Negócios

Brasil se torna o maior mercado da marca Heineken

Volumes de cerveja cresceram 4,1% no quarto trimestre, com os aumentos mais fortes no Vietnã, Camboja e Brasil

Heineken: cerveja se expandiu para se tornar a segunda maior cervejaria do país em 2017 (Kham/File Photo/Reuters)

Heineken: cerveja se expandiu para se tornar a segunda maior cervejaria do país em 2017 (Kham/File Photo/Reuters)

R

Reuters

Publicado em 12 de fevereiro de 2020 às 09h41.

Última atualização em 6 de outubro de 2020 às 13h36.

Bruxelas — O Brasil tornou-se o país com o maior mercado da cervejaria Heineken no mundo em 2020. No entanto, a cervejaria ainda fica atrás na Ambev no país.

Em 2019, a Heineken teve seu volume mundial de cerveja aumentado em 4,1% no quarto trimestre, puxado principalmente por Vietnã, Camboja e Brasil.

"Um final de ano forte", disse Trevor Sterling, analista de bebidas da Bernstein Securities, destacando um crescimento de dois dígitos nesses três países.

O lucro operacional ajustado de 2019 da empresa — antes de itens extraordinários — foi de 4,02 bilhões de euros (4,39 bilhões de dólares), um aumento de 3,9% e exatamente em linha com o consenso do mercado.

Em termos regionais, os números de lucro também foram semelhantes às expectativas, com um leve desempenho superior na África, Oriente Médio e Leste Europeu e nas Américas, contra um leve desempenho inferior na Ásia-Pacífico e na Europa.

"Estimamos que o Brasil responde por aproximadamente 15% do volume global para a Heineken, mas apenas 4% a 5% dos lucros", diz Sterling.

Embora o ganho de mercado no Brasil, a cervejaria mantém uma disputa acirrada com sua principal concorrente, a AB Inbev. "O maior desafio na competição com a AB Inbev, em países individuais é a Nigéria. Mas Heineken e AB Inbev competem em pé de igualdade no México, África do Sul, Estados Unidos, Reino Unido, França, etc", diz o analista.

A estimativa média dos analistas é de crescimento de lucro de 6% neste ano de 2020, de acordo com um consenso compilado pela empresa. O vice-presidente de Finanças, Laurence Debroux, se recusou a colocar um intervalo numérico na previsão da Heineken.

As projeções são as mesmas da Heineken há um ano. No entanto, a empresa atenuou em outubro as expectativas relacionadas ao lucro, dizendo que o lucro operacional aumentaria apenas 4%.

A empresa prevê que os custos mais baixos de cevada e alumínio realmente ajudarão a aumentar os lucros em 2020, quando seu presidente-executivo deixará o cargo.

A empresa também disse que as receitas devem subir este ano com volumes mais altos, preços e consumidores mudando para cervejas mais caras

Juntamente com um aumento mais moderado nos custos de insumos, a empresa deve registrar um aumento percentual de um dígito médio no lucro operacional em 2020, estimou, acrescentando ser muito cedo para avaliar o impacto do surto de coronavírus em seus negócios.

"Somos cautelosos, estamos apenas analisando a situação, mas com certeza não é paralisante, seria uma palavra muito forte, mas terá algumas consequências", afirmou o presidente-executivo de saída, Jean-François van Boxmeer, em uma teleconferência.

As ações da companhia disparavam mais de 6% no pregão desta quarta-feira, com investidores repercutindo positivamente sólidos resultados do quarto trimestre, liderados pelo crescimento no Vietnã, Camboja e Brasil

Van Boxmeer, belga e presidente-executivo desde 2005, deve deixar o cargo em 1º de junho, um ano antes do esperado. Ele será sucedido pelo chefe das operações asiáticas, o holandês Dolf van den Brink, disse a Heineken na terça-feira.

Analistas disseram que a mudança não foi uma grande surpresa e Van den Brink, que também liderou as operações da Heineken nos EUA e no México, foi uma escolha lógica.

Acompanhe tudo sobre:BalançosCervejasHeinekenLucro

Mais de Negócios

15 franquias baratas a partir de R$ 300 para quem quer deixar de ser CLT em 2025

De ex-condenado a bilionário: como ele construiu uma fortuna de US$ 8 bi vendendo carros usados

Como a mulher mais rica do mundo gasta sua fortuna de R$ 522 bilhões

Ele saiu do zero, superou o burnout e hoje faz R$ 500 milhões com tecnologia