Centro de pesquisa, desenvolvimento e inovação da Ambipar, em SP: pesquisadores estudam como transformar resíduos em novos produtos (Ambipar/Divulgação)
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Publicado em 26 de maio de 2021 às 09h00.
Última atualização em 26 de maio de 2021 às 11h02.
Na sede da Ambipar em Nova Odessa, no interior de São Paulo, um time de pesquisadores se dedica a encontrar formas de transformar resíduos em produtos. Uma das descobertas ajudou uma indústria farmacêutica americana a transformar sobras de cápsulas de colágeno em uma base para produção de sabonetes, xampus e condicionadores. A solução fez tanto sucesso que foi exportada para filiais da companhia em outros países. “É uma solução aparentemente simples, mas com alto valor agregado”, destaca Gabriel Domingos, diretor de pesquisa e inovação da Ambipar.
Com esse trabalho, a empresa – líder em gestão de resíduos – vem conseguindo entregar uma solução completa, capaz de gerar benefícios não só ambientais como também sociais e econômicos a seus clientes. Confira, a seguir, alguns trechos da entrevista com o executivo. O bate-papo completo você confere logo abaixo, em mais um episódio do podcast ESG de A a Z.
ESolutions – Como funciona o laboratório de pesquisa e desenvolvimento da Ambipar?
Gabriel Domingos – Temos pesquisadores multidisciplinares dedicados a entender os desafios de nossos clientes. Eles pegam amostras de resíduos e identificam as potencialidades de cada uma delas e as sinergias. Feito isso, criamos a tecnologia, fazemos a prototipagem, o estudo financeiro e normativo e trazemos parceiros para mostrar essa nova forma de economia, que sai do linear rumo ao cíclico. O cliente, então, avalia se a nossa proposta está de acordo com suas diretrizes e parte para a implementação. Se eu sugiro que restos de cremes e perfumes se transformem em uma base para fazer amaciantes, por exemplo, a empresa vai avaliar aspectos legais, de compliance e se o produto não compete com seu core business.
Pode citar alguns exemplos de produtos criados a partir de resíduos?
Temos diversos produtos e projetos que já estão gerando receita e empregos. Eles vão desde os segmentos da linha alimentícia para a produção de subprodutos como ração para bovinos, até a produção de fermentação para álcool de limpeza, o álcool etílico, que usamos no dia a dia. Na linha de indústria de papel e celulose temos o Ecosolo, um fertilizante orgânico que pode nutrir qualquer tipo de vegetação e cultura de forma natural e com certificação a partir de compostagem industrial. Já na parte mineral, usamos resíduos de caldeiras para produzir pisos e blocos para a construção civil. Restos de cremes e de álcool também se transformam em base para produtos de limpeza. São coisas um tanto simples, mas com a ajuda de equipamentos e pesquisadores dedicados a criar inovação se transformam em realidade.
Quais são as principais vantagens da economia circular?
Posso citar algumas, como redução de custos, cumprimento de aspetos legais como a Política Nacional de Resíduos Sólidos, e valores intangíveis, como a substituição de matérias-primas por produtos reciclados e a preços competitivos. Com a economia circular, as empresas geram produtos e criam empregos.
E, assim, resíduos que seriam incinerados ou iriam para aterros ganham vida.
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