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Andrade Gutierrez pagou R$ 30 mi para encerrar CPI de Cachoeira

Segundo o empresário e lobista Adir Assad, a empreiteira pagou para encerrar investigação sobre uma organização que explorava máquinas caça-níquéis em Goiás

Propina: o repasse dos R$ 30 milhões para abafar a CPI foi confirmada pelo irmão de Adir, Samir Assad (Ueslei Marcelino/Reuters)

Propina: o repasse dos R$ 30 milhões para abafar a CPI foi confirmada pelo irmão de Adir, Samir Assad (Ueslei Marcelino/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de agosto de 2017 às 17h10.

Última atualização em 9 de agosto de 2017 às 17h11.

Rio - O empresário e lobista Adir Assad disse nesta quarta-feira, 9, que a empreiteira Andrade Gutierrez repassou R$ 30 milhões a políticos para 'matar' a CPI de Carlinhos Cachoeira.

Em depoimento à 7.ª Vara Federal Criminal do Rio, ele disse que o pagamento da propina foi revelado para ele pelo ex-executivo da empresa, Flavio Barra.

"Este dinheiro foi só o da Andrade. Mas devem ter passado o chapéu também para outras empresas", disse Assad, que foi preso por abrir empresas de fachada para lavar dinheiro para empreiteiras.

Executivos da Andrade Gutierrez fecharam acordo de delação premiada na Operação Lava Jato e revelaram a prática de ilícitos.

O empresário também relatou a tranquilidade dos parlamentares no dia do seu depoimento à CPI, depois de repassada a propina.

"Parecia que eu fui lá fazer uma palestra. Os parlamentares com a cabeça baixa, mexendo no celular. Uma tranquilidade", contou.

Ele disse também que Cachoeira era "seu concorrente", mas que só foi conhecê-lo em Bangu 8 - presídio de nível superior no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu.

O repasse dos R$ 30 milhões para abafar a CPI foi confirmada pelo irmão de Adir, Samir Assad, que também prestou depoimento nesta quarta.

Questionado pelo juiz Marcelo Bretas como conseguia sacar altas quantias de dinheiro em caixas de banco para movimentar os pagamentos das propinas, Adir disse que "nunca pagou dinheiro ilícito para corromper os funcionários, mas que havia um trabalho de sedução com os gerentes".

"Nós comprávamos seguros no banco, fechávamos consórcios, oferecíamos para os gerentes ingressos de shows, eventos..", relatou o empresário, que era dono de uma produtora de eventos que produziu shows internacionais no Brasil como os da banda U2, a cantora Beyoncé e Shakira.

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