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Remy Sharp
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Tem sido um longo e duro inverno para as startups de saúde. Com a estiagem dos investimentos de risco, healthtechs brasileiras como Alice e Memed têm lançado mão de estratégias para conter a queima excessiva de capital. A mais notável delas: as demissões em massa, famigerados “layoffs”, adotados por boa parte das startups em busca de maior eficiência de caixa e redução de custos. A startup de saúde Sami também entra nessa conta, já que dispensou 15% do time há um ano. Mas agora há a chance da conta fechar.

Depois de uma longa temporada sem captar investimentos — a startup estava há três anos sem qualquer financiamento externo — a Sami anuncia uma rodada de R$ 90 milhões (cerca de US$ 18 milhões) em rodada série B liderada pela Redpoint eventures e Mundi Ventures.

Participaram também os fundos Alumni Ventures, Endeavor Catalyst, Digital Horizon, Tau Ventures, e investidores de longa data da empresa, como Monashees, Mancora Ventures e Valor Capital Group, e os executivos Kevin Efrus, da Accel; Ricardo Marino, do Itaú; Mauro Figueired, ex-diretor da Bradesco Saúde e Brad Otto, ex-executivo da área de Corporate Venture Capital (CVC) da americana UnitedHealth Group, dona da Amil.

O que faz a empresa

A Sami atua basicamente como uma operadora de planos de saúde focada em empresas de pequeno porte, microempreendedores e profissionais liberais. A ideia é atender a uma parcela desassistida pelos tradicionais planos de saúde empresariais, que usualmente têm preços elevados que dificilmente cabem na conta de companhias de menor porte. Sendo assim, a ideia da Sami é oferecer planos de cobertura de saúde a preços acessíveis.

A aposta está em uma rede credenciada mais enxuta, de olho nos menores custos para o empregador na ponta. A healthtech conta com cinco hospitais credenciados na rede de São Paulo, mas os carros-chefes são os serviços de telemedicina dedicada à triagem de forma digital por meio de um atendimento primário e o de digitalização de histórico médicos de pacientes. Atualmente, 95% dos atendimentos feitos pela startup acontecem online.

A essência da Sami está no atendimento primário à saúde, no qual usuários podem ser atendidos, via aplicativo, por um time de saúde multidisciplinar que inclui um médico de família, um coordenador e um enfermeiro. “Baseada em seu histórico de saúde e socioeconômico, e os cuidados preventivos e proativos são direcionados considerando tudo isso, para que a gente consiga olhar para a saúde dele de fato, de maneira integral, e não só tratar doenças”, explica Vitor Asseituno, cofundador da Sami.

Entre os principais hospitais e parceiros incluídos nos planos da Sami, em São Paulo, estão:

  • Beneficência Portuguesa
  • Oswaldo Cruz
  • Pro Matre
  • Gympass (bem-estar físico)
  • Cíngulo (saúde mental)

Qual é a história do negócio

A Sami foi fundada em 2018 pelos empreendedores Vitor Asseituno e Guilherme Berardo com o propósito de reformular o sistema de saúde privado do país.

Com uma boa ideia, mas sem capital à disposição, o piloto da startup foi o de consultoria de inovação e dados para dois grandes planos nacionais. A experiência com as duas empresas permitiu o primeiro contato com uma ampla base de clientes e a testagem de uma tese de negócio baseada na oferta de planos próprios até 25% mais baratos que a média do mercado.

Em 2020, com o aporte de R$ 86 milhões em uma série A envolvendo fundos como Monashees e Valor Capital Group, a Sami pôde colocar à prova seu modelo baseado em conexão de pacientes, laboratórios, hospitais e profissionais de saúde por meio de planos de saúde empresariais para pequenas companhias e microempreendedores individuais (MEIs).

Em 2022, a healthtech também lançou um novo produto, o Sami Coral, voltado a grandes empresas, com o intuito de atender grandes executivos de empresas clientes em busca de atendimentos mais “premium”.

Segundo com Javier Santiso, fundador da Mundi Ventures, o interesse na Sami se justifica pela experiência do time e sua capacidade de execução. “O Brasil é o terceiro maior mercado privado de saúde do mundo (apenas atrás de Estados Unidos e China) e entendemos que a Sami é a empresa com melhor tecnologia e produto para disruptar o setor, especialmente em um momento em que os incumbentes estão sofrendo bastante”, diz.

O investimento na Sami é o primeiro da europeia Mundi Ventures no Brasil, e também parte de um esforço para investir até US $100 milhões na América Latina através de um fundo local focado em investimentos early stage. A iniciativa é liderada pela ex-Goldman Sachs e QuintoAnda Rafaela Andrade.

“Em um momento tão difícil de captação de investimento para as startups, essa captação reforça o destaque e a performance da Sami e a confiança dos investidores no potencial da empresa”, diz Asseituno.

Quais são os planos

Com o aporte, a Sami pretende dar novo fôlego à sua estratégia voltada às empresas maiores. Também quer ampliar os investimentos em tecnologia para melhorar a experiência de seus 18.000 membros ativos.

A incursão de novos canais de venda também está nos planos. A partir de agora, a startup também passa a vender planos de saúde por meio de corretores especializados em saúde. Até então, a venda era feita exclusivamente online ou vendas diretas.

“Temos que estar onde o cliente quer comprar, seja no digital, seja no telefone, seja no corretor”, diz Guilherme Berardo, CEO da companhia, que acredita que o novo canal representará até metade das vendas da healthtech até o final do ano.

Do lado dos resultados, a Sami espera mais um ano positivo. Em 2022, a empresa faturou R$ 60 milhões. Um ano antes, o faturamento havia sido de R$ 9 milhões. Até o final do ano, a Sami pretende ter 27.000 membros e um faturamento de R$ 120 milhões.

 “Estamos mirando o breakeven e acreditamos que é provável que ele aconteça até o próximo ano, graças ao nosso modelo diferenciado. Fechamos 2022 muito bem, com um faturamento anualizado de R$ 60 milhões, e queremos chegar a R$120 milhões neste ano,” conclui Berardo.

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