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Ambev não comenta manutenção do Copa sem Aumento

Como a companhia não definiu se reajustará ou não os preços antes da Copa, o efeito negativo nas vendas durante o período do Mundial ainda não está claro

Ambev: programa previa o congelamento dos preços das bebidas comercializadas pela empresa durante todo o período de realização do Mundial no Brasil (Marcello Bravo)
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Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2014 às 16h52.

São Paulo - A fabricante de bebidas Ambev , em teleconferência com jornalistas na tarde desta quarta-feira, não quis comentar sobre o que pode ocorrer com a campanha " Copa sem Aumento" após a decisão do governo federal de realizar novo incremento na tributação incidente em bebidas frias.

O discurso, em linha com o ocorrido na conversa com analistas e investidores estrangeiros um pouco antes, é de que a empresa estaria ainda avaliando o impacto que a medida teria em volume vendido e nos investimentos previstos para o ano.

"Temos uma política de repasse de preços, no entanto, como essa é uma informação sensível do ponto de vista estratégico e concorrencial, não comentaremos o assunto", disse o diretor vice-presidente Financeiro e de Relações com Investidores da companhia, Nelson Jamel.

"Não daremos detalhe sobre quando aumentaremos ou quanto aumentaremos (os preços). A única garantia é que vamos repassar o aumento de tributos a entrar em vigor em 01 de junho em algum momento", completou, explicando que quando há um movimento nesse sentido há impacto negativo em volume.

Como a companhia não definiu se reajustará ou não os preços antes da Copa, o efeito negativo nas vendas durante o período do Mundial ainda não está claro.

Anunciado no início de abril, após primeiro reajuste do ano aplicado no dia 1º daquele mês, o programa previa o congelamento dos preços das bebidas comercializadas pela Ambev durante todo o período de realização do Mundial no Brasil.

No entanto, com a aplicação de um segundo reajuste a partir do dia 1º de junho, a companhia terá que continuar com a sua estratégia de preços: reajustes em linha com a inflação, repassando eventuais aumentos de custos de produção e impostos.

No entanto, apesar de a companhia trabalhar com a certeza de a nova tributação passar a vigorar em 01 de junho, Jamel informou que a Ambev e a indústria de bebidas frias no geral continuarão dialogando com as autoridades do governo para mostrar que "a arrecadação também aumenta quando há preços estáveis e volumes maiores de vendas".

Ainda há a previsão de mais um aumento de impostos no ano, em outubro.

Investimentos

Ainda sobre o aumento dos tributos, Jamel afirmou que, em função da magnitude do reajuste, a companhia foi "obrigada" a revisar o planejamento de investimentos para 2014 da companhia no Brasil.

Em relatório de resultados divulgado nesta quarta-feira, a Ambev informou que a meta de investimentos (capex) para o ano ficará abaixo da estimada inicialmente, de R$ 2,8 bilhões, decisão que foi reiterada há pouco pelo executivo.

"Quando você espera uma diminuição nas vendas futuras, você reavalia os investimentos. É uma decisão fundamentalmente econômica", comentou o executivo, sem no entanto estimar qual deverá ser o corte nas estimativas.

Nos planos de investimento inicial estão previstas as inaugurações de duas novas fábricas: uma em Uberlândia (MG) e outra em Ponta Grossa (PR), além de ampliações de linhas de produção.

São Paulo - A espera pela Copa do Mundo no Brasil, que começa em pouco mais de um mês, envolve muito mais do que o treinamento de jogadores e a construção de estádios.  Para não serem surpreendidas pelo aumento da demanda por produtos e serviços, que será gerada pelas milhares de pessoas que devem visitar o país durante os jogos, empresas de diversos segmentos criaram estratégias e comitês específicos para lidar com assuntos relacionados ao mundial. Outras querem usar acompetição para conquistar os clientes e estimular seus funcionários.Veja como seis delas se aqueceram para o mundial:
  • 2. McDonalds

    2 /8(REUTERS/Mike Blake)

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    Patrocinadora da Copa, a rede tem um grupo de pessoas formado especialmente para cuidar do assunto desde 2010. Nele, há uma pessoa de cada área da empresa, de operações a recursos humanos. Davi Griner, gerente de marketing esportivo da companhia, foi contrato com a missão de comandar o time. "Pude observar as atividades da equipe na Eurocopa de 2012, nos jogos Olímpicos de Londres e aprender várias lições", conta.  O comitê já preparou diversas ações, como a escolha das 1.266 crianças brasileiras e 182 estrangeiras que entrarão em campo ao lado dos jogadores das seleções. Para participar, elas precisavam gravar um vídeo e enviar pela Internet para mostrar sua paixão pelo futebol. Os vencedores devem ser anunciados até o começo de maio. Cem vagas foram reservadas para filhos de funcionários do McDonald's.  Além disso, gestores de treinamento da companhia irão preparar os 15 mil voluntários selecionados para trabalhar durante a Copa. Até o fim de maio, as aulas serão ministradas presencialmente nas 12 cidades sede.
  • 3. Ambev

    3 /8(Germano Lüders/EXAME.com)

  • Para atender à demanda no período da Copa e se adaptar às regras da Fifa, a Ambev preparou um plano de logística especial. Um novo caminhão movido 100% a gás natural será usado para fazer as entregas no Maracanã, durante o a final do campeonato. Além disso, a empresa, que já desenvolve um programa de consumo responsável do ácool junto a ONGs e famílias, fará treinamentos sobre o tema com vendedores dentro e no entorno dos estádios.As "aulas" começarão na segunda semana de maio e devem terminar em junho.Eles serão instruídos a pedir documentos para comprovar a idade dos consumidores, a orientá-los a não exceder e a pegar táxi quando ingerirem álcool. "Entendemos que é importante usar esse momento em que o Brasil está focado na Copa para prevenção", diz Ricardo Rolim - diretor de relações institucionais da Ambev.
  • 4. Itaú

    4 /8(Wikimedia Commons)

    O banco Itaú, que também é patrocinador da Copa, usou o sorteio de ingressos para o torneio para motivar colaboradores e chamar a atenção dos clientes. Mais de 300 pares de bilhetes foram cedidos aos consumidores, na promoção chamada Arquibancada Itaú. O último sorteio ocorreu no dia 19 de março. Foram quase 590 mil cadastros.  Outra campanha, a Craques Itaú, foi lançada em fevereiro de 2013 e direcionada ao público interno.  Os funcionários eram convidados a se inscreverem e participarem de desafios sobre temas relacionados à Copa e ao banco. Foram lançados 356 perguntas e distribuídos mais de 500 pares de ingressos para a Copa das Confederações e 600 para a Copa do Mundo.   "As promoções foram importantes para gerar associação da marca com o patrocínio e proporcionar a experiência positiva do cliente com o evento", afirma Andrea Pinotti, diretora de marketing institucional do Itaú Unibanco.
  • 5. Adidas

    5 /8(Alexandre Loureiro/Getty Images for adidas)

    A Adidas espera faturar meio milhão de euros a mais durante a Copa do Mundo no Brasil, comparado às Olimpíadas de Londres, em 2012. Para isso, a companhia está investindo principalmente na produção de bolas. O objetivo é superar a marca de 13 milhões de bolas vendidas na última Copa, em 2010. Para conseguir organizar tudo em tempo, há dois anos a empresa montou um comitê de profissionais dedicados a densenvolver estratégias voltadas para o mundial. Entre eles há funcionários de marketing e logística, por exemplo, que foram remanejados para cuidar do tema.  As iniciativas vão desde a ações de marketing com a presença de jogadores e ex-jogadores e promoções.
  • 6. TAM

    6 /8(Jefferson Bernardes/AFP)

    Desde o ano passado, seis executivos da alta liderança da TAM formam um comitê focado em preparar a empresa para a demanda no período da Copa do Mundo no Brasil. Eles se dividiram em 16 frentes temáticas de trabalho, que envolvem mais de 120 funcionários. Depois de mapear os pontos que deveriam ter atenção especial, o grupo desenvolveu estratégias de marketing e planejou alterações na malha aérea da companhia. Mais de 750 voos foram criados só para atender a demanda durante os jogos no Brasil, um ajuste de 31%. "Tem sido decisivo o trabalho coordenado em diferentes frentes, iniciado cedo, incluindo até mesmo ações de benchmarking com companhias aéreas e atuoridades aeroportuárias de países que já sediaram a competição", diz Jorge Torres, gerente de Produtividade da TAM.
  • 7. Vivo

    7 /8(Adriano Machado/Bloomberg)

    Patrocinadora da seleção brasileira, a Vivo começou a preparar operações para a Copa do Mundo no início deste ano, quando foi formado um comitê especial para cuidar disso. O grupo envolve profissionais de TI, redes, comercial e regulatória. Juntos eles comandaram a instalação e o aumento da capacidade de redes 2G, 3G e 4G com cobertura nos estádios que vão receber jogos. É de responsabilidade da Vivo toda a infraestrutura de telecom e internet das arenas de Brasília, Fortaleza e Manaus. Até o mês de maio, a operadora também deve instalar 34 Estações Rádio Base (equipamentos que captam e transmitem sinais de celular) nos arredores dos estádios e 24 em pontos de concentração de torcedores nas cidades sede (FIFA Fan Fest). O objetivo é não deixar ninguém sem se comunicar durante o mundial.
  • 8. Agora, veja os 15 campeonatos de futebol mais valiosos do mundo

    8 /8(Melinda Nagy/Dreamstime.com)

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