reuniões entre vendedores e potenciais clientes, nos primeiros dias da pandemia, um período em que ele e a família tentavam recomeçar a vida em Portugal