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Após expansão acelerada, operadoras miram rentabilidade

As operadoras estão se movimentando para acelerar a geração de receita média por usuário, em vez de tentarem ampliar a base de clientes

Telefonia: no fim de 2012, haviam 262 milhões de linhas ativas no país (SXC.hu)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de março de 2013 às 21h16.

Rio de Janeiro - Após o crescimento acelerado nos últimos anos, as operadoras de telefonia móvel agora estão deixando de buscar a ampliação da base de clientes para se concentrar no aumento da receita com a venda de pacote de dados e aumentar a participação das linhas pós-pagas.

Essa mudança de foco começou a ganhar ímpeto no final de 2012. Uma demonstração desse movimento é a desaceleração nas adições líquidas de linhas móveis: depois de crescer fortes 20 por cento em 2011, com recorde de novas conexões, no ano passado esse avanço foi de apenas 8 por cento, e deve continuar desacelerando este ano.

"Ter uma base muito grande não é necessariamente ter resultado", afirmou Roger Oey, analista da BES Securities, o qual espera crescimento na base de apenas 5 por cento para 2013.

"(Essa estimativa) não representa um crescimento vistoso... e isso começa a mudar um pouco o jogo, que era de crescimento em número de clientes e agora vai para a rentabilidade", afirmou à Reuters.

Dentro dessa estratégia, grandes operadores de telefonia móvel do país, como a Oi , a Telefônica Brasil e a TIM, têm tomado medidas para controlar suas bases de linhas pré-pagas e se movimentam para acelerar a geração de receita média por usuário (Arpu, na sigla em inglês), que é um indicador de rentabilidade.

O mercado brasileiro fechou 2012 com 262 milhões de linhas ativas (1,3 linha por habitante), sendo 80,5 por cento delas pré-pagas, que não geram receita previsível para as operadoras.

Toda vez que uma operadora habilita chip móvel para um usuário ela paga a um fundo de fiscalização do governo uma taxa de instalação de 26,83 reais, sem contar a taxa anual de funcionamento de 13,42 reais, de acordo com a legislação vigente.

Isso incorre em um custo para a operadora que nem sempre é recompensado, considerando que muitos usuários detém chips apenas para receber chamadas ou colocam créditos apenas para mantê-lo ativo, considerando que a operadora pode desativá-lo após três meses se não houver recarga.

"Quando a empresa desconecta linhas, pode até melhorar resultado com clientes que não geram receita", afirmou o analista do BES.

Segundo ele, uma estratégia mais enxuta de comissões de vendas e de custo de captação de clientes pode também ajudar as operadoras a melhorar a rentabilidade.

"Quando cresce a uma velocidade muito alta, gasta muito para ter o cliente, e o resultado piora primeiro para depois melhorar", afirmou Oey. "Depois de meses é que se começa a ter receita mesmo, porque tem muita despesa de captação."

DESCONEXÕES

Ampliar a oferta de dados móveis, como Internet e envio de mensagens, tem ajudado todas operadoras a gradualmente aumentar a rentabilidade, e a base de assinantes está sendo controlada com a desconexão de linhas.

Esse é o caso da Oi. A receita líquida móvel da operadora cresceu 6,9 por cento no quarto trimestre de 2012, na comparação com o terceiro, ao passo que o número de unidades pré-pagas avançou apenas 0,9 por cento e sua base móvel total, 1,6 por cento, refletindo a estratégia da empresa de agregar valor a planos pós-pagos.

A maior operadora móvel do Brasil, a Vivo, do grupo Telefônica Brasil, tem ampliado sua receita com dados móveis, cujo receita média por usuário desse segmento cresceu 10,7 por cento de outubro a dezembro na comparação com o trimestre anterior.

A companhia do grupo espanhol Telefónica também tem feita "limpezas", e sua base de pré-pagos caiu 2,6 por cento no quarto trimestre sobre o terceiro, enquanto a pós-paga subiu 4,7 por cento.

"Não adianta ter base muito grande e essa base não ser rentabilizada", afirmou Karina Freitas, da corretora Concórdia.

O caso da TIM também salienta uma estratégia mais comedida na adição de novas linhas. Após a explosão no número de linhas da operadora em 2011, principalmente pré-pagos, que a levou do terceiro para o segundo lugar em participação de mercado naquele ano, a empresa agora tem elevado seu percentual de pós-pagos.

No quarto trimestre, a TIM teve crescimento de pós-pagos de 4,7 por cento na comparação trimestral, enquanto o aumento do pré-pago não chegou a 1 por cento, ajudando o Arpu da empresa a avançar 5,1 por cento no período.

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Rio de Janeiro - Após o crescimento acelerado nos últimos anos, as operadoras de telefonia móvel agora estão deixando de buscar a ampliação da base de clientes para se concentrar no aumento da receita com a venda de pacote de dados e aumentar a participação das linhas pós-pagas.

Essa mudança de foco começou a ganhar ímpeto no final de 2012. Uma demonstração desse movimento é a desaceleração nas adições líquidas de linhas móveis: depois de crescer fortes 20 por cento em 2011, com recorde de novas conexões, no ano passado esse avanço foi de apenas 8 por cento, e deve continuar desacelerando este ano.

"Ter uma base muito grande não é necessariamente ter resultado", afirmou Roger Oey, analista da BES Securities, o qual espera crescimento na base de apenas 5 por cento para 2013.

"(Essa estimativa) não representa um crescimento vistoso... e isso começa a mudar um pouco o jogo, que era de crescimento em número de clientes e agora vai para a rentabilidade", afirmou à Reuters.

Dentro dessa estratégia, grandes operadores de telefonia móvel do país, como a Oi , a Telefônica Brasil e a TIM, têm tomado medidas para controlar suas bases de linhas pré-pagas e se movimentam para acelerar a geração de receita média por usuário (Arpu, na sigla em inglês), que é um indicador de rentabilidade.

O mercado brasileiro fechou 2012 com 262 milhões de linhas ativas (1,3 linha por habitante), sendo 80,5 por cento delas pré-pagas, que não geram receita previsível para as operadoras.

Toda vez que uma operadora habilita chip móvel para um usuário ela paga a um fundo de fiscalização do governo uma taxa de instalação de 26,83 reais, sem contar a taxa anual de funcionamento de 13,42 reais, de acordo com a legislação vigente.

Isso incorre em um custo para a operadora que nem sempre é recompensado, considerando que muitos usuários detém chips apenas para receber chamadas ou colocam créditos apenas para mantê-lo ativo, considerando que a operadora pode desativá-lo após três meses se não houver recarga.

"Quando a empresa desconecta linhas, pode até melhorar resultado com clientes que não geram receita", afirmou o analista do BES.

Segundo ele, uma estratégia mais enxuta de comissões de vendas e de custo de captação de clientes pode também ajudar as operadoras a melhorar a rentabilidade.

"Quando cresce a uma velocidade muito alta, gasta muito para ter o cliente, e o resultado piora primeiro para depois melhorar", afirmou Oey. "Depois de meses é que se começa a ter receita mesmo, porque tem muita despesa de captação."

DESCONEXÕES

Ampliar a oferta de dados móveis, como Internet e envio de mensagens, tem ajudado todas operadoras a gradualmente aumentar a rentabilidade, e a base de assinantes está sendo controlada com a desconexão de linhas.

Esse é o caso da Oi. A receita líquida móvel da operadora cresceu 6,9 por cento no quarto trimestre de 2012, na comparação com o terceiro, ao passo que o número de unidades pré-pagas avançou apenas 0,9 por cento e sua base móvel total, 1,6 por cento, refletindo a estratégia da empresa de agregar valor a planos pós-pagos.

A maior operadora móvel do Brasil, a Vivo, do grupo Telefônica Brasil, tem ampliado sua receita com dados móveis, cujo receita média por usuário desse segmento cresceu 10,7 por cento de outubro a dezembro na comparação com o trimestre anterior.

A companhia do grupo espanhol Telefónica também tem feita "limpezas", e sua base de pré-pagos caiu 2,6 por cento no quarto trimestre sobre o terceiro, enquanto a pós-paga subiu 4,7 por cento.

"Não adianta ter base muito grande e essa base não ser rentabilizada", afirmou Karina Freitas, da corretora Concórdia.

O caso da TIM também salienta uma estratégia mais comedida na adição de novas linhas. Após a explosão no número de linhas da operadora em 2011, principalmente pré-pagos, que a levou do terceiro para o segundo lugar em participação de mercado naquele ano, a empresa agora tem elevado seu percentual de pós-pagos.

No quarto trimestre, a TIM teve crescimento de pós-pagos de 4,7 por cento na comparação trimestral, enquanto o aumento do pré-pago não chegou a 1 por cento, ajudando o Arpu da empresa a avançar 5,1 por cento no período.

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