Após suspensão de demissões, Petrobras quer negociar com funcionários
A estatal está disposta a negociar as condições do programa de desligamento de 396 empregados da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados
Estadão Conteúdo
Publicado em 19 de fevereiro de 2020 às 19h24.
Última atualização em 19 de fevereiro de 2020 às 19h24.
A Petrobras está disposta a negociar as condições do programa de desligamento de 396 empregados da fábrica de fertilizantes Araucária Nitrogenados (Ansa), após o Tribunal Regional do Trabalho do Paraná (TRT-PR) determinar a suspensão das demissões até 6 de março. Em nota oficial, a empresa não faz menção a uma possível desistência das demissões.
O encerramento da operação da Ansa, e a consequente demissão dos seus empregados e de centenas de outros indiretos, é o principal motivo da greve dos petroleiros, que nesta quarta-feira entra no 19º dia. A paralisação é liderada pela Federação Única dos Petroleiros (FUP).
Na decisão do TRT-PR, a desembargadora Rosalie Batista indicou que a direção da Ansa e também do Sindiquímica-PR, representante dos empregados da fábrica de fertilizantes, restabeleçam negociações. Mas, para isso, os grevistas do Paraná devem deixar a greve iniciada no dia 1º deste mês. Nova audiência com o tribunal está marcada para 6 de março.
"A Ansa discutirá com o Sindiquímica-PR as condições do pacote de benefícios para os desligamentos dos seus 396 empregados dentro do cronograma de hibernação (da fábrica) previsto", informou a empresa em comunicado oficial, acrescentando que o plano de desligamento proposto inclui o pagamento de até R$ 210 mil, de acordo com a remuneração e o tempo de trabalho dos trabalhadores demitidos; a manutenção da contribuição da empresa nos planos médico e odontológico; benefício farmácia e auxílio educacional por dois anos ou até o trabalhador demitido iniciar em novo emprego.
Além disso, a empresa oferece assessoria especializada em recolocação profissional. O Ministério Público do Trabalho cobra da empresa que se manifeste também sobre os empregados indiretos que, segundo a FUP, somam 600 pessoas. Uma das cobranças é que a empresa estenda essa assessoria a esses trabalhadores.
No comunicado, a companhia reiterou que a Ansa está sendo fechada porque gerava prejuízos sucessivos e não foi encontrado comprador para ela.