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Após acordo na COP26, mundo deve agir rápido para evitar catástrofe

200 países entraram em consenso para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e afastar aquecimento global

Presidente da COP26, o britânico Alok Sharma, em Glasgow (AFP/AFP)

Presidente da COP26, o britânico Alok Sharma, em Glasgow (AFP/AFP)

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AFP

Publicado em 14 de novembro de 2021 às 13h01.

Última atualização em 16 de novembro de 2021 às 14h51.

Após o acordo alcançado por quase 200 países no sábado em Glasgow, agora o mundo deve atuar de maneira mais rápida possível para reduzir as emissões de gases do efeito estufa e afastar o cenário de aquecimento global "catastrófico", advertem cientistas e e políticos.

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Depois de duas semanas de negociações e que precisaram de um prazo extra, quase todas as nações do planeta concordaram com um compromisso para acelerar a luta contra o aumento da temperatura.

Mas, embora cada décimo de grau centígrado adicional tenha consequências importantes, as decisões do "Pacto de Glasgow" não resultarão em um aquecimento limitado a 1,5°C na comparação com a era pré-industrial, a meta mais ambiciosa do Acordo de Paris, que estabeleceu em 2015 as bases para a ação climática.

"A catástrofe climática continua batendo em nossas portas", advertiu o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. "Mantivemos  + 1,5°C ao nosso alcance (...) mas o pulso está fraco", declarou o presidente da COP26, o britânico Alok Sharma.

"As emissões mundiais devem diminuir, de forma imediata, rapidamente, com total urgência", pois continuam aumentando, implorou Joeri Rogelj, do Imperial College de Londres, antes de destacar que "ciência nunca esteve tão presente nas decisões de uma COP".

Fechar as centrais de carvão

Glasgow, berço da revolução industrial alimentada por carvão, será para sempre a cidade onde pela primeira vez no mais elevado nível, após 26 conferências, as palavras "combustíveis fósseis" e "carvão", que designam as principais causas do aquecimento global, foram condenadas em um documento.

"Isto acontece muito tarde, mas realmente é bem-vindo", afirmou Chris Littlecott, especialista em transição energética do grupo de especialistas E3G. "Em 2021 vimos o fechamento da torneira para o financiamento do carvão, a COP26 inaugurou um novo capítulo, o de acelerar o fechamento das centrais elétricas a carvão que ainda existem".

Incluir as palavras carvão e petróleo foi algo complicado. Índia e China conseguiram no último momento atenuar ainda mais a frase da resolução, que cita a "redução" e não "saída" do carvão, o que levou Alok Sharma, com lágrimas nos olhos, a pedir desculpas ao mundo.

A mudança da China aconteceu depois que o país anunciou na quarta-feira um acordo surpreendente com os Estados Unidos, o segundo maior emissor de gases do efeito estufa, atrás apenas do gigante asiático.

O presidente americano Joe Biden, que no início da COP criticou o colega chinês, Xi Jinping, por sua ausência em Glasgow, terá uma videoconferência com este na segunda-feira.

"Sofrimentos indescritíveis"

"Pequim deve, no futuro próximo, cumprir com as promessas do acordo climático de Glasgow e fixar uma data para acabar com o uso de carvão em seu território", de acordo com Byford Tsang, da E3G.

"A maneira como os países estabelecerão uma nova cooperação para alcançar ações mais rápidas nos próximos 12 meses será o verdadeiro teste de aprovação de Glasgow", resume a E3G, que também recorda outras promessas da COP26 a respeito da redução das emissões de metano - poderoso gás de efeito estufa -, do desmatamento ou financiamento das energias fósseis.

"Se todos os países, em particular aqueles que são grandes emissores, se limitarem às políticas de pequenos passos e 'business as usual', condenarão as atuais e futuras gerações a viver em um mundo de sofrimentos e danos indescritíveis", adverte a UCS (Union of Concerned Scientists).

Os sofrimentos já afetam os países mais pobres, que são os menos responsáveis pelo aquecimento global mas que estão na linha de frente em termos de impacto, e que batalharam em Glasgow para obter financiamento específico para tentar reparar suas "perdas e danos".

Estas nações finalmente cederam, de maneira relutante, e aceitaram prosseguir com o diálogo para que não perder os avanços obtidos na luta contra o aquecimento global.

"Sempre soubemos que Glasgow não era a linha de chegada", afirmou o enviado americano para o Clima, John Kerry.

Doze meses "separam" Escócia e Egito, onde acontecerá a 27ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre o Clima (COP27).

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