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Amazon inicia a venda de livros físicos no Brasil

Além de preços baixos, o frete também será gratuito para pedidos de livros acima de R$69


	Amazon: varejista americana quer atrair a atenção dos 85 milhões de internautas do país
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Amazon: varejista americana quer atrair a atenção dos 85 milhões de internautas do país (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2014 às 11h03.

São Paulo - Um ano e meio após anunciar sua chegada ao Brasil vendendo apenas livros digitais, a Amazon começa nesta quinta-feira, 21, a vender livros físicos, mercado que movimentou mais de R$ 5 bilhões em 2013. Além de informar que trabalhará com preços baixos, a empresa anuncia que o frete será grátis, para todo o Brasil, no caso de pedidos de livros a partir de R$ 69.

Já a política de devolução será estendida para 30 dias. Isso significa que o cliente receberá o dinheiro de volta se quiser devolver o livro em um mês - terá, apenas, de pagar o frete. No caso da devolução em sete dias, como prevê a legislação brasileira, não há cobrança de frete.

Com estratégias como essas, a varejista americana quer atrair a atenção dos 85 milhões de internautas do país. "Qualquer brasileiro alfabetizado que tenha conexão à internet é nosso cliente em potencial", diz Alex Szapiro, diretor geral da Amazon.com.br.

A estreia da Amazon em livros físicos era mais que esperada pelo mercado. O setor está na raiz do negócio de Jeff Bezos, o fundador, que montou a empresa em 1994, em Seattle, porque ali estava uma grande distribuidora de livros e um ambiente fiscal mais favorável. Além disso, já se sabia que o depósito da empresa, em Barueri (SP), estava com os livros desde abril.

Para fazer o lançamento da nova operação, a companhia esperou o número de títulos em português ultrapassar 150 mil, catálogo que alega ser o maior do Brasil. A Livraria Cultura, no entanto, afirma ter 200 mil.

Inferno

Quando a empresa chegou ao país, falou-se da dificuldade que a Amazon teria de replicar o modelo de negócios dela no país. O ambiente hostil às empresas, com altos custos trabalhistas, impostos complexos e poucas estradas pavimentadas, tornaria árdua a caminhada da empresa, para executivos do mercado.

Na época, Sérgio Herz, presidente da Livraria Cultura, chegou a dizer, em entrevista ao Estado: "Venha ao inferno conosco, Amazon."

Segundo Szapiro, a empresa está consciente dos desafios. Ele diz que a Amazon será realista na hora de estimar o prazo de entrega do livro.

Para especialistas, a entrada da Amazon no segmento de livros físicos ajuda a elevar o nível de gestão da venda online no Brasil. "Vejo isso com bons olhos porque, ao trabalhar com as melhores práticas e melhor gerenciamento, ela ergue o sarrafo da qualidade no mercado", diz Carlo Carrenho, consultor editorial e dono do site PublishNews, sobre o mercado editorial.

Entre essas práticas estão desde o acesso fácil ao 'fale conosco' da empresa até um bom trabalho de metadados - que reúne as informações dos livros (fornecidas pelas editoras) de uma forma inteligente, a fim de que o produto seja facilmente descoberto pelo internauta.

As livrarias brasileiras reconhecem a experiência da Amazon no setor, mas não se assustam. "É uma empresa muito grande, mas vamos trabalhar para competir de igual para igual ou melhor", disse Herz.

O presidente da Livraria da Vila, Samuel Seibel, acredita que a entrada de mais uma empresa sirva como um estímulo ao mercado. "Qualquer fato novo ajuda a movimentar o setor como um todo", diz.

A expectativa da Amazon é de que a venda de livros impressos ainda estimule a venda de e-books (mercado que movimentou apenas 0,24% dos R$ 5 bilhões faturados pelo livro físico). Ao clicar em um título, no site da empresa, os dois formatos aparecem para o usuário.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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