Negócios

Após anúncio de demissões, trabalhadores da Mercedes-Benz fazem greve

As mudanças na fábrica da Mercedes-Benz envolvem a terceirização de parte da produção

Direção da montadora anunciou 3,6 mil demissões (Rovena Rosa/Agência Brasil)

Direção da montadora anunciou 3,6 mil demissões (Rovena Rosa/Agência Brasil)

AB

Agência Brasil

Publicado em 9 de setembro de 2022 às 18h49.

Última atualização em 9 de setembro de 2022 às 19h21.

Trabalhadores da fábrica da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, entraram em greve após o anúncio de 3,6 mil demissões anunciadas pela direção da montadora. A reestruturação vai afetar 2,2 mil trabalhadores diretos e 1,4 mil temporários. A empresa tem cerca de 10,4 mil trabalhadores nessa unidade.

Em assembleia, na tarde desta quinta-feira, 8, a produção foi paralisada e deve retornar na segunda-feira. Segundo o sindicato, haverá reunião na terça-feira, 13, com a empresa, para iniciar negociações. Em nota, a Mercedes-Benz destacou que “as discussões que impactam diretamente nossos colaboradores serão objeto de ampla negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC”.

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selérges, disse, durante a assembleia, que a paralisação é um protesto e que pretende mostrar à direção “como se negocia”, segundo reportagem divulgada no site da entidade.

“Precisamos mostrar que um processo de negociação se faz em torno de uma mesa. Muitas vezes, em um processo de negociação, não vai prevalecer tudo que o sindicato quer mas também não vai prevalecer tudo o que a empresa quer”, diz o texto.

Aroaldo Oliveira da Silva, diretor-executivo do sindicato, lembrou que a entidade já vinha discutindo com a direção da fábrica temas como a situação do mercado de caminhões, a necessidade de reestruturação de áreas, a falta de peças e de semicondutores.

Reestruturação

As mudanças na fábrica da Mercedes-Benz envolvem a terceirização de parte da produção. Segundo a empresa, a decisão é focar a fabricação de “caminhões e chassis de ônibus e o desenvolvimento de tecnologias e serviços do futuro”.

“Vamos deixar de produzir internamente alguns componentes e deixar de exercer atividades que podem ser realizadas por outras empresas parceiras, tais como: logística, manutenção, fabricação e montagem de eixos dianteiro e transmissão média, ferramentaria e laboratórios, até então realizadas na fábrica de São Bernardo do Campo (SP) e que passarão a ser exercidas por empresas contratadas””, diz a nota.

A montadora destaca ainda que a preferência é pela contratação de empresas “na região do Grande ABC, em compromisso com a nossa comunidade local”. A empresa diz ainda que a cadeia de novos fornecedores deve gerar grande volume de negócios.

A Mercedes-Benz está instalada no Brasil há mais de 65 anos.

LEIA MAIS:

Mercedes de 1955 é leiloado por valor recorde para um carro

Mercedes-Benz EQS: dirigimos o elétrico de R$ 1,3 milhão

Acompanhe tudo sobre:GrevesMercedes-Benz

Mais de Negócios

Você já usou algo desta empresa gaúcha que faz R$ 690 milhões — mas nunca ouviu falar dela

Ela gastou US$ 30 mil para abrir um negócio na sala de casa – agora ele rende US$ 9 milhões por ano

Ele só queria um salário básico para pagar o aluguel e sobreviver – hoje seu negócio vale US$ 2,7 bi

Banco Carrefour comemora 35 anos de inovação financeira no Brasil