As 20 empresas que mais demitiram em 2014
Como consequência de cortes de custos e ajustes na produção, grandes empresas anunciaram demissões histórias no ano de 2014
Karin Salomão
Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 17h36.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 14h57.
São Paulo – No ano que passou, diversas empresas precisaram passar por grandes reestruturações. Como consequência de cortes de custos e ajustes na produção, grandes empresas anunciaram demissões histórias no ano de 2014. As montadoras de automóveis recorreram a lay-offs e demissões voluntárias como nunca antes. A Microsoft também fez o maior corte de toda sua história, demitindo 18 mil pessoas. Confira nas fotos as empresas que anunciaram os maiores planos de demissões de 2014.
Este ano, a Microsoft fez o maior corte de toda história da companhia: 18.000 pessoas. O anúncio foi feito em julho, através de um comunicado aos funcionários feito por Satya Nadella, presidente da empresa. A maioria dos cortes, 12.500, será feita na divisão de dispositivos e serviços da Nokia, comprada em abril. Com as demissões, a Microsoft reduzirá quase 15% de sua força de trabalho e terá despesas estimadas de até 1,6 bilhão de dólares com indenizações e pacotes de benefícios.
A Hewlett-Packard Co. ( HP ) confirmou, em outubro, que irá cortar 55 mil empregos como resultado de uma mudança na empresa. A HP planeja se dividir em duas empresas. A cisão irá separar seu negócio de computadores pessoais e impressoras da divisão de hardware corporativo e de serviços. O plano foi iniciado em 2012 e deve se estender até o fim do ano fiscal de 2015. Se o plano for adiante como previsto, dará origem a duas empresas de capital aberto, com receita anual de mais de US$ 50 bilhões cada.
O ano de 2014 não foi fácil para a Malaysia Airlines . Dois acidentes aéreos impactaram a companhia de aviação, que elaborou um plano de reestruturação. Cerca de um quarto do quadro de 20 mil funcionários da empresa serão demitidos. Entre 5 mil a 6 mil postos de trabalho serão cortados. Em novembro, a empresa disse que aprofundou o prejuízo líquido do terceiro trimestre para 576,1 milhões de ringgits (170,39 milhões de dólares), ante resultado negativo em 375,4 milhões de ringgits no mesmo período do ano anterior.
Mais de 12% dos funcionários da Petrobras entraram no plano de incentivo ao desligamento voluntário proposto. Ao todo, 8.298 empregados acertaram sua demissão. Para as indenizações, a Petrobras estimou um custo de R$ 2,4 bilhões. O PDV teve um impacto negativo nos meses depois de seu anúncio. Entre 2014 e 2018, porém, o plano deverá gerar economia de R$ 13 bilhões, disse a empresa no comunicado.
Para as montadoras , 2014 ficará marcado como o ano em que mais recorreram aos lay-offs (suspensão temporária de contratos de trabalho), a férias coletivas, semanas curtas de trabalho e programas de demissão voluntária. Em 2014, esses expedientes foram adotados em quase todos os meses, para diminuir a produção e os estoques. A ociosidade das fábricas superou os 20%. Fabricantes como Ford, General Motors, Mercedes-Benz e Volvo deram folgas de quatro a cinco semanas, quando o tradicional são duas a três semanas. O setor também cortou 10 mil postos de trabalho neste ano e emprega 147 mil pessoas, o menor contingente desde maio de 2012.
A Fiat e Volkswagen, duas das maiores fabricantes de automóveis, dispensaram mais 2,2 mil funcionários para adequar a produção à demanda. Em maio, a Volkswagen suspendeu o contrato de trabalho (sistema chamado de lay-off) de 900 trabalhadores na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e de 400 da unidade de São José dos Pinhais (PR) por cinco meses. A Fiat deu férias coletivas para 1.700 operários em Betim (MG) em abril.
Na mesma linha das outras montadoras no Brasil, a fabricante de caminhões Mercedes-Benz anunciou um Programa de Demissão Voluntária até julho. A empresa tem pressa em reduzir o quadro de pessoal em São Bernardo do Campo, no ABC paulista, onde afirma ter 2 mil funcionários excedentes. A Mercedes também suspendeu um dos dois turnos de trabalho dessa linha em maio. O setor operava quatro dias por semana.
Por conta da crise no setor europeu de aviação, a Airbus anunciou no fim do ano passado que planeja cortar 5,8 mil postos de trabalho até 2016. As demissões serão nos setores aéreos e de defesa, incluindo postos administrativos. No fim de 2012, a empresa demitiu mais de 140 mil funcionários.
Em novembro, o banco HSBC Brasil demitiu entre 800 e 1 mil funcionários, segundo estimativas do sindicato dos bancários de São Paulo e da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). Os cortes foram realizados em todo o país e representam por volta de 4,5% do total de empregados do banco. As demissões ocorrem um mês após o encerramento da greve dos bancários, em novembro.
A empresa de equipamentos e serviços para redes de telecomunicações Ericsson planeja reduzir custos em 9 bilhões de coroas suecas, 1,2 bilhão de dólares, por ano. A empresa reduziu suas perspectivas de crescimento para esse ano em seus mercados e prevê redução de pessoal. A Ericsson não informou quantos empregos planeja cortar. A companhia emprega cerca de 118 mil pessoas no mundo todo.
Em outubro, o banco britânico Lloyds anunciou que irá reduzir mais 9 mil postos de trabalho nos próximos três anos. Isso representa um décimo do total de funcionários. Além disso, o banco afirmou que fechará 150 agências durante esse período em comunicado remitido à Bolsa de Londres.
Logo após substituir seu diretor financeiro, a britânica Rolls-Royce afirmou que planeja cortar 2,6 mil empregos para economizar recursos. A segunda maior fabricante de motores de aeronaves disse, em novembro, que o programa de demissão deve ocorrer principalmente na divisão aeroespacial e levará 18 meses para ser concluído. O plano foi elaborado para economizar cerca de 80 milhões de libras (128 milhões de dólares) por ano após a sua conclusão.
Ao final deste ano, o JPMorgan terá eliminado 27 mil empregos da área de banco de varejo sobre dois anos antes. Já no Chase Bank, o JPMorgan espera encerrar 2014 com 11 mil funcionários a menos. Muitos bancos de grande porte nos Estados Unidos, incluindo Wells Fargo e Bank of America, têm demitido funcionários de divisões hipotecárias uma vez que taxas de juros maiores tornam refinanciamentos menos atraentes para os proprietários de imóveis.
A Sony também demitiu 5 mil trabalhadores, como parte de um plano de reestruturação que inclui o fim da fabricação de computadores pessoais (PC). No final de 2013, a Sony anunciou que pretendia cortar até 100 milhões de dólares de seu orçamento.
O serviço de correio britânico Royal Mail anunciou um plano para suprimir 1.600 postos de trabalho, poucos meses depois de sua privatização e da saída da Bolsa no fim do ano passado. O grupo também prevê a contratação ou promoção de 300 pessoas, o que resultará no corte líquido de 1.300 empregos.
Depois das concessões de aeroportos, a Infraero terá prejuízo de R$ 450 milhões ao ano a partir de 2015, perdendo metade de suas fontes de receita. Para reequilibrar as contas da estatal, a ideia é enxugar o quadro de pessoal, cortando 2,5 mil vagas de um total de quase 12 mil. A empresa negocia com o Ministério do Planejamento um aporte de quase R$ 750 milhões para colocar o PDV em prática.
A companhia alemã de telecomunicações Deutsche Telekom cortará 4.900 empregos na Alemanha em sua divisão de serviços para empresas T-Systems. Do total, 2.700 empregos serão extintos em 2014 e os outros 2.200 no próximo ano.
A multinacional alemã Siemens iá suprimir 11.600 postos no mundo todo. Os cortes são parte de um plano de reestruturação que contempla a redução do número de divisões. O presidente da Siemens , Joe Kaeser, anunciou um plano de reestruturação para melhorar a rentabilidade do grupo. A ideia é agrupar as atividades da multinacional em nove divisões, contra as 16 atuais. A partir de 2016, os custos deverão diminuir em um bilhão de euros por ano.
A empresa farmacêutica suíça Novartis planeja eliminar ou transferir até 4.000 postos de trabalho, um plano que afetaria até 6% de sua força de trabalho na área farmacêutica. O anúncio, feito em fevereiro, faz parte de uma reestruturação da empresa, pressionada pelos investidores. A mudança ocorre em um momento em que expiram as patentes de seus medicamentos mais vendidos.
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