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Americana Chrysler passa oficialmente às mãos da Fiat

Montadora italiana comprou a parte que pertencia ao governo dos EUA e agora detém mais de 50% das ações

Após a operação o governo americano deixou de ser acionista da Chrysler (Germano Lüders/EXAME.com)

Após a operação o governo americano deixou de ser acionista da Chrysler (Germano Lüders/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de junho de 2011 às 15h49.

Nova York - A montadora de automóveis americana Chrysler passou oficialmente para o controle da italiana Fiat, que anunciou nesta sexta-feira a posse de mais de 50% do capital graças à compra da parte em poder do governo americano.

Dois anos depois de ter obtido 20% do capital e os comandos operacionais da terceira maior empresa de automóveis americana que saía da falência, a Fiat anunciou que vai passar a ter 52% do capital da Chrysler depois da compra de 6% que o Tesouro americano ainda detinha. Com isso, o governo americano deixa totalmente a montadora.

A empresa italiana já tinha elevado a sua fatia a 46% no mês passado depois de um refinanciamento que a permitiu se livrar da dívida e obter 16% de Estados Unidos, Canadá e do sindicato do setor automobilístico UAW.

"No momento em que o Tesouro se desfaz de seu investimento na Chrysler, está claro que a decisão do presidente (Barack) Obama de apoiar esta empresa e de reestruturá-la foi correta", saudou o secretário americano do Tesouro, Timothy Geithner.

"Hoje, as montadoras de automóveis americanas atravessam um dos renascimentos mais improváveis da história recente", acrescentou.

A Chrysler, que voltou a ser superavitária no primeiro trimestre pela primeira vez desde a sua saída da falência, revisou quase toda a sua gama de veículos. Ela foi uma das duas únicas grandes montadoras, ao lado da coreana Huyndai, a registrar um aumento de suas vendas no mês passado.

No entanto, seu resgate atingirá o custo de 1,3 bilhão de dólares ao governo americano dos 12,5 bilhões que injetou na montadora para ajudá-la a sobreviver à crise econômica.

O diretor geral da Fiat e da Chrysler, Sergio Marchionne, ressaltou em um comunicado que o acordo concluído com o Tesouro permite "acelerar" a integração entre os dois grupos e manifestou sua "gratidão" em relação ao governo Obama "por ter acreditado há dois anos na parceria com a Fiat".

A Fiat pretende adquirir até o final do ano mais 5% com o Canadá e com o UAW, quando a Chrysler já terá começado a produzir um carro econômico em parceria com a italiana.

Marchionne também disse que sua empresa está interessada na compra de 1,7% ainda em poder do Canadá e da província de Ontário. No total, suas opções de compra dão a ela a possibilidade de chegar a cerca de 70% do capital.

O diretor da Fiat quer estabelecer a aliança Fiat-Chrysler capaz de concorrer com as maiores empresas do setor, como a americana General Motors, a alemã Volkswagen e a japonesa Toyota.

Juntos, os dois grupos devem produzir 6 milhões de veículos por ano em 2014, contra menos de 4 milhões atualmente.

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