Turley declarou ter sofrido assédio dos colegas de trabalho (Jean-Christophe Verhaegen/AFP)
Da Redação
Publicado em 13 de junho de 2012 às 22h00.
Nova York - A companhia siderúrgica ArcelorMittal terá de pagar US$ 25 milhões de indenização a um ex-funcionário da fábrica da cidade de Lackawanna (Nova York) por discriminação racial durante anos, publicou nesta quarta-feira o jornal ''Buffalo News''.
Elijah Turley, um afro-americano que trabalhou para a gigante do aço entre 2005 e 2008, receberá a quantia após o júri encarregado do caso decidir por unanimidade considerar a empresa como responsável pela cultura de discriminação racial que se instaurou na fábrica.
Durante o julgamento de três semanas, Turley declarou ter sofrido assédio dos colegas de trabalho, que, segundo ele, o chamavam de ''macaco''. Afirmou que uma vez chegou a encontrar um macaco de pelúcia pendurando do espelho retrovisor de seu automóvel.
''É absolutamente impactante que um caso como este esteja nos tribunais em 2012'', disse em suas alegações finais o advogado do trabalhador, Ryan Mills, para quem a situação ''deveria ser vista como atroz e intolerável em uma sociedade civilizada''.
Turley revelou também durante o julgamento que, numa ocasião, encontrou dizeres pichados alusivos ao Ku Klux Klan (grupo americano que prega o racismo) nas paredes da fábrica onde trabalhou durante 14 anos.
Após conhecer a sentença, a ArcelorMittal emitiu um comunicado de imprensa no qual garantiu que a empresa adota a política de ''tolerância zero'' à discriminação e ao assédio, e deixou entrever a possibilidade de recorrer da sentença.
''Estamos surpresos pela decisão de hoje. Consideramos a multa excessiva'', acrescentou a nota da empresa.