ArcelorMittal espera concluir vendas de ativos até 2º tri
O grupo recebeu nesta quarta-feira aval do Cade para a compra na qual a Votorantim passará a ser acionista minoritária no capital da ArcelorMittal Brasil
Reuters
Publicado em 7 de fevereiro de 2018 às 20h42.
São Paulo - O grupo siderúrgico ArcelorMittal espera concluir até o segundo trimestre a venda de dois pacotes de ativos no Brasil para poder assumir o comando de instalações da Votorantim Siderurgia no país, negócio que catapulta a empresa à liderança entre os maiores produtores de aços longos do país.
O grupo europeu recebeu nesta quarta-feira aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para a compra, cerca de um ano após anunciar a operação, na qual a Votorantim passará a ser acionista minoritária no capital da ArcelorMittal Brasil.
Segundo o presidente da ArcelorMittal Aços Longos para Américas do Sul, Central e Caribe, Jefferson de Paula, as negociações para a venda dos ativos para dois compradores estão em estágio avançado. "Hoje não está totalmente negociado, mas esta muito bem adiantado", afirmou o executivo.
Ele evitou citar quais ativos estão nos pacotes ou o valor total dos desinvestimentos. Porém, não negou que incluam a fábrica de Cariacica (ES), que produz vergalhões e outros produtos, conforme mencionado pela relatora do caso no Cade, a conselheira Polyanna Vilanova, ao citar condicionantes para a aprovação do negócio.
Com a aquisição da Votorantim Siderurgia no Brasil, De Paula disse que a ArcelorMittal vai elevar sua capacidade de produção em cerca de 2 milhões de toneladas anuais, atingindo "5 milhões a 6 milhões" de toneladas por ano. A Gerdau , a única outra grande participante do mercado após o negócio aprovado pelo Cade nesta quarta-feira, tem no Brasil capacidade de entre 5 milhões e 5,5 milhões de toneladas anuais de aços longos.
"Estamos muito satisfeitos com a (aquisição da) Votorantim (Siderurgia) porque existe muita sinergia e vamos aumentar a competitividade da ArcelorMittal no Brasil. Vamos agregar valor com outros produtos. A Votorantim tem clientes diferentes dos nossos", disse o executivo em entrevista por telefone depois da decisão do Cade.
De Paula afirmou que o consumo de aço longo no Brasil este ano deve subir 7 a 9 por cento em 2018, depois de cair 34 por cento nos três anos anteriores. A ArcelorMittal pretende acompanhar o crescimento do mercado, afirmou o executivo.
Ele disse que a recuperação do mercado de construção civil do país está se dando de forma mais acelerada desde o último trimestre do ano passado, em função da retomada de obras que haviam sido paralisadas.
Apesar disso, a ArcelorMittal ainda não tem cronograma definido sobre quando vai decidir duplicar a capacidade de produção da fábrica de aços longos de Monlevade (MG) em relação aos atuais 1,2 milhão de toneladas. A empresa tem todos os equipamentos comprados, "mas depende do mercado" o momento em que fará o investimento para colocá-los em funcionamento, disse De Paula.
"Vamos fazer o investimento que está parado lá, mas quem vai definir isso é o mercado. Temos certeza que a ArcelorMittal vai fazer esse investimento no Brasil", acrescentou o executivo.