Vitor Asseituno, CEO da Sami: "Cerca de 20% dos nossos pacientes são da zona leste" (Fernando Mendes/Sami/Divulgação)
Repórter de Negócios
Publicado em 28 de novembro de 2023 às 11h44.
Última atualização em 28 de novembro de 2023 às 11h45.
Na pizza formada pela quantidade de beneficiários de planos de saúde do Brasil, a maior fatia - de longe - fica para os planos empresariais. Em dezembro do ano passado, eram 35,2 milhões de usuários dessa categoria, frente a 8 milhões de clientes do plano individual ou familiar.
A Sami, startup de planos de saúde fundada em 2018, focou nesse dado e quis ir além: criou pacotes empresariais também para pequenas empresas e microempreendedores individuais.
“Já atendemos mais de 20.000 vidas em cerca de 10.000 empresas, muitas delas, MEIs”, diz o presidente da Sami, Vitor Asseituno. “Temos jornalistas, designers, programadores, motoristas de aplicativo e uma série de profissionais independentes. E também empresas maiores, de 30 a 800 vidas”.
Além de focar nessa gama de público, também olhou para a telemedicina - uma tendência fortificada pela pandemia. De acordo com pesquisa da Mordor Intelligence, o mercado de telemedicina está prestes a crescer dos atuais aproximadamente US$ 38 bilhões para US$ 168 bilhões em 2026. Além disso, 82% dos pacientes experimentaram a telemedicina pela primeira vez desde o início da crise sanitária.
Com a soma de planos empresariais para pequenos negócios e da telemedicina, a Sami se estruturou e cresceu. Lançou novos produtos e captou recursos. O último deles foi uma rodada de 90 milhões de reais na metade deste ano.
Agora, com esse valor, está preparando três novos lançamentos:
A estratégia é bater os 100 milhões de reais em faturamento.
Na Sami, cada cliente tem um médico de referência, que faz a consulta digitalmente. Se a pessoa acordou com uma enxaqueca, por exemplo, pode consultar diretamente com esse médico pelo aplicativo.
Caso precise de um atendimento presencial, o cliente pode ir a uma unidade física da Sami dentro de hospitais de São Paulo. A primeira, inaugurada desde o início da operação da startup, fica na Beneficência Portuguesa de São Paulo. A segunda está sendo lançada agora, no hospital Santa Virgínia, no bairro Belém, na zona leste da capital paulista.
A operação faz parte da estratégia de break-even anunciada pela Sami em sua última captação, de 90 milhões de reais, e de sua meta de dobrar o faturamento até o final do ano.
“Cerca de 20% dos nossos pacientes são da zona leste”, afirma Asseituno. “Por isso, nos preocupamos e estamos investindo para estar nas regiões mais afastadas que necessitam desse acolhimento”.
A startup está em operação no Hospital Santa Virgínia desde julho, em período de implementação. Agora, passa a operar oficialmente com uma equipe própria dedicada. São cinco consultórios. “Como a clínica é integrada ao hospital, há facilidade para fazer uma cirurgia lá mesmo. A integração com hospital facilita o atendimento”.
A média da mensalidade da Sami é de 400 reais. No começo da startup, não tinha plano de coparticipação. O primeiro passo nessa área foi com as empresas maiores, que aderiram a essa modalidade.
Agora, a partir de dezembro, a startup está lançando a coparticipação também para os negócios menores e microempreendedores individuais. A ideia é deixar a mensalidade mais em conta, atraindo novos clientes para a startup.
“A nossa aposta é que o plano de coparticipação seja o produto carro-chefe do negócio”, diz o presidente. “O mercado está indo para coparticipação, colocando todo mundo no mesmo pool e dividindo a conta. Tem quem receba a carteirinha e a usa achando que é tudo de graça, mas não é assim, porque acaba voltando para o consumidor no formato de reajuste anual. Não tem dinheiro infinito. A coparticipação coloca todo mundo na mesma página, é o futuro. Mesmo no Brasil, 50% dos planos empresariais já são com coparticipação. A conta precisa fechar para todo mundo”.
O foco da Sami, por enquanto, tem sido a região metropolitana de São Paulo. Agora, a startup está entrando em duas novas cidades: Mauá e Diadema.
Hoje, já estão em:
“Queremos democratizar o acesso à saúde, e um dos fatores para isso é estar em novas cidades”, afirma Asseituno.
A Sami foi uma das vencedoras do ranking EXAME Negócios em Expansão 2023, levantamento da EXAME e do BTG Pactual (do mesmo grupo de controle da EXAME), com suporte técnico da PwC Brasil.
A empresa ficou na quinta colocação na categoria de 30 a 150 milhões de reais, com um crescimento de receita líquida de 375,66%. Em 2021, a receita líquida foi de R$ 8 milhões. Em 2022, subiu para R$ 38 milhões.
O ranking é uma forma de reconhecer os negócios e celebrar o empreendedorismo no país. Com gestões eficientes, análise de oportunidade, novas estratégias e um bom jogo de cintura, os executivos no comando desses negócios conseguiram avançar no mercado.
Neste ano, a lista traz 335 empresas de 22 estados, representantes das cinco regiões do país. Em relação ao ano anterior, o número de selecionadas representa aumento de 63%.
Veja os resultados: