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Analistas aprovam operação ALL e Cosan

A união entre as duas companhias pode contribuir para resolver os gargalos operacionais que seguram um crescimento mais robusto dos volumes transportados

ALL: uma injeção de capital que pode ser feita daria força para a ALL realizar os aportes necessários para acabar com seus gargalos, especialmente no acesso ao porto de Santos (Divulgação/ALL)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de janeiro de 2014 às 08h46.

São Paulo - Analistas veem como positiva uma possível venda da América Latina Logística (ALL) para a Cosan . A união entre as duas companhias, segundo os analistas, pode até mesmo contribuir para resolver os gargalos operacionais que seguram um crescimento mais robusto dos volumes transportados pela ALL .

De acordo com relatórios e corretoras consultadas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, as ações da empresa tendem a subir com futuras notícias sobre uma eventual conclusão do negócio.

Uma injeção de capital que pode ser feita daria força para a ALL realizar os aportes necessários para acabar com os gargalos nas suas operações, o principal deles no corredor de exportação que dá acesso a Santos.

"O aumento do investimento na ALL não é um negócio negativo porque permite que a empresa cresça em volume acima de 10% ao ano", diz Victor Mizusaki, analista do UBS.

Se o financiamento das obras for feito pelo BNDES, a concessionária deverá se beneficiar do juro real negativo, com taxa de juros de longo prazo (TJLP) mais 1% ao ano, segundo o UBS. Além disso, um acordo pode resultar em extensão do contrato de concessão.

"Um último ponto é que os fundos Gávea e TPG (acionistas da Rumo, subsidiária da Cosan) seriam dois investidores financeiros que teriam cerca de 11% da nova empresa e só aprovariam o investimento, se gerar valor aos acionistas."

Relatório da Lopes Filhos Consultores de Investimentos mantém a mesma linha de análise do UBS.


"Caso se confirme (a negociação), poderá diminuir a elevada alavancagem em capitais de terceiros da ALL, conferindo assim 'fôlego' para que a companhia realize os investimentos necessários para que a empresa seja um player ativo na premente necessidade do País (...) e, assim, resolver os sérios 'gargalos' logísticos", consta no texto.

Um possível apoio do governo federal no negócio também poderia ajudar no avanço do processo para obtenção das licenças da Fundação Nacional do Índio (Funai) que emperra a duplicação desse corredor.

Relatório da XP Investimentos afirma que o interesse do governo no acordo faz sentido por conta de uma injeção de capital necessária para a concretização dos investimentos, mitigação de problemas logísticos diante de uma forte safra e pela possibilidade da ALL ser adquirida por um grupo nacional.

Obstáculo

Apesar de constituir um cenário possível, a fusão é vista como um negócio difícil de ser concretizado no curto prazo. Entre as questões que podem dificultar estão cláusulas de "poison pill" (mecanismo para evitar que uma companhia aberta seja alvo de ofertas não solicitadas de aquisição) no estatuto da ALL, feitas para proteção do grupo controlador.

O artigo 43 do documento determina que quem adquirir mais de 20% do capital social da ALL é obrigado a abrir uma oferta pública de ações aos minoritários. Este artigo também estipula um prêmio de 35% no preço da oferta. "O 'poison pill' encarece a operação", explica Eduardo Fazoli, sócio do escritório Trigueiro Fontes Advogados.

Nesta segunda-feira, 13, a Cosan confirmou em nota à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que sua controlada Rumo "tem mantido tratativas preliminares com a ALL sobre uma possível combinação de suas atividades". Segundo a nota, nenhuma proposta foi formalizada até o momento.

Está prevista para esta terça-feira, 14, reunião entre as duas companhias, que devem dar início à retomada das negociações. Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que a Cosan poderá propor a compra do controle por meio de troca de ações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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De acordo com relatórios e corretoras consultadas pelo Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, as ações da empresa tendem a subir com futuras notícias sobre uma eventual conclusão do negócio.

Uma injeção de capital que pode ser feita daria força para a ALL realizar os aportes necessários para acabar com os gargalos nas suas operações, o principal deles no corredor de exportação que dá acesso a Santos.

"O aumento do investimento na ALL não é um negócio negativo porque permite que a empresa cresça em volume acima de 10% ao ano", diz Victor Mizusaki, analista do UBS.

Se o financiamento das obras for feito pelo BNDES, a concessionária deverá se beneficiar do juro real negativo, com taxa de juros de longo prazo (TJLP) mais 1% ao ano, segundo o UBS. Além disso, um acordo pode resultar em extensão do contrato de concessão.

"Um último ponto é que os fundos Gávea e TPG (acionistas da Rumo, subsidiária da Cosan) seriam dois investidores financeiros que teriam cerca de 11% da nova empresa e só aprovariam o investimento, se gerar valor aos acionistas."

Relatório da Lopes Filhos Consultores de Investimentos mantém a mesma linha de análise do UBS.


"Caso se confirme (a negociação), poderá diminuir a elevada alavancagem em capitais de terceiros da ALL, conferindo assim 'fôlego' para que a companhia realize os investimentos necessários para que a empresa seja um player ativo na premente necessidade do País (...) e, assim, resolver os sérios 'gargalos' logísticos", consta no texto.

Um possível apoio do governo federal no negócio também poderia ajudar no avanço do processo para obtenção das licenças da Fundação Nacional do Índio (Funai) que emperra a duplicação desse corredor.

Relatório da XP Investimentos afirma que o interesse do governo no acordo faz sentido por conta de uma injeção de capital necessária para a concretização dos investimentos, mitigação de problemas logísticos diante de uma forte safra e pela possibilidade da ALL ser adquirida por um grupo nacional.

Obstáculo

Apesar de constituir um cenário possível, a fusão é vista como um negócio difícil de ser concretizado no curto prazo. Entre as questões que podem dificultar estão cláusulas de "poison pill" (mecanismo para evitar que uma companhia aberta seja alvo de ofertas não solicitadas de aquisição) no estatuto da ALL, feitas para proteção do grupo controlador.

O artigo 43 do documento determina que quem adquirir mais de 20% do capital social da ALL é obrigado a abrir uma oferta pública de ações aos minoritários. Este artigo também estipula um prêmio de 35% no preço da oferta. "O 'poison pill' encarece a operação", explica Eduardo Fazoli, sócio do escritório Trigueiro Fontes Advogados.

Nesta segunda-feira, 13, a Cosan confirmou em nota à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que sua controlada Rumo "tem mantido tratativas preliminares com a ALL sobre uma possível combinação de suas atividades". Segundo a nota, nenhuma proposta foi formalizada até o momento.

Está prevista para esta terça-feira, 14, reunião entre as duas companhias, que devem dar início à retomada das negociações. Fontes ouvidas pela reportagem afirmam que a Cosan poderá propor a compra do controle por meio de troca de ações. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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