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Artistas como Taylor Swift e Beyonce têm 60% da renda mundial de shows

Nomes já consagrados vêm embolsando uma fatia cada vez maior da renda de shows, deixando pouco espaço para a concorrência

BEYONCE E ED SHEERAN: os dois artistas tiveram as turnês mais rentáveis de 2018 (Kevin Mazur/Getty Images)

BEYONCE E ED SHEERAN: os dois artistas tiveram as turnês mais rentáveis de 2018 (Kevin Mazur/Getty Images)

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Carolina Riveira

Publicado em 4 de maio de 2019 às 16h14.

Última atualização em 4 de maio de 2019 às 16h40.

São Paulo - Se no mundo as 26 pessoas mais ricas detêm a riqueza de 50% da humanidade, na indústria da música não é muito diferente. Dados de 2017 mostram que cerca de 60% de toda a renda de shows mundo afora foi para o bolso de uma restrita minoria, que engloba somente o 1% de artistas mais bem pagos do mundo.

Se levados em conta os 5% mais bem pagos, descobre-se que esses artistas embolsaram, sozinhos, 85% da renda mundial com shows, isto é, praticamente todo o faturamento da música ao vivo no mundo.

Os números são de um estudo do economista Alan Krueger, da Universidade Princeton, nos Estados Unidos, publicados pelo jornal The Wall Street Journal. 

Tal qual no mundo real, onde a classe média desaparece para dar lugar a situações de pobreza e riqueza cada vez mais extremas, a concentração de renda na indústria da música também vem acabando com o meio da pirâmide: ou você é uma superestrela, ou não parece conseguir viver de música.

A concentração de renda de shows quase dobrou desde 1982, quando os artistas mais bem pagos ficavam com "apenas" 26% do bolo.

"O meio-termo saiu da música, à medida que mais e mais consumidores gravitam para um pequeno número de super estrelas", escreve Krueger em seu livro Rockonomics, que contém análises sobre o mercado musical e está previsto para ser lançado nos Estados Unidos em junho (Krueger faleceu no último mês de março).

O Olimpo da música 

As três maiores turnês de 2018 - de Ed Sheeran, Taylor Swift e a turnê conjunta de Beyonce e Jay-Z - levantaram cerca de 1 bilhão de dólares em ingressos pagos pelos fãs, segundo a revista musical Billboard. Há dez anos, em 2008, as três maiores turnês do ano levantaram 600 milhões de dólares.

A alta foi influenciada justamente pelos grandes artistas, que disponibilizam ingressos com preços cada vez mais salgados - mas que têm público fiel o suficiente para pagá-los. Só nos Estados Unidos, o preço médio dos ingressos para shows subiu de 12 dólares em 1981 para 69 dólares em 2017, bem acima da inflação no período.

Assistir a um show da turnê do casal Beyonce e Jay-Z, por exemplo, saiu por cerca de 117 dólares em 2017, enquanto Taylor Swift cobrou média de 119 dólares e Ed Sheeran de 89 dólares, segundo a publicação especializada em shows Pollstar.

A renda com shows é uma das partes mais importantes do faturamento de um cantor, que retira das apresentações cerca de três quartos de tudo o que ganha, segundo Krueger.

O Olimpo da música ao vivo, assim, é reservado a um seleto grupo de artistas. E o grande campeão desse ranking é a banda irlandesa U2, que faturou cerca de 237 milhões de dólares por ano com seus shows entre 2013 e 2017, na média anual.

Em seguida vêm os ingleses do One Direction (209 milhões de dólares), a norte-americana Beyonce (179 milhões), a britânica Adele (169 milhões) e a norte-americana Taylor Swift (137 milhões de dólares).

Apesar de o conteúdo músical e vídeos de apresentações estarem cada vez mais acessíveis na internet - com plataformas de vídeo como YouTube e serviços de streaming musical como o Spotify -, os números mostram que os fãs ainda estão dispostos a pagar por seus shows preferidos. As performances ao vivo tiveram recorde de faturamento em 2017, levantando 10,4 bilhões de dólares.

A indústria dos shows está mais do que viva - mas não para todo mundo.

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